Módulo Lunar Apollo

O Módulo Lunar Apollo foi parte da nave usada no Projeto Apollo. Ele possuía formato de "aranha", e servia para a descida no solo lunar e para o regresso a órbita da Lua para o encontro com os outros dois módulos que lá permaneciam em órbita (Módulo de Comando e Serviço Apollo).[1]

Módulo Lunar Apollo

LM "Orion" utilizado durante a Apollo 16.
Descrição
Nomes alternativosLunar Excursion Module
TipoAterrissador
Operador(es)Estados Unidos NASA
Propriedades
FabricanteEstados Unidos Grumman Aircraft
Massa de lançamentoInicial: 15,200 kg
Estendida: 16,400 kg
Altura7,4 m
Potência elétrica28–32 volts
Geração de energiaBaterias
BateriasBaterias de prata-zinco
Módulos2
Tripulação2 astronautas
Volume6,7
Vida útil75 horas
ProjetistaEstados Unidos Thomas J. Kelly
AplicaçõesPrograma Apollo
Produção
Estado de produçãoEncerrada
Unidades fabricadas15 unidades
Lançadas10 unidades
Operacionais10 unidades
Falhadas0 unidade(s)
Perdidas0 unidade(s)
Primeiro lançamento22 de janeiro de 1968
Último lançamento07 de dezembro de 1972
Retirada de serviço14 de dezembro de 1972
Portal Astronomia

A nave Apollo era muito maior que as naves usadas nos Projeto Mercury e Projeto Gemini. Diferentemente destes projetos anteriores, no Projeto Apollo a nave era constituída de múltiplas partes.

Definição do método de voo para a Lua

Havia, na época da definição do Projeto Apollo, três possibilidades de voo para a Lua:[2]

  • Uma possibilidade baseada na ideia de um único e imenso foguete que iria decolar da Terra, pousar na Lua e retornar;
  • Outra opção baseada na ideia de rendez-vous (encontro em órbita) na órbita da Terra, em que o foguete encontraria um outro estágio em órbita da Terra; e
  • Finalmente, a opção do rendez-vous lunar, que significa que um pequeno módulo desceria ao solo da Lua e depois encontraria em órbita a nave de retorno.

Esta última opção foi a escolhida pelos engenheiros da Nasa para o projeto Apollo (veja Figura descrevendo a missão Apollo). Em cada missão Apollo eram enviados três astronautas, dois desciam na Lua usando o Módulo Lunar (comandante e piloto do Módulo Lunar) e um permanecia em órbita no Módulo de Comando (piloto do Módulo de Comando).

O Módulo Lunar era formado por duas partes: módulo de descida e módulo de ascensão. O módulo de descida era responsável pelo pouso na Lua, já o módulo de ascensão permitia o retorno à órbita lunar para o rendez-vous com o Módulo de Comando e Serviço Apollo, que era o veículo de retorno para a Terra.[3]

Projeto e fabricação do Módulo Lunar

O projeto e fabricação do Módulo Lunar ficou a cargo da "Grumman Aerospace Corporation" de Nova York, fabricante de aviões para a Marinha dos Estados Unidos.[4]

A Grumman envolveu-se no projeto de voos tripulados para a Lua em 1958. Uma vez que a Nasa definiu que o rendez-vous lunar era o melhor método de pouso na Lua, a Grumman começou a estudar o assunto. Em novembro de 1962 a Nasa escolheu a Grumman como fornecedora do futuro Módulo Lunar, que foi batizado oficialmente de "LEM" (Lunar Excursion Module).[4]

O primeiro teste do LEM foi na missão não tripulada Apollo 5, lançada por um foguete Saturno IB (um estágio do Saturno V), lançado em 22 de janeiro de 1968. Posteriormente o Módulo foi testado nas missões tripuladas Apollo 9 (em órbita da Terra) e Apollo 10 (em órbita da Lua).[2]

Módulo de ascensão

Módulo de ascensão

O módulo de ascensão é composto por três partes: o compartimento da tripulação, a secção central e o compartimento de equipamentos. Os dois primeiros compõem a cabine, que possui 6,6 m3. Na secção central encontra-se alojado o motor de subida. O compartimento de equipamentos é uma área não pressurizada que se localiza atrás da secção central e é composto por um bastidor com vários equipamentos, além de tanques com oxigênio e hélio gasosos.[3]

O módulo de ascensão possui duas janelas triangulares inclinadas, que são usadas para visibilidade lateral e inferior, além de uma pequena janela na parte superior, usada para manobras de acoplamento com os módulos de comando e serviço.[3]

Possui também duas escotilhas, uma frontal retangular usada para a passagem de astronautas e equipamentos para a superfície lunar e outra circular na parte superior usada para a passagem de astronautas e equipamentos para o módulo de comando.[3]

Toda a cabine é envolta por uma isolação térmica e por uma proteção contra micrometeoróides.[3]

No módulo de ascensão ficavam os seguintes sistemas: direção, navegação e controle; provisão da tripulação e painéis; controle de ambiente; dispositivos eletro-explosivos; instrumentação; energia elétrica; propulsão; controle de reação; e comunicações.[3]

O sistema de propulsão deste módulo é usado para a decolagem da superfície da Lua e para a entrada numa trajetória que o levasse ao acoplamento com os módulos de comando e serviço em órbita. O módulo também incluía 16 pequenos motores montados em grupos de quatro, usados para manobras tanto no pouso como na ascensão.[5]

Módulo de descida

Módulo de descida

O módulo de descida é a parte não tripulada do módulo lunar e representa 2/3 da massa deste. Isso ocorre pois, o motor de descida é maior que o motor de subida e necessita tanques de combustível maiores e também por que suporta todo o módulo de subida, possui as sapatas de pouso e deve ainda servir como plataforma para o lançamento do módulo de subida.[3]

O módulo possui um formato octogonal sendo que na parte central localiza-se o motor de descida e nas laterais encontram-se os tanques de combustível e comburente além de tanques de oxigênio, água e hélio.[3]

Além disso, possui em sua lateral um módulo com o pacote de experimentos da superfície lunar, a serem usados para a exploração da Lua.[3]

Nas missões Apollo 15, 16 e 17 um veículo explorador lunar foi levado até a superfície preso à lateral do módulo de descida.[6]

Diferentemente do módulo de ascensão, o motor deste módulo possui aceleração regulável o que permitia aos astronautas o controle da descida final a partir de uma altitude de 15,2 km, permitindo inclusive, que o módulo pairasse de forma a possibilitar a escolha do melhor local para o pouso.[5]

Voos tripulados que pousaram na Lua

As missões Apollo que pousaram na Lua usando o Módulo Lunar foram Apollo 11, Apollo 12, Apollo 14, Apollo 15, Apollo 16 e Apollo 17.[7]

A Apollo 13, embora não tenha pousado na Lua devido a um sério acidente, usou o Módulo Lunar como veículo de emergência e os motores do Módulo Lunar como motor reserva, já que os principais estavam avariados.[7]

Galeria

Referências

Ligações externas

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