Pablo Marçal
Ferramentas
Operações
Geral
Imprimir/exportar
Noutros projetos
Pablo Marçal | |
---|---|
Marçal em entrevista | |
Dados pessoais | |
Nascimento | 18 de abril de 1987 (37 anos) Goiânia, Goiás, Brasil |
Nacionalidade | brasileiro |
Cônjuge | Ana Carolina Marçal |
Partido |
|
Ocupação | empresário e político |
Fortuna | R$ 96,2 milhões (2022) |
Pablo Henrique Costa Marçal (Goiânia, 18 de abril de 1987) é um coach, empresário, político e influenciador digital brasileiro. Tornou-se mais conhecido por vender cursos de desenvolvimento pessoal nas redes sociais e por sua trajetória política recente.
Obteve maior exposição midiática em 2022, quando protagonizou uma expedição ao Pico dos Marins, situado na Serra da Mantiqueira em São Paulo, que demandou intervenção do corpo de bombeiros devido à exposição de 32 pessoas a riscos de vida.
No mesmo ano, foi pré-candidato à presidência da República pelo PROS, mas sua candidatura não foi homologada em razão de divergências internas no partido, que decidiu apoiar Luiz Inácio Lula da Silva. À revelia do partido, Marçal apoiou o candidato da oposição, Jair Bolsonaro. Também nas eleições gerais de 2022, candidatou-se a deputado federal por São Paulo e obteve 243 mil votos, porém, após decisão liminar do ministro Ricardo Lewandowski, do Tribunal Superior Eleitoral, sua candidatura foi impugnada.[1][2][3]
Nas eleições gerais no Brasil em 2022, declarou um patrimônio de 16,9 milhões de reais, que posteriormente foi aumentado para 96,2 milhões de reais.[4]
No contexto das eleições presidenciais de 2022, o PROS anunciou a candidatura de Pablo Marçal à presidência da República, após convenção em 31 de julho de 2022, sob a direção de Marcus Holanda.[5][6] Seria a primeira candidatura independente do partido,[7] porém, Eurípedes Júnior, que fora recém-empossado presidente do PROS, apresentou nova convenção partidária, que cancelou a candidatura de Marçal e endossou a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva.[6] Em conversa divulgada pela Folha, Holanda dizia esperar 200 milhões de reais de Marçal, auferidos de vaquinha entre seus seguidores nas redes sociais.[8] A candidatura chegou a receber R$485 mil em doação de pessoas físicas.[9] Marçal recorreu ao Tribunal Superior Eleitoral, com posicionamento favorável da Procuradoria-Geral Eleitoral, sob o argumento de que a nova convenção desrespeitou o prazo determinado na legislação.[6][10] Todavia, o Poder Legislativo indeferiu o recurso e manteve o cancelamento da candidatura, reconhecendo a legitimidade da decisão de Eurípedes Júnior.[11] À revelia do partido, Marçal declarou apoio à reeleição de Jair Bolsonaro.[12] Em junho de 2023, Marçal afirmou ser vítima de perseguições porque "sabem que uma hora vou ser presidente do Brasil".[13]
Enquanto buscava invalidar judicialmente a decisão do partido, Marçal solicitou ao TSE que fosse permitida sua participação no primeiro debate presidencial, organizado pela Band em 28 de agosto de 2022, mas a ministra Maria Claudia Bucchianeri indeferiu o pedido.[14] Em resposta, o ex-presidenciável organizou um protesto em frente à emissora.[15][16] Apesar da candidatura à presidência sequer ter sido registrada, houve repercussão por veículos de imprensa como a Veja e o português Diário de Notícias, que destacavam o fato de Marçal ter exposto pessoas a risco de vida no Pico dos Marins.[17][18]
A despeito do cancelamento da candidatura à presidência, Marçal candidatou-se a deputado federal por São Paulo.[12] A candidatura ocorreu sob judice, pois seu registro fora indeferido pelo TRE-SP ao fim de setembro de 2022, entretanto, foi um dos vinte candidatos mais votados, com 243 mil votos.[19][20] Em 6 de outubro, uma decisão do TRE-SP aprovou o registro da candidatura e, após retotalização dos votos, Marçal passou, temporariamente, à condição de eleito.[21][22] Apesar disso, a candidatura foi indeferida pelo Tribunal Superior Eleitoral, e a vaga de Marçal passou a Paulo Teixeira, do PT.[23]
Marçal apoiou a campanha de Jair Bolsonaro no segundo turno das eleições de 2022, tendo inclusive participado de live com o presidenciável. Segundo a Folha, Carlos Bolsonaro chamou Marçal de "coach malandrão" e o acusou de querer vantagens financeiras ao apoiar Bolsonaro.[24] O apoio incluiu orientações no debate presidencial da Band, com dicas de colocação diante das câmeras e de oratória.[25] Segundo a Veja, Marçal foi considerado "a principal novidade da campanha" no segundo turno pelos correligionários de Jair Bolsonaro, apesar da reprovação de Carlos.[26]
Filiou-se ao Democracia Cristã (DC) a fim de ser candidato à Prefeitura de São Paulo em 2024; 14 dias depois, foi para o Partido Renovador Trabalhista Brasileiro com o mesmo intuito.[27][28]
Ano | Eleição | Partido | Candidato a | Votos | % | Resultado | Ref |
---|---|---|---|---|---|---|---|
2022 | Estaduais em São Paulo | PROS | Deputado federal | 243.037 | 1,02% | Não eleito | [29] |
Em 2010, Marçal foi condenado por envolvimento em uma quadrilha que desviou dinheiro de bancos em 2005, quando tinha 18 anos de idade. O grupo criava sites falsos de instituições financeiras e enviava emails fraudulentos para roubar informações das vítimas com programas conhecidos como cavalos de Troia. Segundo a investigação, Marçal capturava emails de vítimas para um dos líderes, o pastor Danilo de Oliveira, e consertava computadores dos criminosos. Marçal admitiu ter colaborado com o grupo, mas afirmou desconhecer os atos ilícitos. Sua pena foi extinta em 2018 por prescrição retroativa.[30][31]
