Estação Ferroviária de Alhandra

estação ferroviária em Portugal

A Estação Ferroviária de Alhandra é uma interface da Linha do Norte, que serve a vila de Alhandra, no município de Vila Franca de Xira, em Portugal.

Alhandra
Identificação:31237 ALH (Alhandra)[1]
Denominação:Estação Satélite de Alhandra
Administração:Infraestruturas de Portugal (até 2020: centro;[2] após 2020: sul)[3]
Classificação:ES (estação satélite)[1]
Tipologia:C [3]
Linha(s):Linha do Norte (PK 26+014)
Altitude:8 m (a.n.m)
Coordenadas:38°55′25.52″N × 9°0′41.44″W

(=+38.92376;−9.01151)

Mapa

(mais mapas: 38° 55′ 25,52″ N, 9° 00′ 41,44″ O; IGeoE)
Município:border link=Vila Franca de XiraVila Franca de Xira
Serviços:
Estação anteriorComboios de Portugal Comboios de PortugalEstação seguinte
Alverca
Lis-Apolónia
 R V.F.Xira
Entroncam.to
P-Campanhã
Alverca
Lis-Apolónia
 AZ V.F.Xira
Azambuja
Alverca
Alcântara-T.
  
  V.F.Xira
Cast.Ribat.

Coroa: Coroa 2 Navegante
Conexões:
Ligação a autocarros
Ligação a autocarros
3 43 2302 2306 2307 2324 2328 2329 2535 2842
Serviço de táxis
Serviço de táxis
VFX
Equipamentos:Bilheteiras e/ou máquinas de venda de bilhetes Sala de espera Caixas Multibanco Telefones públicos Elevadores Parque de estacionamento Acesso para pessoas de mobilidade reduzida
Inauguração:28 de outubro de 1856 (há 167 anos)
Website:

Descrição

Edifício de passageiros, visto da plataforma oposta, em 2018.

Localização e acessos

Esta interface tem acesso pela Avenida Afonso Albuquerque, em Alhandra.[4]

Infraestrutura

Esta interface apresenta seis vias de circulação (identificadas como I+IA, II, III, IIA+D2+D3, IV, V, e R1+R2+R3), com comprimentos entre 1135 e 291 m de extensão, sendo as duas primeiras (I+IA e II) acessíveis por plataformas de 136 e 145 m de comprimento, respetivamente, ambas com 90 cm de altura; existem ainda seis vias secundárias (identificadas como IIIA, VI, VII, VIII, IX, G1, e G2) com comprimentos entre 42 a 260 m; com exceção da via VII, todas estas vias estão eletrificadas em toda a sua extensão.[3] Parte desta configuração é gerida pel empresa cimenteira Cimpor,[5][1] nomeadamente enquando Alhandra - (Ramal Cimpor), centrado ao PK 25+17; tem tipologia «Linhas de Carga/Desc. Privado»[3] (Ramal de Estação) e código dep. 31211, e insere-se na via ao PK 26+104.[1]

Serviços

Em dados de 2023, esta estação é servida por comboios de passageiros da C.P. de tipo urbano dos serviços chamados “Linha de Sintra” e “Linha da Azambuja”, que circulam entre Santa Apolónia, Alcântara-Terra, ou Sintra e Azambuja, Castanheira do Ribatejo, ou Alverca, com 75 circulações diárias em cada sentido aos dias úteis e 19 aos fins de semana.[6]

História

Ver artigo principal: História da Linha do Norte

Antecedentes

Em meados do Século XIX, as localidades do concelho de Vila Franca de Xira tinham grandes problemas de acessibilidade, devido a uma rede viária pouco desenvolvida, sendo o principal meio de comunicação a navegação fluvial, utilizando o Rio Tejo.[7]

Em 1845, uma empresa britânica apresentou uma proposta para a construção de várias linhas férreas, incluindo uma desde esta localidade ao Porto, pelas Caldas da Rainha, Leiria e Coimbra.[8] No entanto, todos os planos para caminhos de ferro em território nacional foram abandonados devido à instabilidade política a partir de 1846.[8]

Anúncio de 1874 da Companhia Real, onde se faz referência a esta estação.

Inauguração e primeiros anos

Esta interface situa-se no lanço entre Lisboa e Carregado da Linha do Norte, que foi inaugurado em 28 de Outubro de 1856.[9][10]

A instalação do caminho de ferro teve um grande impacto social e económico nas zonas ribeirinhas do concelho de Vila Franca de Xira, incluindo Alhandra, ao facilitar o transporte de pessoas e mercadorias, estimulando dessa forma as actividades industriais.[11] Quando se iniciou a construção das oficinas dos caminhos de ferro em Santa Apolónia, muitos dos operários vinham das povoações ao longo do Tejo, e durante algum tempo tornou-se um fenómeno habitual a deslocação diária de dezenas de pessoas até esta estação, onde apanhavam os primeiros comboios até Braço de Prata e depois o “comboio operário” até Santa Apolónia, fazendo o percurso inverso no fim do dia.[11]

A via foi duplicada entre Olivais e o Carregado em 15 de Abril de 1890.[12]

Vista da estação, na época de transição para o século XX.

