Gotlândia
A Gotlândia (EM SUECO Gotland; OUÇA A PRONÚNCIA!; EM GÚTNICO ANTIGO Gutland) é a maior ilha da Suécia e do mar Báltico.[1][2][3]Está situada a 90 km a leste da Suécia, assim como a 130 km a oeste da Letónia e 600 km a norte da Polônia.[4][5]A ilha é ao mesmo tempo a província histórica da Gotlândia (Gotland), o condado da Gotlândia (Gotlands län), e a comuna de Gotlândia (Gotlands kommun).[6]
Ilha da Gotlândia Gotland | |
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Geografia física | |
País | Suécia |
Localização | Mar Báltico |
Ponto culminante | Lojsta hed - 82 m |
Área | 2994 km² |
Geografia humana | |
População | 61 001 (2021) |
Densidade | 18,4 hab./km² |
Falésias calcárias na praia de Langhammar |
Pertencem à Gotlândia as pequenas ilhas de Fårö e Gotska Sandön ao norte, e as ilhas Stora Karlsö e Lilla Karlsö a oeste.[6][7]A antiga cidade de Visby é simultaneamente a capital da província histórica, a capital do condado e a sede da comuna.[6]É uma antiga urbe hanseática fundada no século X, rodeada de muros medievais praticamente intactos, e dispondo de vários edifícios históricos.[8][6][9]
Etimologia e uso
O nome geográfico sueco Gotland deriva possivelmente das palavras nórdica "gutar" (o nome do povo habitando a ilha; literalmente, "os homens") e de ”land” (terra ou ilha), significando ”terra dos gutas”. A forma ”Gotland” - com ”o” - parece ser uma influência do baixo-alemão medieval, talvez em combinação erudita posterior com ”goter” (godos). A província está mencionada como "Gutlandi", em escrita rúnica em sueco antigo no século XI, como ”Gutland” na Saga dos Gutas, em gútnico antigo no século XIII, e como ”Gutland” no século XIV.[10][11]
A forma Gotlândia é um aportuguesamento consagrado em textos em português, embora a forma original Gotland pareça ter igualmente uso considerável na língua portuguesa.[12][13]
História
O nome antigo da ilha é Gutland, e o nome dos seus habitantes Gutar (APORTUGUESADO Gutas). Os Alemães alteraram todavia o nome para Gotland, e os Suecos passaram a designar os habitantes de Gotlänningar (LITERALMENTE Gotlandeses).[14][15]
Na Saga dos Gutas, do século XIII, existe uma saga - de impossível verificação histórica - segundo a qual haveria um vínculo entre os Gutas da Gotlândia (Gutar) e os godos da Europa continental (Goter). Ainda de acordo com a referida saga, a Gotlândia teria sido, durante a Idade Média, uma nação independente, até à altura em que teria aceitado livremente a soberania do rei dos Suíones, em data incerta antes do século IX. A dúvida persiste sobre o carácter dessa união - aliança voluntária ou uma submissão forçada.
Depois desta união com os Suíones, a Gotlândia continuou gozando de uma significativa autonomia. Em 1361, a Dinamarca conquistou a ilha, que só foi recuperada pela Suécia em 1645, pela Paz de Brömsebro.[6][16]
Em 1678, Johan Cedercrantz foi nomeado governador (em sueco: landshövding) do Condado da Gotlândia.[6] Hoje em dia, a Princesa Leonor da Suécia é a duquesa de Gotlândia, título que lhe foi oferecido pelo avô, o Carlos XVI Gustavo, em honra do seu nascimento.[17]
Geografia
A Gotlândia é um grande rochedo planáltico de calcário - predominantemente plano - em pleno Mar Báltico, a cerca de 90 km da Suécia continental.[2] Tem um comprimento de 170 km e uma largura de 50 km.[18] Através dos tempos, as vagas e os ventos modelaram falésias (raukar) e grutas ao longo das costas da ilha.[6] Seu ponto mais alto é Lojsta Hed a apenas 83 metros acima do nível do mar.[6] e um lago chamado Tingstäde. Esta ilha está localizada numa das áreas com maior número de horas de sol da Suécia.[19][20][21]
Maiores centros urbanos
- Visby, 22 000
- Hemse, 1 800
- Slite, 1 600
- Klintehamn, 1 400
- Vibble, 1 100
Economia
A sua economia distingue-se da economia do resto da Suécia, devido a ter um maior número de pessoas trabalhando no setor agrícola — cerca de 8% — e um menor número na indústria — uns 15%. Cerca de metade da força de trabalho está concentrada na área de Visby. [22][6]
A agricultura é um setor importante, com realce para o cultivo de beterraba-sacarina, morangos, batatas e cereais. A criação de ovelhas, vacas e porcos está aliada à produção de leite, carne de vaca e de porco. A indústria conta com 10 empresas com mais de 50 empregados, com relevo para a produção metalo-mecânica, alimentar e de cimento. [22][23][24]
A Gotlândia é igualmente uma grande atração turística, especialmente no verão. O turismo ocupa umas 2 000 pessoas, recebendo a ilha anualmente mais de 600 000 turistas. [6][25]
Transportes
A Gotlândia não tem vias férreas desde os anos 60. Os transportes internos são assegurados por uma rede de linhas de autocarros/ônibus. Visby está ligada diariamente por barco a Nynäshamn e Oskarshamn, e por avião a Norrköping e Estocolmo na Suécia continental.[26][27][28][6]
Património cultural
- Visby (A "cidade hanseática de Visby", Património Cultural da Humanidade) [2][22]
- Grutas de Lummelunda, com mais de 4 km de galerias [6][22]
- 40 000 vestígios arqueológicos [6][29]
- 92 igrejas medievais [30][31][2][22]
- 800 km de costa com praias e falésias
- Póneis selvagens da raça Gotlandsruss em Lojsta Hed[6]
- Costa da Gotlândia, com as suas típicas falésias (raukar)
- Valve no inverno
- A Igreja de Tofta
- A praia de Slite
Ver também
Referências
Bibliografia
- Almqvist & Wiksell, Sveriges landskap, 1995, ISBN 91-21-14445-1, p. 14-15
- Andersson, Georg et al., Land och liv 1, Estocolmo, Natur och kultur, 1987, ISBN 978-91-27-62563-1, p. 91-93