Batalha do Nilo (47 a.C.)

A Batalha do Nilo foi travada em 47 a.C. entre as duas forças em disputa pelo trono egípcio da dinastia ptolemaica. De um lado estava Cleópatra VII, que se aliou a Júlio César, e do outro, Ptolemeu XIII, seu irmão, que foi derrotado e morto.

Batalha do Nilo
Segunda Guerra Civil da República Romana
Data13 de janeiro de 47 a.C.
LocalDelta do Nilo, Egito
Coordenadas30° 54' N 31° 7' E
DesfechoVitória de Cleópatra e Júlio César
Beligerantes
República Romana Cesarianos
Antigo Egito Egípcios aliados de Cleópatra
Antigo Egito Egípcios aliados de Ptolemeu XIII
Comandantes
Antigo Egito Cleópatra VII
  Mitrídates de Pérgamo
República Romana Júlio César
  Antípatro, o Idumeu
Antigo Egito Ptolemeu XIII 
Antigo Egito Arsínoe IV
Antigo Egito Ganimedes
Forças
20 000 homens[1]20 000 homens[2], principalmente mercenários sírios e cilícios[3]
2 000 cavaleiros[4]
Delta do Nilo está localizado em: Egito
Delta do Nilo
Localização do Delta do Nilo no que é hoje o Egito

Contexto

Depois de vencer os pompeianos na Batalha de Farsalos, Júlio César perseguiu Pompeu[5] até a Ásia, onde soube que ele havia sido visto em Chipre tentando arrumar passagem para o Egito,[6] onde os irmãos Ptolemeu XIII e Cleópatra VII lutavam entre si numa guerra civil.[7]

Em 28 de setembro de 48 a.C., Pompeu foi assassinado ainda na costa egípcia, antes de desembarcar, à vista de sua família. Sua cabeça foi cortada e seu corpo foi abandonado na água.[5] O assassinato foi aconselhado ao jovem Ptolemeu por seus conselheiros, especialmente os eunucos Ganimedes e Potino, que não queriam se indispor com César dando asilo a Pompeu e nem com Pompeu, que podia reverter sua situação e depois se vingar deles.[8] O plano deu errado, pois César ficou furioso ao saber do destino ignominioso de Pompeu pelas mãos dos egípcios aliados de Ptolemeu.

Cerco em Alexandria

Ver artigo principal: Cerco de Alexandria (47 a.C.)

César viajou para o Egito com a Legio VI Ferrata e 800 cavaleiros e deixou na Ásia a Legio XXVII sob o comando de Quinto Fúfio Caleno. Ambas somavam 3 200 veteranos que lutaram por anos sob o comando de César.[6] Ele desembarcou em 2 de outubro em Alexandria e rapidamente decidiu intervir na guerra civil para reforçar sua própria posição como autoridade maior entre os romanos, também em guerra. Contudo, a população da cidade se revoltou e o cercou no palácio da cidade, obrigando César a enviar cartas solicitando o envio de duas legiões a Cneu Domício Calvino e ao rei Mitrídates, da cidade de Pérgamo.[9] Foi então a princesa Cleópatra se apresentou diretamente a César, seduzindo o general romano depois de entrar disfarçada no palácio.[10]

Batalha do Nilo

Os conselheiros do faraó Ptolemeu XIII ordenaram que o exército egípcio marchasse até Alexandria, a capital do reino, enquanto os legionários lutavam para assumir o controle do palácio e do porto, o único ponto de contato com o mundo exterior.[11] Os egípcios contavam com cerca de 20 000 homens.[12] Durante o combate, parte da Biblioteca de Alexandria foi queimada. César enviou uma flotilha improvisada e conseguiu algumas vitórias no mar, mas acabou rechaçado quando tentou tomar a ilha de Faros, onde estava o famoso Farol de Alexandria. Seus legionários, em pânico, sobrecarregaram e afundaram o barco de César, que foi obrigado a fugir nadando. No auge do desespero para as forças romanas, Mitrídates chegou com seu exército[11] reforçado pelas tropas alistadas na Judeia lideradas por Antípatro, o Idumeu.

Os egípcios se viraram para interceptá-lo, o que enfraqueceu o cerco a César, que aproveitou a oportunidade. Liderando suas forças em marchas forçadas, César se reuniu a Mitrídates às margens do rio Nilo; juntos, os cesarianos atacaram o exército egípcio empurrando-o em direção ao seu próprio acampamento, que acabou tomado de assalto. A barcaça do faraó afundou por causa da sobrecarga e Ptolemeu XIII foi arrastado para o fundo por sua pesada armadura dourada[11]. Em 27 de março, Cleópatra foi restaurada ao trono egípcio[13]. Sua irmã e rival, Arsínoe IV, foi presa e levada cativa para Roma. O eunuco Ganimedes morreu na batalha.

Eventos posteriores

Depois da vitória, César e Cleópatra navegaram pelo Nilo em uma viagem de prazer da qual Cleópatra voltou grávida de Cesarião.[11] César foi duramente criticado por este desperdício de tempo enquanto a república estava em plena crise, mas a realidade é que ele precisava consolidar o apoio egípcio, cujo governo anterior era pompeiano.[14] Somente em 7 de junho César deixou Alexandria rumo a Antioquia e depois a Ásia para derrotar Fárnaces II na Batalha de Zela[15] com apenas uma legião (as outras três ficaram no Egito para ajudar sua amante e aliada).[14] Apesar disto, nem tudo corria bem para os cesarianos. Os pompeianos sobreviventes de Farsalos conseguiram recrutar um novo exército na África, na Hispânia o governador Quinto Cássio Longino demonstrou tamanha crueldade e tirania que os habitantes de Córduba se revoltaram[a]. Em Roma, nada se soube de César por meses e seu legado, Marco Antônio, se revelou um péssimo administrador.[16]

Notas

Referências

Bibliografia

Ligações externas

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