Década de 1910

Em 1913, esta estação era servida por uma carreira de diligências até Arruda dos Vinhos e Monfalim.[13]

Década de 1950

Em 1955, esta estação tinha quatro ramais particulares de mercadorias.[14]

Em 28 de Abril de 1957, foi electrificado o lanço entre Lisboa e o Carregado.[15]

Modernização

Nos finais dos anos 80, a empresa Caminhos de Ferro Portugueses lançou um programa de modernização das suas linhas férreas, incluindo a Linha do Norte.[16] Neste sentido, em 1990 lançou os concurso para vários empreendimentos, como a instalação de equipamentos de sinalização electrónica do tipo ESTW L 90 no lanço entre esta estação e Braço de Prata, em plena via e nas estações.[17] Em 1996, o projecto de ressinalização até esta estação já estava em curso, prevendo-se que depois seria prolongado aos restantes lanços da Linha do Norte.[18]

Século XXI

Em Janeiro de 2011, apresentava três vias de circulação, com 573, 251 e 304 m de comprimento, e duas plataformas com 136 e 188 m de extensão, e 90 cm de altura,[19] valores mais tarde[quando?] alterados para os atuais,[3] bem como mais dois ramais de estação, Alhandra Macol/Iberol e Alhandra Moagem,[1] entretanto[quando?] extintos.

CP-USGL + CP-Reg + Soflusa + Fertagus
  
(n) Azambuja  Praias do Sado-A (u)
(n) Espadanal da Azambuja  Praça do Quebedo (u)
(n) Vila Nova da Rainha  Setúbal (u)
**(n) Carregado  Palmela (u)
(n) Castanheira do Ribatejo  Venda do Alcaide (u)
(n) Vila Franca de Xira  Pinhal Novo (u)(a)
(n) Alhandra  Penteado (a)
(n) Alverca  Moita (a)
(n) Póvoa  Alhos Vedros (a)
(n) Santa Iria  Baixa da Banheira (a)
(n) Bobadela  Lavradio (a)
(n) Sacavém  Barreiro-A (a)
(n) Moscavide  Barreiro (a)
(n) Oriente  (Soflusa)
(n)(z) Braço de Prata  Terreiro do Paço (a)
  Penalva (u)
(n)(ẍ) Santa Apolónia  Coina (u)
(z) Marvila  Fogueteiro (u)
(z) Roma-Areeiro  Foros de Amora (u)
(z) Entrecampos  Corroios (u)
(z)(7) Sete Rios  Pragal (u)
  Campolide (z)(s)(u)*
(s) Benfica  Rossio (s)
(s) Santa Cruz-Damaia  Cais do Sodré (c)
(s) Reboleira  Santos (c)
(z) Alcântara-Terra  Alcântara-Mar (c)
(s) Amadora  Belém (c)
(s) Queluz-Belas  Algés (c)
(s) Monte Abraão  Cruz Quebrada (c)
(s) Massamá-Barcarena  Caxias (c)
(s)(o) Agualva-Cacém  Paço de Arcos (c)
  Santo Amaro (c)
(o) Mira Sintra-Meleças  Rio de Mouro (s)
(s) Mercês  Oeiras (c)
(s) Algueirão - Mem Martins  Carcavelos (c)
(s) Portela de Sintra  Parede (c)
(s) Sintra  São Pedro Estoril (c)
(o) Sabugo  São João Estoril (c)
(o) Pedra Furada  Estoril (c)
(o) Mafra  Monte Estoril (c)
(o) Malveira  Cascais (c)
**(o) Jerumelo  

2019-2021[]

Linhas: a L.ª Alentejoc L.ª Cascaiss L.ª Sintra C.ª X.
n L.ª Norteo L.ª Oestez L.ª Cinturau L.ª Sul7 C.ª 7 R.
(*) vd. Campolide-A   (**) continua além z. tarif. Lisboa

(***) Na Linha do Norte (n): há diariamente dois comboios regionais nocturnos que param excepcionalmente em todas as estações e apeadeiros.
Fonte: Página oficial, 2020.06

Referências literárias

Na sua obra A Capital, Eça de Queirós faz uma descrição da Estação de Alhandra:

Acordou com um estremeção... uma voz ia dizendo ao comprido do comboio parado: Alhandra! Alhandra! Um ar lívido de madrugada clareava através da neblina chuvosa. Saloios de varapaus, encolhidos nas mantas listradas, passavam; na plataforma, descarregavam-se caixotes; um comboio de mercadorias rolou ao lado, com vagões carregados de pipas, e outros, gradeados, de onde saíam cornos de bois. Depois, um criado de farda passou, correndo, com um ramo de flores na mão. O coração de Artur bateu, invadido de alegria daquela proximidade de Lisboa.
— Eça de Queirós, A Capital, p. 107-108

Ver também

Referências

Bibliografia

  • MARTINS, João; BRION, Madalena; SOUSA, Miguel de; et al. (1996). O Caminho de Ferro Revisitado. O Caminho de Ferro em Portugal de 1856 a 1996. Lisboa: Caminhos de Ferro Portugueses. 446 páginas 
  • QUEIRÓS, Eça de (1993) [1925]. A Capital. Col: Romances completos de Eça de Queirós. Lisboa: Círculo de Leitores. 396 páginas. ISBN 972-42-0673-4 
  • REIS, Francisco; GOMES, Rosa; GOMES, Gilberto; et al. (2006). Os Caminhos de Ferro Portugueses 1856-2006. Lisboa: CP-Comboios de Portugal e Público-Comunicação Social S. A. 238 páginas. ISBN 989-619-078-X 
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Ligações externas

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