Danos nas infraestruturas causadas pelo sismo do Haiti de 2010

Os danos nas infraestruturas causadas pelo terramoto do Haiti de 2010 foram extensos e afectaram áreas como Porto Príncipe, Petit-Goâve, Léogâne, Jacmel e outras localidades do sudoeste do Haiti. Em Fevereiro, o primeiro-ministro Jean-Max Bellerive estimou que 250,000 residências e 30,000 edifícios comerciais tinham sido destruídos ou encontravam-se em mau estado devido aos danos sofridos.[1] O vice-presidente de Léogâne, que estava no epicentro do terramoto, informou que 90% dos edifícios da cidade tinham sido destruídos, e que Léogâne "tinha de ser totalmente reconstruída".[2] Muitos pontos de referência foram completamente danificados ou destruídos, incluindo o Palácio Presidencial, o edifício da Assembleia Nacional do Haiti, a Catedral de Porto Príncipe, e ainda o centro presidiário principal. O Ministro da Educação estimou que mais de 15,000 escolas primárias e 1,500 escolas secundárias ficaram bastante afectadas ou até mesmo destruídas. Além de que, três universidades principais em Porto Príncipe foram severamente danificadas.[3] Outras infraestruturas afectados foram centrais telefónicas, estações de rádio, fábricas e museus.

Prédios destruídos em Porto Príncipe

Serviços essenciais

Entre a devastação e danos sofridos em Porto Príncipe, a vital infraestrutura necessária para responder ao desastre foi severamente danificada ou destruída. Isto incluiu todos os hospitais da capital, todos os meios de transporte, terrestres, aéreos e aquáticos, e ainda sistemas de comunicação. Devido a todos estes danos e perda de estruturas organizacionais, o porta-voz do Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários declarou o estado como a pior catástrofe que a ONU já enfrentou.[4]

O sismo afectou as facilidades médicas oferecidas em torno de Porto Príncipe por três membros da organização internacional não-governamental Médicos sem Fronteiras, causando um colapso completo.[5][6] Um hospital em Pétionville, um subúrbio rico de Porto Príncipe, também colapsou[7] assim como o Hospital Distrital de St. Michel, na cidade de Jacmel,[8] que foi o maior hospital de referência no sudeste do Haiti.[9]

Edifícios danificados em Jacmel.

O terramoto danificou seriamente a torre de controlo do Aeroporto Internacional Toussaint Louverture[10] e do aeroporto de Porto Príncipe.[11] Os danos reportados sobre aeroporto incluíram o colapso de gruas e contentores para a água, os danos estruturais ao cais, áreas de beira-cais em colapso na água com a abertura no glaciar e da queda dos cais de desembarque na doca, e um derrame de óleo, tornando o porto inutilizável para operações de socorro imediato. O porto de Gonaïves, na parte norte do Haiti, manteve-se operacional.[11]

A estrada principal que liga Port-au-Prince a Jacmel permaneceu bloqueada dez dias depois do sismo, dificultando a entrega de ajuda a Jacmel. Quando perguntado porque a estrada não tinha sido aberta, Hazem El-Zein, presidente da divisão sudeste do Programa Alimentar Mundial da ONU disse que: "Temos as mesmas perguntas para as pessoas responsáveis... Prometeram resposta rápida. Para ser honesto, eu não sei porque não foi feito. Só posso pensar que a sua prioridade deve ser sobre outro lugar qualquer".[8]

Houve danos consideráveis por parte das comunicações. O sistema público telefónico não estava disponível, [12] e a maior operadora móvel do Haiti, Digicel, viu a sua rede totalmente danificada. Ficou operacional a 14 de Janeiro, mas a chamada era pouco audível e muitos dos telefonemas não chegavam a estabelecer conexão.[13][14] A rede da Comcel Haiti não sofreu danos consideráveis, mais o serviço móvel ficou temporariamente indisponível a 12 de Janeiro de 2010. Dois dias depois a companhia tinha restabelecido 70% dos seus serviços.[15][16][17] O serviço na conexão do sistema de cabo, que desde Haiti, com as suas fibras ópticas mantém a conectividade para o mundo exterior, foi interrompido, com o terminal em Port-au-Prince, sendo completamente destruído.[18]

De acordo com a Repórteres sem Fronteiras (RSF), maior parte das estações de rádio na região do terramoto saíram do ar após o terramoto e apenas 20 de um total de 50 estações em Porto Príncipe, restabeleceram a emissão uma semana depois.[19] As estações afectadas foram a Radio TV Ginen, Radio Soleil, Radio Ibo e Tropic FM.[20]RSF também noticiou que doze estações de rádio na cidade do sudoeste de Petit-Goâve e cinco em nova de Léogâne forma severamente danificadas.[19] O Comité de Protecção a Jornalistas reportou que outras emissoras, como Melodie FM, Radio Caraibes, Signal FM, e Radio Metropole, continuaram a operar.[21] A estação de missão da ONU, Radio Minustah, foi desactivada pelo terramoto, mas reabilitou-se em 18 de Janeiro. O escritório da Agence France-Presse estava em ruínas, mas dias após o sismo a agência retomou as operações em novas instalações. Os escritórios da capital, dois jornais,Le Nouvelliste e Le Matin, não foram severamente danificados, mas a impressão foi impossibilitada num espaço de uma semana após o terramoto.[20]

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Referências