Douglas Garcia
Douglas Garcia Bispo dos Santos (São Paulo, 26 de janeiro de 1994) é um político brasileiro, filiado ao Republicanos. Foi deputado estadual no estado de São Paulo entre 2019 e 2023.[1]
Douglas Garcia | |
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Douglas Garcia | |
Deputado Estadual de São Paulo | |
Período | 15 de março de 2019 até 15 de março de 2023 |
Dados pessoais | |
Nome completo | Douglas Garcia Bispo dos Santos |
Nascimento | 26 de janeiro de 1994 (30 anos) São Paulo, SP, Brasil |
Partido | PATRI (2017-2018) PSL (2018-2020) PTB (2020-2022) Republicanos (2022-presente) |
Profissão | político |
Atuação política
Garcia participou de manifestações de rua, enquanto esteve na liderança do movimento conservador Direita São Paulo.[2] Em 2018, foi eleito deputado estadual de São Paulo com 74.351 votos.[3]
Sua principais pautas são o combate ao direito ao aborto e à legalização de drogas, a defesa da revogação do Estatuto do Desarmamento, da desregulamentação econômica, do Escola Sem Partido e do que chama de "ideologia de gênero", termo que ataca produção acadêmica mundialmente consolidada há décadas na área de gênero.[4]
No pleito de 2022, obteve pouco mais de 24 mil votos e não se elegeu deputado federal.[5]
Controvérsias
Garcia foi o criador do bloco de carnaval Porão do DOPS, em 2018, uma referência ao órgão da Polícia Civil responsável pela tortura e assassinato de milhares de pessoas durante a Ditadura Militar.[6][7] O bloco homenageou Carlos Brilhante Ustra, um dos torturadores mais atuantes na repressão política durante a ditadura.[8]
Elogio a gangue extremista
Douglas Garcia publicou postagem de visualização restrita em suas redes sociais elogiando os Carecas, como também são conhecidos skinheads extremistas, conhecidos por praticarem atos violentos e assassinatos.[9] No texto, Garcia escreveu que "os Carecas são nacionalistas, pró-família, são exatamente como nós, só diferem porque descem o cacete nos comunas [comunistas] (o que eu aprovo muito, diga-se de passagem)". Em 2017, em protesto contra a visita da filósofa Judith Butler, uma das mais respeitadas teóricas do pós-estruturalismo, ao Brasil, Garcia agradeceu à gangue extremista de direita Carecas do ABC, facção de São Paulo que prega o ódio contra pessoas negras, nordestinas e LGBTQIAP+, envolvida no assassinato de um adestrador de cães em 2000, entre outros crimes.[9][10]
Ameaça de agressão a pessoas transexuais
Em 5 de abril de 2019, um dia após ameaçar agredir uma transexual que usasse o mesmo banheiro que sua mãe ou irmã, Garcia admitiu ser homossexual. Na tribuna da Assembleia Legislativa de São Paulo (ALESP), afirmou: "Não diminui em nada as bandeiras que eu venho defendendo aqui na Assembleia Legislativa contra a 'ideologia de gênero'."[11]
Disseminação de notícias falsas e expulsão do PSL
Segundo o levantamento do Aos Fatos de maio de 2020, Douglas Garcia e um grupo de sete deputados investigados no inquérito das fake news publicaram em média duas postagens por dia em rede social em um período de três meses, com desinformação ou mencionando o STF de forma crítica.[12]
Em julho de 2020, Garcia foi expulso do PSL por violar o código de ética do partido ao praticar atividades políticas contrárias ao regime democrático.[13] Dois meses antes, o partido suspendera o parlamentar pela disseminação de notícias falsas e ataques às insituições democráticas.[14]
Agressão à jornalista Vera Magalhães
Em 13 de setembro de 2022, depois de debate entre os candidatos a governador de São Paulo, Douglas Garcia agrediu verbalmente a jornalista Vera Magalhães, chamando-a de "vergonha para o jornalismo" e gritando acusações falsas sobre o salário que a jornalista recebe na TV Cultura.[15][16] Vera teve de sair escoltada do local do debate e afirmou que registraria boletim de ocorrência contra o deputado.[15] Após a agressão, uma série de políticos manifestaram solidariedade a Vera, como os candidatos ao governo do São Paulo Fernando Haddad (PT), Rodrigo Garcia (PSDB) e Tarcísio Freitas (Republicanos), este último do mesmo partido de Douglas Garcia.[15][17] Em vídeo divulgado em rede social, Douglas Garcia pediu desculpas a Tarcísio Freitas, mas não a Vera Magalhães.[18]
Veículos de imprensa também repudiaram o ato do deputado, como O Globo e CBN, que, em nota, classificaram o ato de Garcia como "um atentado à imprensa livre".[19] Entidades de imprensa, como a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJ-SP), a Associação Nacional de Jornais (ANJ), a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT) e a Associação Nacional de Editores de Revistas (ANER). Estas três últimas qualificaram, em nota conjunta, a ação de Garcia como "inaceitável agressão à liberdade de imprensa".[20]
Investigação do Ministério Público e pedidos de cassação
Até a manhã de 15 de setembro, a Assembleia Legislativa de São Paulo havia recebido oito pedidos de cassação de Garcia formulados por dez parlamentares, cabendo ao Conselho de Ética da casa aceitar a sua tramitação.[16] O Ministério Público de São Paulo iniciou investigação criminal contra Garcia para averiguar o cometimento dos crimes de stalking e dano emocional a Vera Magalhães. De acordo com os advogados da jornalista, o parlamentar a persegue desde 2020, usando, entre outros expedientes, notícias falsas para atacá-la.[21]
Histórico eleitoral
Ano | Eleição | Partido | Candidato a | Votos | % | Resultado | Ref |
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2018 | Estadual de São Paulo | PSL | Deputado Estadual | 74.351 | 0,36% | Eleito | [22] |
2022 | Estadual de São Paulo | Republicanos | Deputado Federal | 24.549 | 0,10% | Suplente | [23] |