Asa N.º 73 da RAAF

A Asa N.º 73 foi uma formação da Real Força Aérea Australiana (RAAF) durante a Segunda Guerra Mundial. Formada em Fevereiro de 1943 em Port Moresby, na Papua-Nova Guiné, como parte do Grupo Operacional N.º 9, inicialmente era composta por três esquadrões de ataque equipados com aviões CAC Wirraway, Douglas Boston e Bristol Beaufighter, que participaram na campanha da Nova Guiné até meio do ano de 1943; posteriormente, foi re-organizado com três esquadrões de combate aéreo equipados com aviões P-40 Kittyhawk e Supermarine Spitfire. Com esta nova frota de aeronaves, a asa prestou serviço na Nova Bretanha e na Campanha das Ilhas do Almirantado entre 1943 e 1944. Em Agosto de 1944 a asa foi dissolvida em Los Negros, e no início de 1945 os seus esquadrões foram absorvidos por outras asas da RAAF subordinas ao Grupo Operacional N.º 10 (mais tarde Primeira Força Aérea Táctica Australiana).

Asa N.º 73

Comandantes e militares do quartel-general da Asa N.º 73 e dos seus três esquadrões em Los Negros, nas Ilhas do Almirantado, em Maio de 1944
País Austrália
CorporaçãoReal Força Aérea Australiana
SubordinaçãoGrupo Operacional N.º 9
MissãoAtaque (1943)
Combate aéreo (1943–44)
Período de atividade1943–44
História
Guerras/batalhasSegunda Guerra Mundial
Comando
Comandantes
notáveis
Blake Pelly (1943)
Ian McLachlan (1943)
Gordon Steege (1943–44)

História

Campanha da Nova Guiné

Aviões Boston do Esquadrão N.º 22 a voar na Nova Guiné, em 1943

Formada em Fevereiro de 1943, a Asa N.º 73 era composta pelo Esquadrão N.º 4, pelo Esquadrão N.º 22 e pelo Esquadrão N.º 30, que operavam aviões CAC Wirraway, Douglas Boston e Bristol Beaufighter, respectivamente. Com base em Port Moresby, na Papua-Nova Guiné, a asa era controlada pelo Grupo Operacional N.º 9, a principal unidade de combate da RAAF na Área do Sudoeste do Pacífico, cujo propósito era o de agir como uma força móvel de ataque em apoio às tropas aliadas em avanço.[1][2]

Em Março de 1943, as unidades da Asa N.º 73 participaram na Batalha do Mar de Bismarck, "a batalha aérea decisiva" na Área do Sudoeste do Pacífico segundo o General Douglas MacArthur, que resultou na destruição e afundamento de doze navios do Império do Japão. Durante esta batalha, alguns dos aviões Boston do Esquadrão N.º 22 atacaram o aeródromo japonês em Lae para prevenir que os caças japoneses descolassem para interceptar os bombardeiros aliados, enquanto outros participaram no ataque contra os navios japoneses; os Beaufighter do Esquadrão N.º 30 lançaram ataques a baixa altitude contra os navios japoneses para suprimir o fogo antiaéreo antes que os bombardeiros B-25 Mitchell das Forças Aéreas do Exército dos Estados Unidos chegassem. O Tenente de voo Bill Newton, um dos pilotos do Boston que atacaram o aeródromo em Lae, foi condecorado postumamente com a Cruz Vitória por, mais tarde, realizar uma série de missões de bombardeamento contra Salamaua, apesar dos danos severos aos quais a sua aeronave havia sido submetida.[3][4][5]

Caças P-40 Kittyhawk em Los Negros, em 1944

Havendo sido já comandada pelo Comandante de asa Blake Pelly, em Junho de 1943 a Asa N.º 73 estava a ser comandada pelo Capitão de grupo Ian McLachlan. Nesse mês, McLachlan estabeleceu o seu quartel-general na Ilha Goodenough, onde a asa foi re-organizada como uma formação de caças consistindo no Esquadrão N.º 76, que pilotava caças P-40 Kittyhawk, no Esquadrão N.º 77, que também pilotava aviões Kittyhawk e no Esquadrão N.º 79, equipado com caças Supermarine Spitfire. Além de providenciar defesa aérea a nível local e escolta a bombardeiros australianos, os Kittyhawk estavam armados com bombas incendiárias e multiúso para que pudessem tirar o maior proveito quando participassem em missões de ataque ar-terra, uma prática que já havia sido implementada pelas forças da Commonwealth nos teatros de guerra do Médio Oriente e do Mediterrâneo.[6][7]

