Eupetomena

género de aves
Eupetomena
E. cirrochloris no rio Ribeira de Iguape, São Paulo
Classificação científica
Reino:
Filo:
Classe:
Ordem:
Família:
Subfamília:
Tribo:
Gênero:
Eupetomena

Gould, 1853
Espécie-tipo
Trochilus macroura
Gmelin, 1788
Espécies

2, ver texto

Sinónimos[1]

Aphantochroa Vieillot, 1818
Campylopterus Swainson, 1827 (ver texto)

Eupetomena é um gênero de aves apodiformes pertencente à família dos troquilídeos, que inclui os beija-flores.[2] O gênero possui um total de duas espécies reconhecidas, anteriormente consideradas coespecíficas; que se distribuem exclusivamente ao leste do continente sul-americano, principalmente na região sudeste brasileira, que apresenta uma espécie endêmica, e em algumas partes próximas à região do Río de la Plata, habitando as florestas subtropicais úmidas e a vegetação litorânea características desta parte do território; a espécie recentemente descrita era uma subespeciação da espécie principal, senão mesmo uma espécie distinta em gênero monotípico, por se distribuírem simultaneamente; tempo depois, a última seria reclassificada em Eupetomena.[3][4]

Com ambas as espécies sendo muito frequentes em toda a sua área de distribuição, a União Internacional para a Conservação da Natureza classifica ambos os beija-flores dentro de Eupetomena (e por convenção da BirdLife International, Aphantochroa) em "espécie pouco preocupante". Estes beija-flores se encontram na lista das 84 espécies com distribuição no Brasil, e no caso dos beija-flor-cinza (Eupetomena cirrochloris) entre as 16 que são endêmicas do país.[5][6]

Descrição

Estes beija-flores apresentam uma média entre 12 a 17 centímetros de comprimento, enquanto a média de peso varia de 7,1 a 9,1 gramas, caracterizando-os como troquilíneos de tamanho relativamente grande. Geralmente, seus espécimes machos são sutilmente maiores e mesmo mais pesados do que as fêmeas. Ambos sexos possuem características morfológicas em comum nas espécies existentes, como seu bico preto e ligeiramente curvilíneo, porém não apresenta a mandíbula rosada na extremidade. O dimorfismo sexual mínimo se manifesta em seu comprimento, onde fêmeas são, normalmente, um quarto menores do que os machos, visto que não possuem a cauda longa e bifurcada, que representa quase metade do comprimento do beija-flor-tesoura; no beija-flor-cinza, a divergência é ainda menor. Os beija-flores imaturos apresentam a plumagem cinzenta e escurecida, que adquire coloração conforme seu desenvolvimento. A cabeça e as partes superiores são verde-bronzeado ou verde-metálico no beija-flor-cinza, que apresenta as penas superiores da cauda na mesma cor; ao que no beija-flor-tesoura, a maioria significativa de suas penas são verde iridescente, exceto cabeça, cauda, abdômen e cloaca, que são azuis. Enquanto isso, as partes inferiores do Eupetomena cirrochloris, que dá nome à ave, são acinzentadas com algumas poucas manchas verde-escuras. O beija-flor-tesoura possui, assim como muitos dos beija-flores típicos, tufos de plumas brancas nos pés, que são pretos, embora não apresentem, na maioria dos casos, a mancha branca atrás do olho.[7][8][9] São beija-flores residentes dentro de toda a sua área de distribuição, ou seja, logo não realizando migrações sazonais ao longo do ano.[7]

Distribuição e habitat

Estes beija-flores podem ser encontrados no norte do continente sul-americano, especificamente extremo-sul do Suriname ao extremo-norte da região norte do Brasil, no norte dos municípios paraenses de Óbidos, Alenquer, Almeirim e Oriximiná. Depois, seguindo ao nordeste brasileiro, incluindo passagem às unidades federativas desde centro-sul de Amapá, ao noroeste do Maranhão, com uma ampla distribuição ao sul da região centro-oeste e, principalmente, região sudeste do Brasil. Na região sul do país, pode ser encontrada principalmente pela totalidade do estado do Paraná e pela maior parte de Santa Catarina, com distribuição pelo extremo-norte do Rio Grande do Sul. Nos outros países sul-americanos, o beija-flor-tesoura apresenta distribuição pelo extremo-norte argentino, seguindo à porção mais ao nordeste paraguaio e boliviano, e no extremo centro-leste peruano, com duas populações isoladas na região fronteiriça RondôniaAmazonas e em na região de Cuzco. Em relação ao seu parente, o beija-flor-cinza possui uma distribuição mais restrita, sendo endêmica do território do leste brasileiro, indo desde o sul de Pernambuco, seguindo ao oeste até o Mato Grosso ao norte do Rio Grande do Sul. Os beija-flores habitam principalmente florestas inabitadas e florestas secundárias ou altamente degradadas, pelo menos nas florestas tropicais e subtropicais úmidas e nas florestas tropicais pluviais e nubladas que são encontradas pelo continente sul-americano. Também são encontradas em áreas urbanas semi-abertas ou semi-urbanas, que inclui plantações de café e cacau, praças, parques e florestas estaduais e nacionais. No Brasil, ocorrem nos biomas do cerrado, caatinga, nas vegetações litorâneas e na mata atlântica, bem como na amazônia. Pode ser encontrado em altitude baixa ou média, frequentemente até 1500 metros acima do nível do mar.[3][4]

Sistemática e taxonomia

Esse gênero foi introduzido primeiramente no ano de 1853, por um importante pesquisador e ornitólogo do Reino Unido durante o século XIX, John Gould, este o responsável pela nomeação e introdução deste novo gênero, Eupetomena, originalmente visava classificar dentro dos parâmetros recentes Trochilus macroura, que depois passaria a ser conhecido como beija-flor-tesoura, descoberto por Johann Friedrich Gmelin, um professor acadêmico alemão, em 1788, por meio das revisões do Systema Naturae, escrito por Lineu.[10][11] Etimologicamente, o nome do gênero deriva dos dois termos gregos antigos, εὖ, eu, e significa literalmente "bom, ótimo"; e petomena, que significaria algo como "para voar, sustentar-se nas asas".[12][13] Com isso, a outra espécie existente seria descrita em um gênero monotípico conhecido por Aphantochroa, nos dias de hoje considerado apenas pela BirdLife International. A espécie seria descrita em 1818 pelo francês Louis Jean Pierre Vieillot, no gênero que ocasionalmente, seria movido para Campylopterus, embora tal decisão não fosse reconhecida e, então, anulada.[14][15][1] No ano de 2014, seria publicado um estudo filogenético molecular de McGuire et al. que descobriria que esse gênero monotípico estava intimamente relacionado a Eupetomena, causando a reclassificação da espécie dentro do gênero descrito por Gmelin, que apresenta prioridade.[16][17] Atualmente, um único identificador taxonômico internacional importante considera este último em Aphantochroa, sendo esse o Handbook of the Birds of the World, publicado pela BirdLife.[14]

Espécies[2][6]

Referências

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