Mão (futebolista)
Jenílson Brito Rodrigues, mais conhecido como Mão (Vitória, 6 de dezembro de 1978), é um jogador brasileiro de futebol de areia que atua como goleiro. Mão é considerado um dos melhores goleiros do futebol de areia, tendo sido cinco vezes campeão da Copa do Mundo. Além de ter conquistado a Luva de Ouro em 2009, ele detém o recorde de maior número de aparições no Mundial e é o jogador brasileiro com maior número de partidas internacionais de todos os tempos.[2]
Mão nos Jogos Sul-americanos de Praia de 2019 | ||
Informações pessoais | ||
---|---|---|
Nome completo | Jenílson Brito Rodrigues | |
Data de nascimento | 06 de dezembro de 1978 (45 anos) | |
Local de nascimento | Vitória, ES, Brasil | |
Nacionalidade | brasileiro | |
Altura | 1,86 m | |
Pé | Destro | |
Apelido | Mão | |
Informações profissionais | ||
Período em atividade | 2004–presente | |
Clube atual | Corinthians | |
Número | 1 | |
Posição | Goleiro | |
Clubes profissionais | ||
Anos | Clubes | Jogos e gol(o)s |
2009–2010 2011–2013 2014 2015 2015 2016 2017 2017 | São Paulo Corinthians Sampaio Corrêa Corinthians FUNCAB Espírito Santo SC Braga Corinthians | ? (?) ? (?) ? (?) ? (?) | ? (?)
Seleção nacional | ||
2004 | Brasil | [1] | 394 (26)
Carreira
Mão afirmou que seu desejo sempre foi ser goleiro.[3] Ele veio de uma família pobre e, portanto, teve que pedir emprestada a bicicleta de um amigo para participar dos treinamentos, além de adquirir luvas e botas de segunda mão. No final das contas, ele não teve condições de pagar sessões de treinamento adequadas para o futebol de campo e, portanto, mudou para o futsal.[4][5]
Ele finalmente ingressou no futebol de praia profissional em 2000, aos 21 anos, em seu estado natal, o Espírito Santo.[3] Devido ao maior padrão de profissionalismo do Rio de Janeiro, Mão buscou a transferência para o time de futebol de areia da cidade em 2003, treinado por Alexandre Soares.[6] Foi convocado pela primeira vez para a Seleção Brasileira em 2004, aos 25 anos.[7][8] No início, foi subordinado aos goleiros titulares, Robertinho e Pierre;[3][9] incluído na lista dos quinze possíveis convocados do Brasil para o Mundial de 2004, Mão acabou sendo um dos três jogadores que ficaram de fora da seleção final.[10] Ele foi selecionado novamente para a Copa do Mundo de 2005, mas ficou de fora da lista final mais uma vez. No entanto, no verão de 2005, Alexandre Soares se tornou o novo técnico do Brasil e fez grandes mudanças no elenco, evitando membros de longa data do time, como Robertinho, com Soares preferindo Mão.[11] Posteriormente, ele participou de sua primeira Copa do Mundo em 2006, torneio vencido pelo Brasil,[12] e foi o goleiro titular do Brasil por vários anos, vencendo outras três Copas do Mundo consecutivas em 2007, 2008 e 2009.[3]
Na Copa do Mundo de 2009, em Dubai, Mão fez sua centésima partida pelo Brasil na fase de grupos contra o Bahrein[13] e acabou eleito o melhor goleiro do torneio, ganhando o cobiçado prêmio Luva de Ouro.[14] Mão chegou então a 150 partidas internacionais em agosto de 2011, contra o Chile, nas eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo.[6] Em dezembro, nos Jogos Sul-Americanos de Praia, fraturou um dedo da mão direita, o que o obrigou a ficar impossibilitado de representar o Brasil pela primeira vez em mais de cinco anos.[15] Duzentos jogos pelo Brasil foram alcançados na vitória por 8–3 contra o Senegal na Copa do Mundo de 2013.[16]