Em 5 de janeiro de 2022, Marçal conduziu 32 pessoas numa escalada ao Pico dos Marins, na Serra da Mantiqueira, em um contexto meteorológico adverso, sem os equipamentos adequados.[32] Devido à chuva, o Corpo de Bombeiros precisou organizar uma operação de resgate ao grupo, com nove horas de duração.[33] Marçal alegou, em sua defesa, que o Corpo de Bombeiros foi acionado por precaução, o que foi contestado por profissionais da corporação.[34] A atitude do empresário foi duramente criticada por autoridades, pela imprensa brasileira e pelo bombeiro Pedro Aihara, que chamou Marçal de "fanfarrão", e que "ele foi totalmente irresponsável".[35][34] A fim de mostrar os riscos a que a multidão foi exposta, o programa Fantástico levou um grupo de profissionais a uma trilha no Pico dos Marins.[35]
Em consequência dessa atitude, Marçal foi proibido, por medida cautelar, de "realizar qualquer atividade externa, precipuamente na natureza (seja em montanhas, picos, rios, lagos, mares, ou em locais correlatos), por si ou por interposta pessoa, sem prévia e expressa autorização da Polícia Militar".[17] Um inquérito foi aberto pela Polícia Civil por tentativa de homicídio supostamente praticada por Marçal, apesar de tentativas malsucedidas dos oficiais de justiça de intimar o empresário.[36][17] Entretanto, no parecer do delegado responsável, Marçal não foi apontado como culpado pelo ocorrido e não foi indiciado, sob a justificativa de que os envolvidos agiram por conta própria.[37][38] O Ministério Público questionou o resultado desse inquérito e a legitimidade do depoimento de algumas testemunhas, que trabalham na empresa de Marçal.[37]
Marçal é proprietário da empresa Plataforma Internacional,[39] que é investigada por desrespeitar as normas sanitárias durante a pandemia de COVID-19, como obrigatoriedade de uso de máscaras e isolamento social.[40][41]
Bruno da Silva Teixeira, 26 anos, era funcionário da XGrow, parte da Plataforma Internacional, e morreu, após sofrer parada cardíaca, durante um desafio organizado pela empresa. O óbito ocorreu no 15.º quilômetro do percurso, que totalizaria 42 quilômetros, o dobro do proposto inicialmente.[42] A maratona ocorreu poucos dias após Marçal vangloriar-se de ter percorrido 42 quilômetros.[43] O caso está sob investigação da Polícia Civil.[44] Após o caso, funcionários denunciaram que havia pressão dentro da empresa para que fizessem atividades físicas, sob o risco de demissão, e sem solicitação de exames médicos.[40]
No contexto das eleições gerais de 2022, Marçal publicou um conteúdo que associava o Partido dos Trabalhadores à distribuição do kit gay.[45] O conteúdo foi apagado sob determinação do Tribunal Superior Eleitoral, sob a justificativa de ser "desinformação circular".[46]
Uma publicação de Marçal, que supostamente denunciava uma agressão sexual contra uma criança, foi removida do Instagram por ferir os termos de uso da plataforma. O vídeo, que expunha a cena de uma criança sendo beijada à força, supostamente teria sido gravado na Ilha do Marajó, e foi postado alguns dias após Damares Alves denunciar, sem provas, torturas, mutilações, abuso sexual e tráfico humano contra crianças nessa ilha.[47][48]
Em janeiro de 2024, Marçal se tornou um meme e foi criticado por sua fala em uma palestra, onde diz que teria identificado uma pane em um helicóptero antes do piloto e então teria acalmado-o. Vários usuários acusaram a história de mentirosa,[49][50] incluindo o especialista em aviação Lito Sousa.[51]
Em 8 de maio de 2024, a Advocacia-Geral da União (AGU) acionou Marçal na Justiça sobre notícias falsas espalhadas sobre a atuação dos militares nas enchentes no Rio Grande do Sul.[52]
Em julho de 2023, no âmbito da Operação Ciclo Fechado, a Polícia Federal executou mandados de busca e apreensão contra Marçal e seus correligionários, para investigar possíveis crimes eleitorais da sua tentativa de candidatura à presidência do Brasil nas eleições de 2022.[53][54] A operação teve início após o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) relatar 42 operações suspeitas nas contas bancárias de Pablo Marçal, que levaram à suspeita de lavagem de dinheiro.[55] Em agosto de 2022, Marçal era recordista em autofinaciamento, tendo doado mais de 500 mil reais à sua própria campanha.[56] Há indícios de que esses valores doados à campanha foram repassados posteriormente às empresas de Pablo Marçal, a fim de ocultar a origem do dinheiro.[57] Alguns dos mandados não chegaram a ser cumpridos, pois apenas uma sala de jogos e uma editora se encontravam no endereço das sedes das empresas.[58] Marçal queixou-se de perseguição política.[59][60]
Casado com Carol Marçal, com quem tem quatro filhos, Pablo Marçal é bacharel em direito.[61][62][63] Declarou patrimônio de 16,9 milhões de reais à Justiça Eleitoral, posteriormente retificado para 96 milhões de reais.[64][65]
Outros projetos Wikimedia também contêm material sobre Pablo Marçal: | |
Categoria no Commons | |
Base de dados no Wikidata |