Acidente do Beechcraft King Air prefixo PR-SOM em 2017

acidente aéreo ocorrido no Brasil

O acidente do Beechcraft King Air prefixo PR-SOM ocorreu no dia 19 de janeiro de 2017. Entre os passageiros que morreram na queda estava o ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki,[2][3][4][5][6] então relator da Operação Lava Jato no STF, e o empresário Carlos Alberto Filgueiras, dono dos hotéis Emiliano.[7] Também morreram o piloto Osmar Rodrigues e mais duas mulheres, Maíra Lidiane Panas Helatczuk e Maria Hilda Panas.[8][9][10][11]

Acidente do Beechcraft King Air prefixo PR-SOM
Acidente do Beechcraft King Air prefixo PR-SOM em 2017
Beechcraft King Air C90 GT, similar ao avião destruído.
Sumário
Data19 de janeiro de 2017 (7 anos)
CausaPerda de controle causada por desorientação espacial e condições meteorológicas adversas.
LocalBrasil Paraty, Rio de Janeiro
OrigemSão Paulo Aeroporto Campo de Marte, São Paulo
DestinoRio de Janeiro Aeroporto de Paraty
Passageiros4[1]
Tripulantes1
Mortos5[1]
Sobreviventesnenhum
Aeronave
ModeloEstados Unidos Beechcraft King Air C90 GT
PrefixoPR-SOM
Primeiro voo2007

Aeronave

O avião, um bimotor turboélice, modelo Hawker Beechcraft King Air C90, de prefixo PR-SOM, era de propriedade de Carlos Alberto Filgueiras e tinha capacidade para sete passageiros, além do piloto.

Estava registrado em nome da Emiliano Empreendimentos e Participações Hoteleiras Limitada[12][13] e, segundo a ANAC, estava em situação normal de aeronavegabilidade, com inspeção válida até 12 de abril de 2017 e com certificado de autorização de voo válido até 12 de abril de 2022.[14] O avião era considerado seguro.[15]

Acidente

O voo saiu do aeroporto Campo de Marte, na cidade de São Paulo, às 13h (horário de Brasília), com destino à cidade de Paraty, no estado do Rio de Janeiro, porém a aeronave caiu no mar, próximo à Ilha Rasa, cerca de meia hora depois de decolar, momento em que chovia na região da queda.[16][17]

A aeronave caiu próxima da Ilha Rasa, a 4 quilômetros a sudoeste do aeroporto de Paraty.

Vítimas

Investigação

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal abriram, no mesmo dia do acidente, inquéritos para investigarem as causas do acidente,[20][21][22] e a Corte Interamericana de Direitos Humanos pediu por uma rápida e cuidadosa investigação sobre as circunstâncias da queda.[23]

No dia seguinte ao acidente, a Aeronáutica resgatou a caixa-preta do gravador de voz do avião.[24] A aeronave não possuía caixa-preta gravadora de dados.[25] A aeronave foi retirada do mar no domingo, 22, e transportada para o Rio de Janeiro para perícia da Aeronáutica.[26]

Em 23 de janeiro de 2017, o juiz da 1ª Vara Federal de Angra dos Reis, Raffaele Felice Pirro, decretou o sigilo das investigações sobre a queda do avião.[27] Análise preliminar da Aeronáutica "não apontam qualquer anormalidade nos sistemas da aeronave"[28] e que pode ter havido desorientação espacial do piloto.[29]

Relatório final

Em 22 de janeiro de 2018, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) apresentou o relatório final do acidente. A conclusão foi que não houve falha da aeronave nem falta de combustível. O acidente foi causado por três fatores principais:[30][31]

  • Condições climáticas adversas para o pouso visual (VFR), único modo de operação do aeroporto de Paraty. No momento do acidente, a visibilidade horizontal era de 1 500 metros e a precipitação pluviométrica era de 25 mm/h, condições não recomendadas para operações de pouso e decolagem sob VFR.
  • Cultura operacional dos pilotos: as investigações concluíram que havia entre os pilotos que voavam rotineiramente naquela região, uma cultura de "experiência operacional" em condições adversas, em detrimento das recomendações de segurança para a operação em voo visual, com práticas informais que interferiram na percepção e análise adequada dos riscos envolvidos naquela operação de pouso.
  • Desorientação espacial: provável consequência da baixa visibilidade, de curva executada sobre a água a baixa altura, e das condições de estresse do piloto, que levaram à perda de controle da aeronave.

Ver também

Wikinotícias

Referências