Lorenzo Molas

Lorenzo Miguel Ramón Molas[1], mais conhecido simplesmente por Lorenzo Molas (Buenos Aires, 22 de março de 1915 - Buenos Aires, 08 de fevereiro de 1994), foi um cartunista argentino que ganhou notoriedade no Brasil por ter sido o introdutor no país da charge esportiva, em 1943[2].

Lorenzo Molas
Nome completoLorenzo Miguel Ramón Molas
Nascimento22 de março de 1915
Lanús, Buenos Aires, Argentina
Morte8 de fevereiro de 1994 (78 anos)
Buenos Aires, Argentina
Nacionalidadeargentino
Áreajornalista, cartunista

À época, ele foi contratado pelo Jornal dos Sports para criar mascotes para os grandes clubes do futebol carioca[3][4], que acabaram se tornando bem populares. Para o America, ele criou o desenho de um "Diabo"[4]; para o Botafogo, ele criou a figura de um "Pato Donald nervoso"[4]; para o Flamengo, ele pegou o personagem "Popeye" e o vestiu de rubro negro[5]; para o Fluminense, ele criou o "Cartola"[4]; e para o Vasco da Gama ele criou o "Almirante"[2]. Por também trabalhar para jornais argentinos, ele também criou mascotes para os clubes de lá, com destaques para o "Milionário", mascote do River Plate, o "Diabo", do Independiente, e o obeso pizzaiolo “italianado”, do Boca Juniors.

Carreira

Na Argentina, Molas trabalhou como diagramador e chargista nos periódicos portenhos “Crítica”, “Clarín”, “Hoja da Tarde”, além de colaborar com cartuns eventuais na revista “Mundo Deportivo”.

Numa iniciativa pioneira, o Jornal dos Sports contrataria o cartunista portenho para desenhar charges diárias sobre o futebol carioca. Molas chegarano Rio de Janeiro no dia 14 de junho de 1944 - aos 29 anos de idade - e veria sua primeira charge publicada no diário esportivo carioca, na primeira página da edição do dia 17 daquele mês.[6]

Além de ter se notabilizado pelo seu trabalho no Jornal dos Sports, ele também trabalhou em outros órgãos da imprensa brasileira, como “A Última Hora” e “O Globo Esportivo”[1]. No “A Última Hora”, Molas criou uma série que era publicada na seção de esportes chamada de "Os Impossíveis", que mostrava diariamente cenas improváveis de serem observadas em uma partida de futebol[7].

No Jornal dos Sports, seus cartoons tinham como tema a metáfora da conquista amorosa, em que as mascotes dos times do futebol carioca disputavam todo ano a mão de uma nova Miss Campeonato, figura alegórica criada para representar a ideia abstrata do título de campeão[8].

Os mascotes dos clubes

A inspiração para a criação das mascotes dos clubes foram:

  • O "Diabo" do América Football Club - O personagem alude ao vermelho vivo das cores do time e também ao seu costume de “infernizar” os rivais[1];
  • O "Pato Donald nervoso" do Botafogo - Molas ironizou a irritabilidade e o espírito contestador atribuídos pela imprensa ao clube alvinegro, ao adotar a imagem do Pato Donald, famoso pelos seus ataques de fúria[1];
  • O "Popeye rubro-negro" do Flamengo - O bicampeonato Carioca conquistado após superar momentos iniciais complicados levou Molas a escolher o Popeye, por encontrar forças adicionais em suas latas de espinafre[1];
  • O "Cartola Pó-de-Arroz" do Fluminense - faz alusão as origens aristocráticas do clube[1];
  • O "Almirante" do Vasco da Gama - O Vasco foi homenageado pela figura do Almirante, o histórico navegador português, reforçando, assim, os vínculos com a forte presença da colônia lusitana no Rio de Janeiro[1].

Referências