História da Chechênia

Como parte do Império Russo desde 1859, a região da Checheno-Inguchécia foi incorporada como República Socialista Soviética Autônoma da Checheno-Ingushkaya durante a fundação da União Soviética. Durante o regime soviético, os tchetchenos, acusados de colaboração com os nazistas (os quais não chegaram na Chechênia), sofreram uma deportação - de natureza genocidária, pois 200 000 chechenos morreram - para a então República Socialista Soviética do Casaquistão (o atual Cazaquistão independente) e para a Sibéria durante a Segunda Guerra Mundial. A república foi abolida entre 1944 e 1957, tornando-se no óblast de Grózni. Depois do colapso da União Soviética, um movimento de independência surgiu na Chechênia, enquanto a Rússia recusava-se a permitir a secessão.[1][2][3][4]

Djokhar Dudaiev, presidente nacionalista da República da Chechênia, declarou a independência chechena em 1991. Em 1994, o presidente da Rússia Boris Iéltsin enviou quarenta mil soldados para evitar a separação da região da Chechênia, importante produtora de petróleo, da Rússia.

A Rússia entrou numa guerra que alguns comparam ao que foi a guerra do Vietnã para os EUA. Os insurgentes chechenos infligiram grandes baixas aos russos. As tropas russas não tinham conseguido capturar a capital tchetchena, Grózni, até o fim daquele ano. Os russos finalmente tomaram Grózni em fevereiro de 1995 após pesada luta. Em agosto de 1996 Iéltsin concordou com um cessar-fogo com os líderes chechenos, e um tratado de paz foi formalmente assinado em maio de 1997.

O conflito retornou em setembro de 1999, dando início à II Guerra da Chechênia, tornando sem sentido o acordo de 1997. Os separatistas tchetchenos ainda querem a independência da Tchetchênia e organizaram ataques na Chechênia e em outras regiões da Rússia, incluindo Moscou. Uma década de guerra deixou a maior parte da Chechênia sob controle militar. Guerrilheiros islâmicos chechenos invadem a vizinha república russa do Daguestão e anunciam a criação de um Estado islâmico. A maioria da população, em ambas as repúblicas, é muçulmano-sunita. Os militares russos expulsam os rebeldes para a Chechênia em setembro. Neste mês, atentados contra edifícios, em cidades russas, matam mais de 300 pessoas. O governo responsabiliza os separatistas chechenos e envia tropas à república.

Apesar da pressão para um cessar-fogo, o governo russo rejeita mediação internacional. Mas as denúncias de massacres, estupros e torturas cometidos pelas tropas contra centenas de civis levam o país a aceitar em março de 2000 a visita de representantes da ONU à Chechênia. As emboscadas e os ataques camicases contra as tropas russas prosseguem, assim como os bombardeios aéreos russos. Em junho de 2000, Putin põe a Chechênia sob administração direta da Presidência da federação.

O atentado com dois caminhões Grozny ocorreu em 2 de dezembro de 2002, quando três homens-bomba chechenos lançaram veículos contra a sede do governo da república fortemente vigiada na capital regional Grozny.[5]

Em setembro de 2004, uma escola de Beslan, na república russa da Ossétia do Norte, foi palco de uma das maiores barbáries da atualidade. Terroristas aprisionaram, torturaram e mataram crianças, pais e professores. O líder separatista checheno Shamil Bassaiev assumiu esse e outros ataques (como a explosão no metrô de Moscou, em fevereiro de 2004).

Ver também

Referências