Guterre Mendes
Guterre Mendes (em castelhano: Gutierre Menéndez; ca. 870[1])– m. [2]) foi um nobre e magnata galego.
Guterre Mendes | |
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Duque em Galiza Conde em Celanova | |
Morte | 934 |
Cônjuge | Ilduara Eris |
Descendência | Ver descendência |
Pai | Hermenegildo Guterres |
Mãe | Ermesenda Gatones |
Filho de Hermenegildo Guterres, conde de Coimbra e de Ermesinda Gatones,[3] filha de Gatón, conde em O Bierzo e de Egilona. Governou como tenente seis condados (conmissa) na Galiza,[4] algumas compartilhadas com seu irmão Arias,[5][6] por concessão do rei Afonso IV.
Era cunhado do rei da Galiza Ordonho II por ter casado este com a sua irmã, a rainha Elvira Mendes.[7] Era tio do rei da Galiza Sancho Ordonhes e também dos reis Afonso IV e Ramiro II.
O rei Sancho Ordonhes casaria com a sua neta a rainha Goto Moniz filha de Munio Guterres, e Ramiro II com a sua sobrinha a rainha Adosinda Guterres. Exerceu importantes poderes por delegação de Ordonho II e recebeu, entre outras encomendas, a de refundar o Mosteiro de Santo Estevo de Ribas de Sil.
Guterres apoiou os filhos de Ordonho II contra os descendentes de Froila, conseguindo afastar Afonso Froilaz e levar Sancho Ordóñez ao trono da Galiza através da coroação em Santiago de Compostela pelo 6.º bispo de Lugo, Hermenegildo, que exerceu o cargo entre 653 e 656.
Foi também um baluarte do rei Ramiro II que, pouco tempo depois de ser coroado, reconfirma as doações que haviam sido feitas a Guterre Mendes por Afonso III "o Grande" e confirmadas pelo rei da Galiza Sancho Ordóñez. Tratava-se de abundantes bens confiscados ao rebelde Vitiza, penúltimo rei dos Visigodos, que reinou entre 702 e 710.
Ao redor do ano 890 casou com uma das mais importantes aristocratas galegas, Ilduara Eriz ou (Santa Ilduara de Celanova). A união de ambas as famílias significou a criação de um dos maiores patrimónios territoriais do reino da Galiza da alta idade media.
Residiu em terras galegas, e no Condado Portucalense se bem que é em terras da Galiza que se encontram os seus mais importantes bens, onde se destaca Portomarín e especialmente Vila Nova dos Infantes onde se situou a sua casa senhorial, o solar da família.
Matrimónio e descendência
Casou com Ilduara Eris (m. ca. 958), filha de Ero Fernandes, conde de Lugo,[4][5] de quem teve:
- Munio Guterres (morto ca. 959/960),[8][5] que casou com sua prima Elvira Árias, filha do conde Árias Mendes[9] e de Ermesenda Gundesíndes. Foram os pais de Goto Moniz, a esposa do rei Sancho Ordonhes.[10]
- Rosendo de Celanova (26 de novembro de 907-1 de março de 977),[5][4] conhecido por Rosendo Guterres ou somente São Rosendo. Foi bispo de Mondonhedo (925-950 e 955-958) e de Santiago de Compostela (968-977) e fundador do Mosteiro de São Salvador de Celanova, onde se retirou,[8] entre outras importantes funções.
- Fruela Guterres (morto ca. 943), conde, esposo de Sarracina e ancestral da Casa de Trava. Sucedeu a seu tio Arias em várias de suas tenências.[5][4]
- Adosinda Guterres (morta depois de 964),[11][5] esposa de Jimeno Díaz. Depois de enviuvar, casou com Ramiro Mendes,[12][13] provavelmente os pais da rainha Velasquita Ramires, esposa do rei Vermudo II.[14]
- Ermesenda Guterres[5][8] (morta depois de 934) foi casada com o conde de Deza, Paio Gonçalves, filho de Gonçalo Afonso Betote e Teresa Eris,[15] os fundadores do Mosteiro de Carboeiro.[16][8]