André Villas-Boas

treinador de futebol português

Luís André de Pina Cabral e Villas-Boas mais conhecido somente como André Villas-Boas (Porto, 17 de outubro de 1977) é um treinador de futebol português. Atualmente é candidato à presidência do Futebol Clube do Porto em eleições a realizar em abril de 2024.[4]

André Villas-Boas
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André Villas-Boas em 2023
Informações pessoais
Nome completoLuís André de Pina Cabral e Villas-Boas
Data de nasc.17 de outubro de 1977 (46 anos)
Local de nasc.Porto, Portugal
Altura1,82 m[1]
Informações profissionais
Período em atividadeComo Coordenador: 1999–2001 (2 anos)
Como Observador: 2001–2009 (8 anos)
Como Treinador: 2009–presente
Clube atualSem Clube
FunçãoTreinador
Times/clubes que treinou
2009–2010
2010–2011
2011–2012
2012–2013
2014–2016
2016–2017
2019–2021
Académica de Coimbra
Porto
Chelsea
Tottenham[2][3]
Zenit
Shanghai SIPG
Olympique de Marseille

Foi considerado em janeiro de 2011 como o 4º melhor treinador de futebol do mundo num ranking anual publicado pela IFFHS, ficando atrás de Pep Guardiola, José Mourinho e Alex Ferguson.[5]

Desde 2023 que é apontado como candidato à presidência do Futebol Clube do Porto.[6][7][8]

Biografia

Irmão do actor João Villas-Boas, sobrinho paterno de D. Frei Ruy Gonçalo do Valle Peixoto de Villas Boas, neto paterno duma Britânica, bisneto por varonia do 1.° Visconde de Guilhomil, sobrinho-bisneto paterno do 2.° Barão de Paçô Vieira e 1.° Conde de Paçô Vieira e trineto paterno do 1.° Barão de Paçô Vieira[9], Villas-Boas cedo se interessou por futebol, chegando a ponderar ser jogador. No entanto, rapidamente se tornou num apaixonado pelo papel de treinador e pelos aspectos tácticos do jogo. Quando, em 1994, Bobby Robson veio treinar o FC Porto, veio morar no prédio de Villas-Boas, o que levou o jovem aprendiz de treinador a tentar aproximar-se do treinador do Porto.[10] Com 16 anos, escreveu uma carta ao treinador inglês em que sugeria como o então treinador principal do Futebol Clube do Porto poderia dar mais rendimento a Domingos Paciência, seu ídolo da juventude.[9] Este contacto com Bobby Robson fez com que o Inglês ajudasse Villas-Boas a obter as suas certificações de treinador, apesar de, com apenas 17 anos, a lei não o permitir.

Carreira como Coordenador e Observador Técnico

Começou a trabalhar nos escalões de formação do FC Porto, mas não tardou a tornar-se director técnico das Ilhas Virgens Britânicas (chegou a selecionador, tendo perdido 1-5 e 0-9 nos dois jogos contra a selecção da Bermuda que; já em 2010, as Ilhas Virgens Britânicas perderam por 0-14.[11]), escondendo sempre que só tinha 21 anos.[12][10]

De regresso ao Porto, foi treinador das camadas jovens até à chegada (1 ano depois) de José Mourinho que, conhecendo-o dos tempos de Bobby Robson e reconhecendo as suas capacidades, lhe pediu para se tornar seu assistente. Assim, durante 5 temporadas (2003 a 2008) foi responsável por uma parte importante do êxito de José Mourinho no FC Porto e Chelsea, com tarefas específicas como analisar os adversários e fazer prospecção detalhada de jogadores. Após a saída do Chelsea, seguiu Mourinho para o Inter Milão como seu adjunto.[10]

Carreira como treinador

Acadêmica de Coimbra

Manifestou desejo a Mourinho de dar um novo rumo à sua carreira como treinador principal noutra equipa de futebol profissional, algo que aconteceu um em 13 de outubro de 2009, foi lhe apresentado a proposta de ser o técnico principal da Académica Coimbra, com a missão tirar a equipa do último lugar da Primeira Liga. Com apenas 31 anos esta seria a sua primeira aventura naquele posto.[13]

A 12 de novembro de 2009, apenas um mês após a sua ingressão na Académica Coimbra, foi emitida a notícia de que Villas Boas seria o escolhido pelo Sporting Clube de Portugal para suceder a Paulo Bento no comando técnico da equipa.[14] Algo desmentido no dia seguinte pela Académica através do site oficial do clube.[15]

FC Porto

André Villas-Boas no Porto.

