Agniya Barto

escritora e poeta russa

Agniya Lvovna Barto (russo: А́гния Льво́вна Барто́; Moscou, 17 de fevereiro de 19061 de abril de 1981) foi uma escritora e poeta soviética, famosa por seus livros infantis.

Agniya Barto
NascimentoАгнесса Львовна Волова
17 de fevereiro de 1906
Moscou, Império Russo
Morte1 de abril de 1981 (75 anos)
Moscou, União Soviética
SepultamentoCemitério Novodevichy
Nacionalidaderussa
CidadaniaUnião Soviética, Império Russo
CônjugePavel Barto
Ocupaçãoescritora, poeta e jornalista
PrémiosOrdem de Lenin
Gênero literárioficção
Obras destacadasPassing (1929)
Movimento estéticorealismo socialista

Biografia

Agniya nasceu na capital soviética em 1906, no seio de uma família judaica. Seu pai, Lev Nikolayevich Volov, era veterinário, e sua mãe, Maria Blokh, dona de casa, era natural da Lituânia. Quando criança, Agniya estudou balé na escola, mas logo foi atraída para a leitura e a escrita, começando a escrever alguns poemas por conta própria, imitando os estilos de Anna Akhmatova e Vladimir Mayakovsky. Quando se formou no balé, ela declamou um poema de sua própria autoria. Na formatura estava presente o então ministro da educação, Anatoly Lunacharsky, que disse que ela deveria se tornar uma poeta profissional ao invés de bailarina.[1][2]

Casada com o engenheiro elétrico e também poeta, Pavel Barto, com quem teve um filho, Garik, os primeiros livros publicados de Agniya foram Chinese boy Wan-Lin e Mishka the Petty Thief, em 1925. Depois publicou The First of May, em 1926 e Brothers, em 1928, que recebeu ótimas críticas. Mas foi com seu livro de poesias para crianças, chamado Toys, em 1936, que ela alcançou grande sucesso, vendendo milhares de exemplares, tornando-se uma das autoras mais populares da União Soviética.[3][4]

O casamento com Pavel acabou conforme o sucesso de Agniya como escritora crescia. Em 1929, ela conheceu um físico, Andrei Vladimirovich Shcheglyaev, com quem teve uma filha, Tatiana. A casa do casal era muito frequentada por artistas, escritores, poetas e cientistas, formando um rico ambiente cultural para seus filhos. Agniya viajava com frequência como parte da delegação de cultura soviética, se apresentando em congressos e feiras de livros.[3][4]

Capa de Toys, 1936.

Durante a Segunda Guerra Mundial, Agniya e a família foram evacuadas de moscou para o oblast de Sverdlovsk, onde ela escreveu poesia antinazista, geralmente direcionada ao chefe de Estado na época, Joseph Stalin, além de ensaios e críticas sobre a guerra. Foi também correspondente na Frente Ocidental para o jornal Komsomolskaya Pravda. Em 1949, foi premiada com o Prêmio Estatal da URSS, por seu livro Poetry for Children.[3][4]

A família retornaria a Moscou em 1944. A cidade estava novamente se tornando agitada, com famílias retornando à capital e as crianças voltando para as escolas. Em 4 de maio de 1945, um caminhão virou a esquina de uma rua em alta velocidade e acertou a bicicleta dirigida por Garik, que na época tinha 15 anos, matando-o na hora. Agniya nunca se recuperou totalmente da tragédia.[3][4][5]

Na década de 1960, Agniya trabalhou em um orfanato que a inspirou a escrever o poema Zvenigorod. Por nove anos, ela foi âncora do programa Find a Person (Найти человека), que ajudava famílias a encontrar pessoas desaparecidas ou mortas durante a Segunda Guerra. Cerca de mil familiares encontraram seus entes queridos por causa do programa, cuja experiência Agniya contou em um livro publicado em 1966.[3][4]

Em 1970, Andrei morreu devido a um câncer. Agniya se entregou ao trabalho, escrevendo duas biografias e mais de cem poemas. Morando sozinha depois do casamento da filha, era visitada com frequência por amigos e pelos netos, além de receber novos escritores e poetas a quem orientava a carreira.[3][4]

Em 1977, ela publicou Translations from the Children's Language (Переводы с детского) com poemas de várias partes do mundo traduzidos para o russo. Também foi roteirista de vários filmes russos para crianças, como Foundling (Подкидыш, 1940) e An Elephant and a Rope (Слон и верёвочка) 1945.[3][4]

Morte

Agniya Barto morreu em 1 de abril de 1981, em Moscou, aos 75 anos, devido a uma insuficiência cardíaca. Ela foi sepultada no Cemitério Novodevichy, na capital russa.[3][6]

Referências

Ligações externas

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Agniya Barto