Eleição municipal de São Paulo em 1953

A Eleição Municipal de São Paulo em 1953 foi a primeira eleição direta para Prefeito e Vice-Prefeito pós-Revolução de 30 e Estado Novo, e ocorreu no dia 22 de março de 1953, um domingo. Como era previsto no calendário da época, foram eleitos o Prefeito e o Vice-Prefeito, sendo que os Vereadores foram eleitos somente em 1955.

1925 Brasil 1955
Eleição municipal de São Paulo em 1953
22 de março de 1953
'Turno Único
CandidatoJânio QuadrosFrancisco Antônio Cardoso
PartidoPDCPSP
Natural deCampo Grande, Mato Grosso [1]São Paulo, SP
VicePorfírio da PazFernando de Almeida Nobre Filho
Votos284,922115,055
Porcentagem65,8 %26,6 %
Candidato mais votado por zona eleitoral (6):
  Jânio Quadros (6)

Os eleitos neste pleito, Jânio Quadros e Porfírio da Paz, não completariam o mandato, pois foram eleitos governador e vice do estado em 1954, com isso houve um pleito em 1955, para definir aqueles que completariam o mandato.

História

Antecedentes

As eleições de 1953 foram marcadas por serem as primeiras realizadas desde 1925. Por conta da Revolução de 1930, o estado de São Paulo passou a ser governado por interventores federais, nomeados por Getúlio Vargas. Esses interventores nomeavam os prefeitos. Depois de vários interventores diferentes, um deles acaba por se destacar como um dos mais longevos: Ademar de Barros. Nomeado em 1938, governou até 1941, tendo pavimentado o caminho para sua carreira política. Posteriormente, em 1946, Ademar cria o Partido Social Progressista e vence as eleições estaduais de 1947, tornando-se o 16º governador de São Paulo. Até aquele momento, o governador é responsável por nomear o prefeito de São Paulo. A instabilidade da época faz com que a cidade de São Paulo tenha 4 prefeitos em 4 anos, com resultados desastrosos. O governador eleito em 1950, Lucas Nogueira Garcez, foi apoiado por Ademar mas logo rompe com o mesmo. Assim, as eleições municipais de 1953 tornaram-se um embate entre Ademar (que tencionava tentar reconquistar o controle político de São Paulo) e Garcez. [2]

Candidaturas e Campanha

As articulações em torno do candidato governista do PSP acabaram por opor Ademar e Garcez. No fim, Garcez venceu o embate e indicou o professor e ex secretário estadual de saúde Francisco Antônio Cardoso para concorrer ao cargo de prefeito pelo PSP, numa chapa composta ainda por PTB, PSD, PRP, PR, UDN e de dissidentes do PTB.[3] Tido por ser um nome respeitável, Cardoso ainda recebera o apoio do empresariado e da alta sociedade paulistana. Sua campanha possuía fartos recursos, de forma que a vitória era dada como certa.[4]

Os demais candidatos que se alinhavam eram personagem pouco conhecidos. André Nunes Júnior era um ex vereador e dissidente do PTB que havia se filiado ao pequeno Partido Social Trabalhista (1946–1965). Oswaldo Junqueira Ortiz Monteiro havia sido eleito deputado federal por São Paulo em 1950[5], mas o seu partido (PTB) era malvisto em São Paulo por ser o partido de Getúlio (que nunca angariou grande popularidade no estado) e sua candidatura não inspirava confiança entre seus correligionários que se dividiam entre Cardoso e Jânio Quadros. Jânio Quadros era um professor do colégio Dante Alighieri que havia sido eleito vereador paulistano em 1947 pelo Partido Democrata Cristão (1945–1965). Em pouco tempo angariou popularidade dado o seu comportamento "excêntrico". Jânio acabou conseguindo o apoio do PSB para sua campanha.

Candidato a PrefeitoCandidato a VicePartido/Coligação
André Nunes JúniorNélson RusticiPST
Francisco Antônio CardosoFernando de Almeida Nobre FilhoPRP / PRT / PSP / PSD / UDN / PR
Jânio da Silva QuadrosJosé Porfírio da PazPSB / PDC
Oswaldo Junqueira Ortiz MonteiroJoaquim Gouveia Franco JúniorPTN

A campanha foi realizada de forma confortável pelo candidato do governo, Francisco Antônio Cardoso. Com fartos recursos, realizou comícios grandiosos e anúncios na mídia. A campanha de Jânio Quadros , de modestos recursos, lançou o slogan "A Revolução do Tostão contra o Milhão". Milhares de moedas com esse slogan foram cunhadas e distribuídas por São Paulo, numa das primeiras ações de marketing político bem sucedidas do Brasil. [6]

A falta de apoio de Ademar ao candidato do seu partido (motivada por brigas com Garcez), a crescente insatisfação dos paulistanos com o PSP e os maus prefeitos nomeados por Ademar culminaram numa derrota humilhante de Francisco Cardoso para o então desconhecido Jânio Quadros. [7]

Resultado (Prefeito)

CandidatoPartido/ColigaçãoVotos
Jânio QuadrosPDC/PSB284.922 (65,8%)Eleito
Francisco CardosoPSP/PTB/PSD/UDN/PRP/PRT/PR115.055 (26,6%)
Nunes JúniorPST18.663 (4,3 %)
Ortiz MonteiroPTN3.756
Votos em branco4.374
Votos nulos6.350
Total de votos433.120
Fonte: [8]

Resultado (Vice-Prefeito)

CandidatoPartido/ColigaçãoVotos
Porfírio da PazPSB / PDC284.414Eleito
Nobre FilhoPRP / PRT / PSP / PSD / UDN / PR114.362
Nélson RusticiPST18.726
Franco JúniorPTN3.758
Votos em branco5.551
Votos nulos6.300
Total de votos433.120
Fonte: [8]
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Referências

Ligações externas