No dia 2 de junho de 2010, André Villas-Boas foi anunciado oficialmente como o novo treinador da equipa de futebol profissional do Futebol Clube do Porto, substituindo Jesualdo Ferreira para as seguintes duas épocas, através de um comunicado oficial do clube à CMVM.[16] De acordo com a proposta, Villas-Boas auferiu 55 mil euros/mês.[17] Teve como treinadores adjuntos, no Futebol Clube do Porto, Vítor Pereira (antigo treinador do Santa Clara e treinador principal no Porto após Villas-Boas), e Pedro Emanuel (ex-futebolista do Porto).[18]

Durante esta época, talvez considerada a melhor da década, Villas-Boas conquistou uma Supertaça Cândido de Oliveira, um Campeonato Nacional, uma Liga Europa e uma Taça de Portugal.

Villas-Boas tornou-se assim o quinto técnico a conseguir ganhar o campeonato português logo na primeira temporada em que dirige uma equipa desde o início, feito que no FC Porto só tinha sido alcançado por Mourinho, na época de 2002/03[carece de fontes?]. Tornou-se também o terceiro treinador mais novo de sempre a conquistar o título de campeão nacional de futebol, com 33 anos de idade, estando atrás do húngaro Mihaly Siska (campeão pelo FC Porto em 1938-39) e de Juca (campeão pelo Sporting, em 1961-62)[carece de fontes?]. Com a conquista da Liga Europa tornou-se também no mais jovem treinador de sempre a ganhar uma prova europeia.[19]

De entre os feitos de Villas-Boas no FC Porto destacam-se:

  • Conquista de um campeonato sem derrotas, feito que não era conseguido desde 1972/73.[20]
  • Clube com mais jogos ao longo de todas as competições sem perder (36). O recorde anterior pertencia, também no Porto, a José Mourinho.[21] Parte desta sequência foi conseguida pelo anterior treinador, Jesualdo Ferreira.
  • Maior número de vitórias de um clube Português na Europa (14)[22]
  • Consagração do clube como campeão nacional no Estádio da Luz, algo que não acontecia há 71 anos.[23]
  • Maior número de vitórias consecutivas numa época (16).
  • Maior número de pontos numa época de 30 jogos (84).[20]
  • Maior margem de pontos para o segundo classificado (21 pontos de vantagem para o Benfica).[20]
  • Conquista de quatro troféus, igualando o feito de Tomislav Ivic, no FC Porto, em 1987-88.
  • Reviravolta que nunca tinha acontecido nas meias-finais da Taça de Portugal frente ao SL Benfica. Após perder 2-0 em casa, a equipa de Villas-Boas venceu 3-1 no Estádio da Luz.[24]
  • Ultrapassagem por parte do FC Porto do número de títulos do SL Benfica, tornando-se, assim, no clube com mais troféus oficiais em Portugal.[25][26][27][28][29][30][31][32][33][34][35]

Chelsea

André Villas-Boas no Chelsea.

No dia 20 de junho de 2011, notícias apontaram o treinador como futuro técnico do Chelsea FC, uma vez paga a cláusula de rescisão de 15 milhões de euros. No dia seguinte, o Porto comunicou à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) o pagamento da cláusula e consequente rescisão de contrato.[36] Com a compensação paga, o Chelsea confirmou o interesse e as negociações com Villas-Boas[37], e, no dia 22 de junho de 2011, anunciou oficialmente a contratação do treinador, por 3 anos. Foi anunciado que o contrato pelo Chelsea renderá a Villas-Boas um salário de 5 milhões de euros anuais[38], o que corresponde a cerca de 8x o vencimento auferido a treinar o Futebol Clube do Porto.