Em Agosto de 1943, a asa foi transferida para Kiriwina, enquanto a outra formação de combate do Grupo N.º 9, a Asa N.º 71, tomou a responsabilidade pela Ilha Goodenough. Atrasos nos transportes aéreos fizeram com que o Esquadrão N.º 77 permanecesse em Goodenough, contudo, o seu lugar na Asa N.º 73 foi ocupado pelo Esquadrão N.º 78, que havia chegado da Austrália em Novembro e também estava equipado com aviões Kittyhawk.[8][9]

Campanhas da Nova Guiné e das Ilhas do Almirantado

Caças Spitfire do Esquadrão N.º 79 e respectivas tripulações de terra em Los Negros, em 1944

Em Outubro de 1943 o Comandante de asa Gordon Steege assumiu o comando da Asa N.º 73.[10] Pouca actividade ofensiva por parte dos japoneses significava que os Spitfire do Esquadrão N.º 79 combatiam poucas vezes enquanto, em contraste, os P-40 da asa com a sua capacidade de ataque ar-terra estavam totalmente empenhados em missões. Como parte do agrupamento de forças para a batalha de Arawe em Dezembro, os Kittyhawk lançaram uma série de ataques no aeródromo de Gasmata e respectivos depósitos de combustível; no dia em que os aliados aterraram, os Kittyhawk do Esquadrão N.º 76 patrulharam as praias e os Spitfire permaneceram em Kiriwina caso houvesse alguma contra-ofensiva por parte dos japoneses; no final, os japoneses não fizeram qualquer tentativa.[11] Em Janeiro de 1944, os caças da asa acompanharam bombardeiros Beaufort nos dois maiores ataques que a RAAF já havia realizado até então, cada um envolvendo cerca de 70 aeronaves cuja missão era atacar posições e depósitos do inimigo em Lindenhafen, na Nova Bretanha.[12]

Como parte da contribuição do Grupo N.º 9 na Campanha das Ilhas do Almirantado, a Asa N.º 73 posicionou-se em Los Negros a partir de Março de 1944. A sua força de combate consistia novamente nos esquadrões 76, 77 e 79, apoiados pela Unidade de Base Operacional N.º 49, pelo Sector Móvel de Caças N.º 114, entre outras unidades menores, totalizando uma força de efectivos de aproximadamente 900 elementos. A principal missão dos caças era o de providenciar um escudo aéreo para as embarcações aliadas; eles também realizaram escolta a bombardeiros, ataque ar-terra e missões antinavio na região.[13][14] A meio de Abril, a asa escoltou a maior formação de navios (até à data) alguma vez enviada pelos aliados para o Sudoeste do Pacífico, uma força composta por 80 navios que transportavam 30 mil passageiros de Finschhafen para Aitape.[15] Tendo completado a sua missão nas Ilhas do Almirantado em Junho, a Asa N.º 73 foi dissolvida em Los Negros no dia 29 de Agosto de 1944.[16][17] As suas unidades de combate foram, eventualmente, todas transferidas para outras formações do Grupo Operacional N.º 10 (mais tarde a Primeira Força Aérea Táctica Australiana). Os esquadrões 76 e 77 juntaram-se a outra unidade de aviões Kittyhawk, o Esquadrão N.º 82, na Asa N.º 81 em Noemfoor, sob o comando de Steege, enquanto o Esquadrão N.º 79 foi enviado de volta para Darwin em Novembro, para ser re-equipado com caças Supermarine Spitfire antes de se juntar à Asa N.º 80 e regressar ao teatro de operações do pacífico em Morotai, em Março de 1945.[16][18]

Referências

Bibliografia