Helena Balsemão

atriz luso-brasileira

Helena Balsemão Rodrigues (Porto, 1850 — Porto, 21 de fevereiro de 1903) foi uma atriz e encenadora portuguesa radicada no Brasil no século XIX.[1][2][3]

Helena Balsemão
Nascimento1850
Foz do Douro
Morte21 de fevereiro de 1903
Cedofeita
SepultamentoCemitério de Agramonte
CidadaniaBrasil, Reino de Portugal
Ocupaçãoatriz, encenadora

Biografia

Helena Balsemão nasceu no Porto, freguesia da Foz do Douro, filha de José Coelho da Silva e de sua mulher, Ana de Jesus Teixeira. É possível que ocultasse a sua verdadeira idade, pois no seu assento de óbito é referido ter 62 anos de idade, o que significaria ter nascido em 1840 ou 1841.[4]

Estreou-e em 1866 juntamente com a atriz Virgínia Dias da Silva, na comédia em dois actos Mocidade e Honra; no Teatro do Príncipe Real, de Lisboa. Indo para o Teatro Gymnasio, participou das encenações de Nem César nem João Fernandes e Tesouro do Tio Jacob.[1]

Posteriormente, passou a atuar no importante Teatro Nacional D. Maria II, entre outras, nas seguintes pecas: Egas Moniz, Alfageme de Santarém, Corte na Aldeia, Amores de Leito, e Favorito da Favorita.[1]

Em 1870 retorna ao Porto, sua cidade de nascimento, para atuar no Teatro Baquet. Aí permaneceria até o ano de 1874.[1]

Em 1874, convidada pelo ator José António do Vale, vai para o Brasil, onde inicia suas atividades teatrais na cidade do Rio de Janeiro, então capital do Império do Brasil[5]; estreia no Teatro de S. Luís com o drama Apóstolos do Mal.[1] Ainda no mesmo teatro Helena Balsemão faz o papel principal da peça Valentina, na qual segundo os críticos parecia uma Valentona.[6]

No Brasil, Helena Balsemão tornaria-se empresária teatral; percorrendo as maiores cidades do país obtendo bom êxito.[1] Sua companhia teatral apresenta-se na cidade de Areia no Teatro Recreio Dramático, atual Theatro Minerva[7], o mais antigo do estado da Paraíba.[8] Em 1881 sua companhia teatral apresenta-se na cidade fluminense de Campos dos Goytacazes no Theatro São Salvador.[9]

Em 1887 apresentou-se em Teresina, Piauí, no Teatro Concórdia. Na cidade, Helena Balsemão animou bailes, recebeu homenagens e se envolveu em uma polêmica que dividiu a população local. Constou ao público que a atriz portuguesa hostilizava, por intrigas de bastidores, a atriz brasileira Josefa de Carvalho, da mesma companhia, questão que originou a formação de partidos em defesa das atrizes, a competir acerca de qual delas seria mais ovacionada, vaiada e defendida, nos discursos durante os intervalos do último espetáculo da companhia em Teresina. Embora ambas atrizes tenham negado a existência do desentendimento, alteraram os ânimos dos frequentadores do teatro e se tornaram assunto para os jornais e um boletim apócrifo que circulou na cidade. A passagem de Helena Balsemão com suas polêmicas, pela cidade de Teresina, evidenciam o grande envolvimento da população teresinense com o teatro, ao ponto de se formarem posições antagônicas por motivos internos às companhias.[10]

Tendo tornado-se excessivamente obesa, sentia-se exausta, e só se encarregava de alguns papéis de damas centrais. Em Manaus, no Amazonas, Helena Balsemão se casa com o ator Eduardo Rodrigues no ano de 1887.[1]

Ainda no Brasil, deixa a atividade teatral e estabelece-se como comerciante na cidade de Mococa, no Estado de São Paulo, sendo proprietária de uma loja de tabacos e loterias. Volta para Portugal, regressando à cidade do Porto, onde falece a 21 de fevereiro de 1903, no número 393 da Rua do Almada, freguesia de Cedofeita, sendo sepultada no Cemitério de Agramonte.[1][4]

Referências