É despedido do Chelsea no dia 4 de março de 2012, após a derrota frente ao WBA (1-0), que deixou o Chelsea a três pontos do quarto lugar na Liga inglesa, que disputava com o Arsenal.[2] No ano em que é despedido do Chelsea, este acaba por vencer a Champions League, pelo que André Villas Boas acaba por não conseguir ser campeão europeu, apesar de ter realizado uma excelente campanha na fase de grupos desta competição.

Apesar da má campanha no clube londrino, os dirigentes e os adeptos que o apoiaram devem-se recordar do português, pois foi adjunto de Mourinho quando este treinava o Chelsea, e foi ele que descobriu aquele que era o guarda-redes da equipa e considerado um dos melhores do mundo, com apenas 22 anos (Thibaut Courtois).

Tottenham

André Villas-Boas no Tottenham Hotspur FC.

A 3 de julho de 2012 foi anunciado que Vilas-Boas seria o novo treinador do Tottenham Hotspur FC, tendo assinado um contrato por 3 épocas.[3]

Em 16 de dezembro de 2013, após derrota de 0–5 em White Hart Lane contra o Liverpool, Vilas-Boas deixa o comando técnico do Tottenham, segundo comunicado oficial do clube, por decisão de ambas as partes.[39] Embora André Vilas-Boas tenha sido o treinador com mais sucesso no comando dos Spurs desde 1992, tendo ganho 54% dos seus jogos na Premier League e tenha ganho 6 jogos num total de 6 no Grupo K da Liga Europa, o clube londrino decidiu que o melhor seria dispensar Vilas-Boas, para surpresa de todos, inclusive dos jogadores e dos adeptos do clube.[40]

Zenit

André Villas-Boas no Zenit.

Após ser despedido do Tottenham, Villas-Boas é indicado para treinador do FC Zenit São Petersburgo. Assina pelo clube russo em 2013-2014, após o mercado de Inverno (janeiro), tendo aí se reencontrado com Hulk, jogador treinado pelo português no FC Porto. Villas-Boas estreia-se em grande com uma vitória, e consegue mais umas, porém acaba o campeonato em segundo lugar atrás do CSKA Moskva.

Após o início da época 2014-2015, Villas-Boas, após terminar 2013-2014 em segundo, segue para o play-off da Champions para conseguir um lugar na prova milionária. Já o campeão CSKA segue diretamente para a fase de grupos (onde ficou com Bayern Munique, Manchester City e AS Roma).

André Villas-Boas consegue passar o play-off e junta-se assim ao grupo de Mónaco, Benfica e Bayer Leverkusen. Villas-Boas termina assim em terceiro lugar, jogando assim a Liga Europa, mas fica fora dos oitavos-de-final da Champions (passaram Mónaco e Bayer Leverkusen).

Na Liga Europa, o Zenit elimina PSV nos 16 avos-de-final (1-0 na primeira mão em Eindhoven, e 3-0 na segunda mão em São Petersburgo), e Torino nos oitavos-de-final (vence 2-0 na primeira mão em casa, e perde 1-0 na segunda mão em Turim).

Nos quartos-de-final, Villas-Boas é eliminado pelo Sevilha (perde 2-1 na primeira mão em Sevilha e empata 2-2 em São Petersburgo).

Dada a eliminação do Zenit das competições europeias em 2014-2015, Villas-Boas continuou a caminho do título da Premier League Russa até se sagrar finalmente campeão, com 67 pontos - mais 7 que CSKA Moskva e FC Krasnodar, respetivamente.