Em 2014, Mão alegou ter sido vítima de abuso verbal racista por parte de um jogador uruguaio não identificado na vitória por 9–3 nos Jogos Sul-Americanos de Praia, a primeira vez que sofreu tal abuso em sua carreira.[17] A 250ª participação de Mão pelo Brasil foi realizada em janeiro de 2016 na Copa Sul-Americana.[18] Em maio de 2017, Mão sagrou-se campeão mundial pela quinta vez.[8] Mais tarde naquele ano, em novembro, ele se tornou apenas o terceiro jogador brasileiro a chegar a trezentas partidas pela seleção, ao jogar contra o Irã nas semifinais da Copa Intercontinental de 2017,[19] e foi eleito integrante da seleção mundial do ano apenas dias depois, na cerimônia de premiação do Beach Soccer Stars.[20]
Desde então, Mão fez mais aparições pelo Brasil do que qualquer outro jogador, superando o recorde anterior de Benjamin de 339,[9] alcançando 350 partidas pela vitória por 9–7 contra Portugal na Copa do Mundo de 2019, pela qual recebeu uma camisa comemorativa.[21] Dias depois, ele se tornou o primeiro jogador a atingir a marca de 50 partidas na Copa do Mundo nas quartas de final contra a Rússia.[22] Naquele ano, Mão também manifestou a intenção de continuar jogando até 2023;[9] de fato, embora ainda estivesse ativo pelo Brasil recentemente, como no Mundialito em outubro de 2023, ele não foi escolhido para a Copa do Mundo de 2024, tornando-se a primeira vez em 19 anos que não participou do torneio.[23]
Estilo de jogo
Mão tem sido descrito como um perfeccionista em campo e por isso tem uma personalidade "rabugenta" durante as partidas.[9] Sua filha destacou sua falta de emoções positivas e o encorajou a "sorrir mais" durante os jogos.[3] Sua estatura, cobertura de gol e capacidade de intimidar os atacantes foram notadas por Madjer, que disse sobre Mão: "Lá veio aquele grandalhão. Eu olho para o gol e a bola não tem para onde ir no gol. Como estou vou tirar a bola desse cara?"[24]
Vida pessoal
Jenílson Rodrigues diz que seu apelido, Mão, é comumente confundido por ter sido dado a ele devido à sua posição de goleiro. Na verdade, quando criança, ele tinha dificuldade em pronunciar "irmão" quando se referia ao irmão mais velho, sendo apenas capaz de pronunciar apenas a segunda sílaba, "mão". Isso fez com que o próprio Rodrigues fosse rotulado de Mão, apelido que o acompanha desde criança.[7][8]
Ainda adolescente, descobriu seu pai morto em um depósito de lixo improvisado perto de sua casa. Ele afirma que essa experiência cimentou em sua mente a importância de perseguir o sonho de se tornar jogador de futebol. Ele decidiu contar à sua mãe sobre sua ambição, que não o apoiou e lhe agrediu.[3][4]
Mão cursou Educação Física[8][9][25] e tem quatro filhos.[26] A partir de 2023, passou a trabalhar como professor universitário.[25] Ele também já trabalhou em múltiplos projetos sociais com jovens, com o objetivo de "promover transformações sociais através do esporte"[5][9] e programas sociais para idosos.[25] Ele descreve sua vida como "igreja, casa e treinamento. Não vou a baladas, não bebo, não fumo e sou muito familiar [orientado]. Peço a Deus todos os dias para me ajude."[3]
Títulos
- Corinthians
- Campeonato Brasileiro: 2012
- Mundialito de Clubes: 2013
- Campeonato Paulista: 2017
- Braga
- Seleção Brasileira
- Copa do Mundo de Futebol de Areia: 2006, 2007, 2008, 2009, 2017
- Jogos Mundiais de Praia: 2019
- Copa Intercontinental de Futebol de Areia: 2014, 2016, 2017
- Mundialito: 2005, 2006, 2007, 2010, 2011, 2016, 2017
Títulos individuais
- Melhor goleiro do Mundialito de Futebol de Praia de 2008
- Melhor goleiro (Luva de Ouro) das Eliminatórias da América do Sul para a Copa do Mundo FIFA de Futebol de Areia 2009
- Melhor goleiro do Mundialito de Clubes de Futebol de Areia de 2013
- Melhor jogador do Mundialito de Clubes de Futebol de Areia de 2013