Ávito de Vienne
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Santo Ávito de Vienne | |
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Estátua de São Ávito em Saint-Avit dans la Drôme, na França | |
Arcebispo de Vienne | |
Nascimento | c. 470 |
Morte | 517/519[1] |
Veneração por | Igreja Católica e Igreja Ortodoxa |
Festa litúrgica | 5 de fevereiro |
Portal dos Santos |
Ávito (em latim: Alcimus Ecdicius Avitus ou Avitus Viennensis) foi um poeta latino e um arcebispo de Vienne, na Gália romana. Ele nasceu numa proeminente família senatorial galo-romana e era parente do imperador romano Ávito.[2]
Seu pai era Hesíquio, bispo de Vienne,[3] onde as honras episcopais eram informalmente passadas de forma hereditária.[4]
Ávito nasceu provavelmente em Vienne, pois ele foi batizado pelo bispo Mamerto.[5] Em tempos difíceis para a fé católica e para a cultura romana ao sul da Gália, Ávito lutou com perseverança e conseguiu ajudar a extinguir o arianismo entre os burgúndios. Ele conseguiu ganhar a confiança do rei Gundebaldo e converteu seu filho, o rei Sigismundo (516-529).
A fama literária de Ávito se deve principalmente às muitas cartas suas que chegaram até nós (edições recentes contam 96)[6] e um poema longo, De spiritualis historiae gestis, em hexâmetro clássico, em cinco livros e tratando dos temas bíblicos do pecado original, a expulsão do paraíso, o dilúvio e a travessia do Mar Vermelho. Os primeiros três livros têm uma certa unidade dramática, contando as preliminares de um grande desastre, a catástrofe em si e suas consequências. O quarto e o quinto lidam com o dilúvio e a travessia do Mar Vermelho como símbolos para o batismo. Ávito trata com familiaridade os eventos escriturais e representa bem sua beleza, sequência e significado. Ele é um dos últimos mestres da arte da retórica como era ensinada nas escolas da Gália nos séculos IV e V. Sua dicção poética, embora repleta de arcaísmos e redundâncias rítmicas, é pura e selecionada, observando corretamente as leis da métrica poética. A Enciclopédia Católica afirma que "Milton se utilizou de sua paráfrase das Escrituras em sua obra Paraíso Perdido". Ávito também escreveu um poema para sua irmã Fuscina, uma freira, elogiando a virgindade.
As cartas de Ávito são de considerável importância para a história eclesiástica e política dos anos entre 499 e 518, como fontes primárias do início da história política, eclesiástica e social dos merovíngios. Entre elas está uma famosa carta para Clóvis por conta de seu batismo. Ávito trata o rei merovíngio não como se ele fosse um pagão convertido, mas como um simpatizante recente do arianismo, possivelmente mesmo um catecúmeno.[7] As cartas documentam a relação próxima entre o bispo católico de Vienne e o rei ariano dos burgúndios, o grande Gundebaldo, e com seu filho, o católico convertido Sigismundo.
Havia antigamente uma coleção de suas homilias e sermões, mas eles todos se perderam, com exceção de dois, e de alguns fragmentos e trechos citados de outros.
A obra chamada Diálogos com o rei Gundebaldo, escrita para defender a fé católica contra os arianos e que alega representar o famoso Colóquio de Lyon em 449 já atribuída à Ávito. Julien Havet demonstrou em 1885, porém, que trata-se de uma falsificação do oratoriano Jérome Viguier, que também falsificou uma carta supostamente do papa Símaco para Ávito.[carece de fontes?]