Arrobe

O arrobe[1][2] (também grafado arroube[3][2], arrobo[4], arroubo[3][2] e uvada[5][2][3]) é uma espécie de xarope, doce ou geleia que é obtido através da concentração ao lume do mosto da uva até ficar reduzido ao terço do seu volume inicial.[6][2] Historicamente, também lhe podia ser adicionado, em partes iguais, várias frutas da época cozidas, como figos, maçãs, pêras, pêssegos, melão, etc.[7][3]

Trata-se de um produto tradicional da região de Lisboa e Vale do Tejo. [3][2]

Etimologia

O substantivo «arrobe», bem como as suas variantes gráficas, provém do étimo árabe ar-rub, que significa «sumo de fruta» ou xarope.[1]

Usos

Serve para se beber nesse estado, para temperar outros vinhos ou até para barrar no pão [2][8], como presigo[9] ou conduto.

A concentração do mosto de uva, antes do fabrico caseiro, faz-se hoje em regime industrial (em aparelhos apropriados, pela acção directa do fogo, pelo frio ou até por vácuo) como forma de escoamento de produções vitícolas. O arrobe usa-se como alimento (substitui o açúcar corrente), na confecção de bebidas e refrigerantes e na correcção de mostos.[10]

História

Historicamente, o arrobe era um doce feito, por volta das vindimas, e que ao longo do ano servia de conduto ou presigo, para barrar no pão, numa região que tinha poucas tradições de consumo de mel ou manteiga e era, sobretudo, produtora de vinho e fruta.[3][2]

Crê-se que este doce seja bastante antigo, remontando ao período histórico em que o açúcar ainda era escasso em Portugal.[3][2]

Durante a 2.ª Guerra Mundial, o arrobe ainda gozava de significativa popularidade entre os lisboetas e estremenhos que habitavam na região saloia e nas suas cercanias.[3][2]

Noções essenciais de confecção

Sendo certo que as receitas variam de concelho para concelho, as noções mais consensuais da confecção do arrobe passam por pôr o primeiro mosto ao lume, juntamente com as frutas da época cortadas aos pedaços, se for o caso, mexendo-se continuamente, até formar uma pasta grossa.[3][2] A grossura da pasta averigua-se quando esta atinge o ponto de estrada, como o açúcar[11], isto é, arrastando-se uma colher de pau no fundo do recipiente onde se ferve, por molde a formar-se como que um rasto ou uma estrada no fundo do recipiente.[3]

Referências