Engajamento cívico
Ferramentas
Geral
Imprimir/exportar
Engajamento cívico ou participação cívica é o incentivo da população em geral para se envolver no processo político e as questões que as afetam. É a comunidade se unindo para ser uma fonte coletiva de mudança, política e não política.[1] O engajamento cívico tem muitos elementos, mas basicamente é sobre a tomada de decisão, ou governança sobre quem, como e por quem os recursos de uma comunidade serão alocados. O cerne da participação cívica encontra-se ligado ao princípio mais básico de um governo democrático, isto é, que a soberania reside unicamente nas mãos do povo (os cidadãos). Engajamento cívico é sobre o direito do povo de definir um bem público, determinar as políticas pelas quais eles vão buscar esse bem, e de reformar ou substituir as instituições que não servem mais para esse bem.[2] O engajamento cívico também pode ser resumido como um meio de trabalhar em conjunto para fazer a diferença na vida civil das nossas comunidades e desenvolver a combinação de habilidades, conhecimentos, valores e motivação para fazer essa diferença. Significa promover uma qualidade de vida em uma comunidade, através de ambos os processos políticos e não políticos.[3]
Engajamento cívico pode assumir muitas formas: do trabalho voluntário ao envolvimento organizacional para a participação eleitoral. Pode incluir esforços para abordar diretamente um problema, trabalhar com outras pessoas de uma comunidade para resolver um problema ou interagir com as instituições de democráticas.[4] Outra forma de descrever este conceito é o senso de responsabilidade social e pessoal que os indivíduos sentem para defender as suas obrigações, como parte de qualquer comunidade.
Um estudo publicado pelo Centro para Informação e Pesquisa sobre a Aprendizagem & Engajamento cívico na Universidade Tufts, divide o engajamento cívico em 3 categorias: voz cívica, eleitoral e política.[5] Estudiosos do engajamento on-line dos jovens vêm tentando ampliar a interpretação do engajamento cívico para além das instituições e atividades atuais.[6] Esses pesquisadores sugerem que a redução da vida cívica em pequenos conjuntos de comportamentos explicitamente eleitorais pode ser insuficiente para descrever o espectro completo de envolvimento público na vida cívica.
Medidas de engajamento cívico[5] | |||||
---|---|---|---|---|---|
Cívico | Eleitoral | Voz política | |||
Resolução de problemas da comunidade | Votação regular | Contactar representantes | |||
Voluntariado regular para uma organização não-governamental | Persuadir os outros a votar | Contactar a mídia impressa | |||
Associação ativa em um grupo | Fazer campanha com botões, faixas, adesivos | Contactar a canais de transmissão (rádio e televisão) | |||
Participar em campanhas para angariar fundos | Contribuições de campanha | Protestos | |||
Outras campanhas para angariar fundos para a caridade | Voluntariado para organizações ou candidatos políticos | Petições on-line | |||
Concorrer a um cargo político | Registrar eleitores | Petições escritas | |||
Boicote | |||||
Buycotting | |||||
Canvassing |
Robert Putnam em seu livro Bowling Alone, já apontava desde o início do século 21 sobre as mudanças nos padrões de participação cívica. Segundo Putnam, apesar dos grandes aumentos em oportunidades de ensino superior que possam fomentar a participação cívica, os cidadãos estavam se envolvendo menos na vida política das comunidades. Uma série de estudos sugeriu que os jovens estavam se engajando cada vez menos na política.[7] O uso da Internet é apontado como um importante recurso no fomento da participação cívica entre os jovens, através de portais, redes sociais e até votações eletrônicas que integrem juventude, governo e comunidade. Pesquisadores defendem o aproveitamento do domínio e amplo uso da Internet pelos jovens para aumentar as oportunidades dos cidadãos dessa faixa etária de assimilar conceitos de democracia e cidadania, gerar envolvimento com as instituições democráticas e desenvolver as atitudes de debate, hierarquização e negociação.[8]
O relatório de 2015 sobre o voluntariado mundial, a primeira avaliação global a respeito do poder dos voluntários para ajudar a melhorar a forma como as pessoas são governadas, baseia-se em evidências de países tão diversos como Brasil, Quênia, Líbano e Bangladesh. O relatório das Nações Unidas mostra como as pessoas comuns estão se disponibilizando seus tempos livres, energias e habilidades para melhorar a forma como são governados à níveis locais, nacionais e globais. Melhorar a governança em todos os níveis é um pré-requisito para o sucesso do novo conjunto de objetivos de desenvolvimento sustentável, acordados no âmbito das Nações Unidas em Setembro de 2015.[9]
A nível global, por exemplo, um grupo diversificado de 37 voluntários online de todo o mundo passaram por 4 meses em 2014 de intensa colaboração com o Departamento das Nações Unidas de Assuntos Econômicos (UN DESA) para processar 386 pesquisas de opiniões levadas para 193 Membros de estados das Nações Unidas. A diversidade de nacionalidades e línguas dos voluntários (mais de 65 idiomas, 15 nacionalidades, dos quais metade são de países em desenvolvimento) ressaltou perfeitamente a missão da pesquisa.
Engajamento cívico é um construtor de comunidade. Quando o engajamento cívico é feito corretamente, você começa a construir um elo entre a comunidade e o governo local. Engajamento cívico e o trabalho comunitário andam lado a lado e juntos ajudam a comunidade a crescer e a criar uma base sólida para o papel do governo.
“Esteja aberto aos resultados, não ligado ao resultado.” – Angeles Arrien
Benefícios da participação cívica em Governos Locais
• O estado implementa programas de saúde pública para melhor beneficiar as necessidades da sociedade. Considerado um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo, o SUS (Sistema Único de Saúde), segundo informações do Conselho Nacional de Saúde[13] é descrito pelo Ministério da Saúde na cartilha Entendendo o SUS como "um sistema ímpar no mundo, que garante acesso integral, universal e igualitário à população brasileira, do simples atendimento ambulatorial aos transplantes de órgãos".
A meta para o governo estadual nas eleições é promover o engajamento cívico. A reitora Regina Lourenço do Instituto Annette Strauss afirma: "Política e todas as outras formas de engajamento são realmente sobre tentar fazer sua comunidade, seu estado e seu país um lugar melhor para viver."[15] A afluência às urnas garante engajamento cívico entre o Estado com incentivos que promete organizações de voluntariado, caridade e envolvimento político com todos na comunidade que terão uma voz a ser ouvida.
O estado pode ajudar a promover a participação cívica, assegurando processos eleitorais justos; através da construção de parcerias entre agências governamentais, organizações sem fins lucrativos e cidadãos e pela manutenção de redes de informação sobre as oportunidades de caridade.[16]