Elisabeth Veiga

Elisabeth de Mello Veiga da Silva, mais conhecida como Elisabeth Veiga, (Rio de Janeiro, 30 de julho de 1941 - Rio de Janeiro, 2 de agosto de 2018) foi uma poeta brasileira.[1]

Elisabeth Veiga
Elisabeth Veiga
Elisabeth Veiga na juventude
Nome completoElisabeth de Mello Veiga da Silva
Nascimento30 de julho de 1941 (82 anos)
Rio de Janeiro
Morte2 de agosto de 2018 (77 anos)
Rio de Janeiro
Ocupaçãopoeta

Obras publicadas

  • Gosto de Fábula (1972)
  • A paixão em claro (1992)
  • Sonata para pandemônio (2002)
  • A estalagem do som (2007)

Antologias em que participou

  • A novíssima poesia brasileira (1965). Organizada por Walmir Ayala.
  • Poetas Novos do Brasil (1969). Organizada por Walmir Ayala.
  • Correspondencia celeste. Nueva poesía brasileña (1960-2000). Introducción, traducción y notas de Adolfo Montejo Navas.  Madrid: Árdora Ediciones, 2001
  • Pontes/Puentes (2003)
  • Retendre la corde vocale: anthologie de poésie brésilienne vivante (2016). Organizada por Patrick Quillier

Outras participações

Há um raro registro filmográfico de Elisabeth Veiga em Tudo é exílio[2], um documentário com um raro depoimento do poeta Dante Milano (1899 – 1991) ao amigo e poeta Ivan Junqueira (1934 – 2014), no qual o primeiro relembra o ambiente literário do país a partir da década de 1920 e o movimento modernista no Rio de Janeiro. Entrecortando o depoimento, um grupo de poetas lê poemas de Dante Milano. São eles: Tite de Lemos, Leonardo Fróes, Elisabeth Veiga (aos 12 minutos e 48 segundos), Paula Gaetán, Ivan Junqueira, Carlos Augusto Correa, além da participação especial do ator Cacá Carvalho. As gravações foram realizadas na casa de Dante Milano, em Petrópolis, em outubro de 1987, e no Teatro Cacilda Becker, no Rio de Janeiro, em fevereiro de 1988. Edição final em maio de 1989, por ocasião dos 90 anos de Dante Milano.

Sobre a obra de Elisabeth Veiga

A partir de seu livro de estreia, Gosto de Fábula (1972), em que o burlesco é solene e seu fabulário pessoal se vê muitas vezes atravessado por um profundo veio filosófico, Elisabeth domina o barroquismo do seu imaginário com um fazer preciso do verso e um obstinado rigor na linguagem que inventa. Heloisa Buarque de Hollanda considera que o seu segundo livro (A paixão em claro, 1992), "consolida o seu lugar na primeira linha da poesia brasileira contemporânea." Seguiu-se a este Sonata para pandemônio (2002) em que a poeta apura ainda mais as qualidades apontadas em seus livros anteriores. Em A estalagem do som (2007), que reúne poemas de 2004 a 2006, Elisabeth acrescenta às suas dicções anteriores uma maior preocupação metafísica, na qual se renova sua arte poética. Para Ivan Junqueira, em seu livro Ensaios escolhidos (Edições Girafa, 2005), Elisabeth Veiga é uma poeta de altíssimo nível, dedicada a extrair poesia das coisas mínimas, amiúde humilíssimas, como antigos objetos domésticos. Para o crítico, o trabalho nesse primeiro livro surpreende pela "precisão aforismática e a pertinência conceitual com que a autora visualiza ou define, um pouco à maneira de Francis Ponge, cada exígua partícula desse microcosmo doméstico."[3] Para Sebastião Uchoa Leita, em texto introdutório aos poemas de Elisabeth Veiga na antologia Poetas Novos do Brasil, a obra de Elisabeth rejeita o lirismo puro e simples de feição sentimental e apresenta uma feição neobarroca.[4]

Referências