João António Honrado

político português (1929-2013)

João António Honrado (Ferreira do Alentejo, 3 de Março de 1929 - Beja, 21 de Março de 2013), foi um jornalista, político e escritor português, que se destacou pelo seu papel como militante do Partido Comunista Português, durante a ditadura do Estado Novo e após a Revolução de 25 de Abril de 1974.[1]

João António Honrado
Dados pessoais
Nascimento3 de Março de 1929
Ferreira do Alentejo
Morte21 de Março de 2012
Beja
NacionalidadePortugal Portugal
PartidoPartido Comunista Português
OcupaçãoEscritor, político e jornalista

Biografia

Nascimento

João António Honrado nasceu em 3 de Março de 1929, na vila de Ferreira do Alentejo.[2]

Museu do Aljube, situado na antiga cadeia com o mesmo nome, em Lisboa.

Carreira profissional e política

Trabalhou como empregado de escritório e publicista.[3]

Em 1947, entrou no Movimento de Unidade Democrática Juvenil, tendo sido preso em Abril desse ano.[3] Em Janeiro de 1949, passou novamente pela prisão, estando nessa altura já ligado ao Partido Comunista Português, no âmbito da campanha eleitoral de José Norton de Matos.[3]

Em 1950 integrou-se no Partido Comunista Português, onde foi militante durante mais de sessenta anos, e onde trabalhou como funcionário entre 1955 e 1983.[3] Passou à clandestinidade em Dezembro de 1955, tendo sido um dos responsáveis pelas crises académicas em Coimbra de 1958 a 1962, e por várias greves dos operários e dos pescadores na zona do Porto.[3] Foi novamente preso em 1962, tendo passado pelas cadeias do Aljube, Caxias e Peniche, e pela Penitenciária de Lisboa.[3] Esteve encarcerado cerca de doze anos, tendo durante este período continuado o seu activismo contra a ditadura, através da organização de greves de fome e de levantamentos de rancho.[3] Foi um dos principais prisioneiros pelos quais foram organizadas campanhas de solidariedade, contra o regime nas cadeias, e pela amnistia dos presos políticos.[3] Notabilizou-se pela defesa que apresentou ao tribunal em Março de 1963, que tinha escrito nas paredes da cela, em Caxias, e numa colecção de pequenos papéis.[4]

Foi libertado na sequência da Revolução de 25 de Abril de 1974, que restaurou a democracia em Portugal.[3] Esteve depois integrado na comissão que extinguiu a Direcção-Geral de Segurança, e fez parte da Comissão Distrital de Beja e da Direcção da Organização Regional do Alentejo do Partido.[3] Exerceu igualmente como deputado na Assembleia Constituinte.[5]

Como jornalista, escreveu para vários periódicos regionais, exerceu durante vários anos como director do jornal Reforma Agrária, e foi um dos principais impulsionadores para a criação de uma associação de municípios que salvou o Diário do Alentejo da falência, em 1980.[3] Também esteve integrado nas autarquias de Odemira, Serpa e Mértola, no campo da informação.[3] Em Odemira, por exemplo, trabalhou como secretário do Presidente, elaborou os boletins municipais e colaborou na edição de livros e de outros documentos.[6] Posteriormente, foi um dos fundadores da Cooperativa Cultural Alentejana e do jornal Alentejo Popular.[3] Também publicou vários livros, incluindo as obras Textos alentejanos e Crónicas de Dizer Alentejo.[6]

Falecimento

João António Honrado faleceu em 21 de Março de 2013, aos 84 anos de idade, no Hospital de Beja, onde estava internado.[1] Estava casado com Alice Guerreiro.[3] O corpo seguiu para Ferreira do Alentejo no dia seguinte, onde foi cremado.[3] Aquando do seu falecimento, foi homenageado pela Direcção da Organização Regional de Beja do Partido Comunista Português,[3] e pela Câmara Municipal de Odemira, que o classificou como um «grande democrata» que deixou «trabalho sério e dedicado».[6]

Obras publicadas

  • Crónicas de ver Alentejo (1992)
  • Crónicas de Dizer Alentejo (1998)
  • Falando Alentejo (1999)
  • Textos alentejanos (2012)

Referências

Ligações externas


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