Concluída a passagem pelo Zenit o treinador anunciou em 23 de maio de 2016 que vai fazer uma pausa na carreira.[41]

Shanghai SIPG

Em 4 de novembro de 2016 foi anunciado como novo técnico do clube chinês Shanghai SIPG.[42][43][44] A equipe milionária do oriente contratou o português após demitir o sueco Sven-Göran Eriksson, que estava a frente da equipe por duas temporadas. André aceitou a oferta de salário de € 12 milhões de euros por ano com duração de 2 temporadas, tornando-se o quarto técnico mais bem pago do mundo.[42][43]

Após uma temporada com muita expectativa por títulos, Villas-Boas deixou o comando técnico ao final da temporada, no dia 30 de novembro de 2017, logo após perder a final da Copa da China para o arquirrival Shanghai Shenhua. O SIPG já tinha sido eliminado nas semi-finais da Liga dos Campeões da AFC para o Urawa Red Diamonds. Apesar do vice-campeonato na Super Liga Chinesa, o português pediu demissão do clube chinês. A intenção da diretoria era uma renovação, mas Villas-Boas recusou para poder competir no ano seguinte pelo Rally Dakar. Villas-Boas dirigiria um Toyota Hilux na competição automobilística.[45][46] A frente do Shanghai foram 49 jogos, 30 vitórias, 8 empates e 11 derrotas com um aproveitamento de 66,6 %.[47]

Olympique de Marseille

No dia 28 de maio de 2019, notícias apontaram o treinador como futuro técnico do Olympique de Marseille, por um período de dois anos.[48]

No dia 2 de fevereiro de 2020, no entanto, anunciou que pedira demissão do Olympique de Marseille por divergência quanto a contratação de um jogador.[4][49]

Títulos como treinador

FC Porto
Zenit São Petersburgo

Prêmios individuais

  • Foi considerado em Janeiro de 2011 como o 4º melhor treinador de futebol do mundo num ranking anual publicado pela IFFHS, ficando atrás de Pep Guardiola, José Mourinho e Alex Ferguson.
  • Prémio CNID Treinador Revelação: 2010[50]
  • Globos de Ouro: 2011 (Prémio Revelação)[51]
  • Dragão de Ouro: 2011 (Prémio Revelação)[52]
  • Treinador do Mês na Barclays Premier League: dezembro de 2012, fevereiro de 2013[53]

Vida pessoal

A avó materna de Villas-Boas era inglesa (com a excepção de um português tetravô), embora nascidos em Lordelo do Ouro, freguesia do Porto, cuja família do pai já estava estabelecida em Portugal, e cuja mãe se mudou de sua nativa Cheadle, Metropolitan Borough de Stockport, para Guimarães no início de 1900. Como resultado, Villas-Boas fala «inglês impecávelmente».[54]

É casado desde 2004 com Joana Teixeira, tendo duas filhas: Benedita, nascida em 2009 e Carolina, nascida em 2010, e um filho, Frederico, nascido em 2015.[55]

Estatísticas

Atualizado dia 31 de maio de 2017

ClubeJogosVitóriasEmpatesDerrotasAproveitamento
Académica301191036.67%
Porto58495484.48%
Chelsea4019111047.50%
Tottenham8044201655.00%
Zenit10162201961.39%
Shanghai SIPG493081166.66%
Olympique de Marseille6029131855,55%

Referências

Ligações externas

Precedido por
Jesualdo Ferreira
Técnico do Porto
2010–2011
Sucedido por
Vítor Pereira
Precedido por
Carlo Ancelotti
Técnico do Chelsea
2011–2012
Sucedido por
Roberto Di Matteo
Precedido por
Harry Redknapp
Técnico do Tottenham
2012–2013
Sucedido por
Tim Sherwood
Precedido por
Sergey Semak
Técnico do Zenit
2014–2016
Sucedido por
Mircea Lucescu
Precedido por
Sven-Göran Eriksson
Técnico do Shanghai SIPG
2016–2017
Sucedido por
Vítor Pereira
Precedido por
Rudi Garcia
Técnico do Olympique de Marseille
2019–2021
Sucedido por
a definir
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