Imigração brasileira no Japão

A imigração brasileira no Japão, ou emigração brasileira para o Japão, é o movimento populacional de brasileiros para o Japão. Os dekasseguis brasileiros[3], que são principalmente descendentes dos imigrantes japoneses que vieram do Brasil buscando trabalho no Japão, principalmente entre as décadas de 1980 e 1990, formando o terceiro maior contingente de estrangeiros residente no país e a quarta maior comunidade de brasileiros vivendo fora do Brasil. Parte desta reversão de fluxo de pessoas se deve à lei de controle de imigração do Japão que permite a entrada de famílias de descendentes de imigrantes japoneses até a terceira geração (sansei)[nota 1]. .

Brasil Brasilo-japoneses Japão
População total

196.781 pessoas (2018)[1][2]

Regiões com população significativa
Línguas
Português brasileiro e Japonês.
Religiões
Cristianismo, a maioria sendo fiel da Igreja Católica Apostólica Romana

Um brasilo-japonês (em língua japonesa: ブラジル系日本人 burajiru kei nihonjin) é um cidadão japonês com ascendência brasileira ou ainda uma pessoa que nasceu no Brasil e que, posteriormente, adotou a cidadania japonesa.

População

Em 2005, o Ministério da Justiça estimou que 302.000 brasileiros viviam no Japão. Em 2012, o número de brasileiros vivendo no Japão era de 215.000. Segundo dados da Bloomberg de julho de 2017, a população de origem brasileira no Japão era de cerca de 180.923 pessoas no referido ano[2]. De acordo com o Ministério da Justiça do Japão, em 2018, havia cerca de 196.781 mil brasileiros vivendo no Japão em condições legais[4].

As províncias com mais brasileiros são Aichi, Shizuoka, Gifu, Mie, Saitama, Gunma, Ibaraki e Kanagawa. As cidades com mais brasileiros são Hamamatsu (Shizuoka), Nagoia (Aichi), Oizumi (Gunma), Shizuoka (Shizuoka), Gifu (Gifu) e Saitama (Saitama)[5][6].

O número de brasileiros residentes no Japão sofreu uma redução em 7 anos, causada principalmente pela Crise econômica de 2008-2009, que havia tornado os empregos escassos, forçando muitos brasileiros a retornar ao Brasil[7][8]. Como resultado, os consulados japoneses no Brasil passaram a aplicar com mais severidade as regras para concessão do visto com finalidade de trabalho[9]. A partir de 2018, a imigração de brasileiros ao Japão voltou a crescer devido as crises e instabilidades econômicas no Brasil[10].

Importância econômica

No ano de 2002, os brasileiros residentes no Japão mandaram para o Brasil mais de 2,5 bilhões de dólares. O Ministério da Justiça estimou em 2005 que os dekasseguis brasileiros enviem anualmente para o Brasil entre 1,5 e 2 bilhões de dólares.[11] Estes valores chegam a superar os valores de divisas obtidas pelo Brasil com a exportação de café.

Características socioculturais

Escola nipo-brasileira em Oizumi.
Carnaval de Asakusa em Tóquio.

Inicialmente, os dekasséguis enfrentaram dificuldades e obstáculos no processo de aprendizado e adaptação ao Japão e a sociedade japonesa[12]. A falta de conhecimento ou domínio do idioma japonês, da cultura e das regras, além do preconceito e da difícil convivência e aceitação por parte dos japoneses, principalmente no trabalho e nas escolas[13], gerou problemas como o isolamento e parte dos brasileiros vivendo somente dentro da comunidade brasileira, que tinha um estrutura voltada aos brasileiros a até o retorno ao Brasil em busca de apoio psicológico[14][15].

Apesar das dificuldades, os dekasséguis brasileiros conseguiram se estabelecer no Japão, fincando suas raízes no país, conquistado estabilidade no emprego, estrutura familiar e identificação com o Japão. Dentre as diversas conquistas dos brasileiros no país está a compra da casa própria, abertura de empresas e comércios direcionados aos brasileiros residentes no país como supermercados, restaurantes, bares, lojas de vestuário, lojas de veículos brasileiros, além da criação de escolas, agências de publicidade e portais de notícias na internet em português como o Revista Alternativa e o Portal Mie, e redes de TV brasileira como a IPCTV[16].

Com o crescimento do uso da internet e das redes sociais, surgiram diversos influenciadores digitais que através de publicações e postagens de textos, fotos e principalmente de vídeos, mostram como é o Japão sob o ponto de vista dos brasileiros residentes no país, suas características, curiosidades, cultura, além de mostrarem os típicos produtos, itens e alimentos do país[17][18].

Os filhos e descendentes dos dekasséguis brasileiros no Japão conseguiram conquistar melhores condições de vida e renda, alcançando postos e profissões antes inacessíveis no mercado de trabalho, desde professores, advogados a até empresários[19].

Há um forte sentimento de "identidade brasileira" na comunidade, que se organiza para celebrar sua herança cultural brasileira, promovendo festas de carnavais ao som de samba, pagode, música sertaneja e música norte-americana, além de consumir comidas típicas do Brasil, principalmente o churrasco.[20][11]

Em comemoração aos 30 anos da chegada dos dekasséguis brasileiros ao Japão, a rede de TV estatal do Japão, a NHK, exibiu o programa 'Nós Não Somos Gaijin!', no dia 11 de Fevereiro de 2021, com legendas em português. Apresentado através da narração de Tamae Ondo e da atuação de Issey Ogata que faz um monólogo contando as experiências e situações vividas pelos brasileiros no país, desde 1990 até 2020, cujas histórias são baseadas em fatos reais. A apresentação foi feita diante do público, composta tanto por brasileiros quanto por japoneses, no conjunto habitacional Kyuban Danchi, em Nagoia[21][22].

Religião

  • População de católicos: 110.000 pessoas

Notas

Referências

Ver também

Ligações externas

Este artigo sobre demografia é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.