Duda Salabert

professora, ambientalista, ativista e política brasileira

Duda Salabert Rosa (Belo Horizonte, 2 de maio de 1981) é uma professora de literatura, ambientalista, e ativista filiada ao Partido Democrático Trabalhista (PDT). Em 2018 se notabilizou ao ter se tornado a primeira pessoa transgênero a se candidatar ao cargo de Senadora da República.[1] Em 2020, a política já havia sido eleita vereadora, tendo sido a mais bem votada da história de Belo Horizonte, com 11,9% dos votos num leque de 41 candidatos.[2][3] Em 2022, foi eleita uma das primeiras deputadas federais trans da história, junto com Erika Hilton.[4]

Duda Salabert
Duda Salabert
Salabert em 2023
Deputada Federal por Minas Gerais
Período1º de fevereiro de 2023
até a atualidade
Legislatura57ª (2023–2027)
Vereadora de Belo Horizonte
Período1º de janeiro de 2021
até 1º de fevereiro de 2023
Legislatura19ª (2021–2023)
Dados pessoais
Nome completoDuda Salabert Rosa
Nascimento2 de maio de 1981 (42 anos)
Belo Horizonte, MG
Nacionalidadebrasileira
Alma materUniversidade do Estado de Minas Gerais
CônjugeRaísa Novaes (c. 2011)
Filhos(as)1
Partido
  • PSOL (2017-2019)
  • PDT (2019–presente)
Profissãoprofessora e ativista

Vida pessoal

Duda foi designada ao gênero masculino, e viveu socialmente como homem até 2014, quando passou a se assumir mulher. A ativista é casada desde 2011 com Raísa Novaes, que é educadora. O casal está junto desde 2006.[5]

Salabert durante a CPMI do 8 de janeiro (2023)

Duda e Raíssa tiveram sua primeira filha, Sol, no dia 19 de junho de 2019. Em consequência da gravidez de Sol, Duda teve que interromper o tratamento hormonal da transição de gênero.[6]. Duda Salabert conseguiu sua licença de maternidade e ficou afastada do trabalho por 120 dias, mesmo não sendo gestante ou lactante, o que é considerado uma vitória para o movimento transgênero. Duda não precisou judicializar o pedido, pois a empresa em que ela trabalha, o Colégio Bernoulli, não recusou a petição. Desse modo, Duda foi reconhecida como mãe de Sol e teve o tempo necessário para ficar com o bebê. Não se sabe de outra mulher trans que tenha conseguido esse direito. Duda quer evitar a imposição de gênero e por isso escolheu um nome neutro para a criança.[6] Esta foi registrada como tendo duas mães.

Duda foi professora de literatura no Colégio Bernoulli em Belo Horizonte de 2007 a 2021, quando foi demitida, segundo ela, por preconceito, a partir da pressão de pais de alunos que passaram a vê-la durante aulas telepresenciais durante a Pandemia de COVID-19.[7] Em nota, a instituição afirmou que a demissão ocorreu em função da incompatibilidade do cargo público da professora com a dedicação que a instituição esperaria dela.[7]

Duda é estudante de Gestão Pública pela Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG).[8] Também é idealizadora e presidenta da ONG Transvest, que oferece cursos educacionais a pessoas transgênero e travestis.[9]

Duda é vegana e lésbica.[6][10]

Carreira política

Duda se candidatou a Senadora da República por Minas Gerais nas eleições de 2018, tornando-se a primeira pessoa transgênero a se candidatar ao cargo. Salabert obteve a maior votação do PSOL em Minas, com 351.874 votos (1,99% dos votos válidos), terminando em oitavo lugar entre os quinze candidatos ao senado em seu estado e não conseguindo ser eleita.[11][12][13] Em 21 de abril de 2019, Salabert anunciou sua saída do PSOL acusando o partido de "transfobia estrutural", alegando que o partido não investe suficientemente em candidatos transgênero e que apenas usa essa pauta para eleger "figuras e candidaturas já privilegiadas".[14]

No dia 16 de setembro de 2019, participou de um evento com a presença de Ciro Gomes, anunciando sua filiação ao PDT.[15]

Em 2020, Duda Salabert foi eleita vereadora de Belo Horizonte, pelo PDT, sendo a mais bem votada da história com 11,9% dos votos entre 41 candidatos, dos quais o segundo mais votado recebeu 9,3% dos votos. Os seus 37.613 votos superam em muito o recorde anterior de Elias Murad, eleito em 2004 com 20.157 votos.[2][3]

Em 2022 foi eleita deputada federal (PDT) por Minas Gerais.[16]

Desempenho em eleições

AnoEleiçãoCargoPartidoVotosResultado
2018Estadual em Minas GeraisSenadoraPSOL351.874 (2,28%)Não eleita [17]
2020Municipal de Belo HorizonteVereadoraPDT37.613 (3,49%)Eleita [17]
2022Estadual em Minas GeraisDeputada federal208.332 (1,86%)Eleita[18]

Ver também

Referências

Ligações externas

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