Maprotilina

composto químico
Maprotilina
Alerta sobre risco à saúde
Identificadores
Número CAS10262-69-8
Código ATCN06AA21
Primeiro nome comercial ou de referênciaLudiomil
Propriedades
Fórmula químicaC20H23N
Massa molar277.4 g mol-1
Farmacologia
Via(s) de administraçãooral, intramuscular, intravenoso (infusão)
Meia-vida biológicaentre 27 e 58 horas
Excreçãorenal e hepática
Página de dados suplementares
Estrutura e propriedadesn, εr, etc.
Dados termodinâmicosPhase behaviour
Solid, liquid, gas
Dados espectraisUV, IV, RMN, EM
Exceto onde denotado, os dados referem-se a
materiais sob condições normais de temperatura e pressão

Referências e avisos gerais sobre esta caixa.
Alerta sobre risco à saúde.

A maprotilina, também referida pelo nome comercial Ludiomil, é um antidepressivo tetracíclico (TeCA) que possui efeito inibitório potente e seletivo sobre a recaptação da noradrenalina na fenda sináptica cerebra, e nas estruturas corticais do sistema nervoso central (SNC).[1] A maprotilina também pode ser classificada como um antidepressivo tricíclico (TCA), especificamente uma amina secundária.[2] A maprotilina é um potente antagonista do receptor 5-HT7. Esta atividade desempenha, provavelmente, um papel importante na sua atividade antidepressiva. De acordo com a Bula, apresenta um espectro de ação bem equilibrado, melhorando o humor e aliviando a ansiedade, a agitação e o retardamento psicomotor.[1]

Efeitos colaterais

Possui efeitos colaterais típicos dos antidepressivos tricíclicos, mas que costumam ser mais leves. Os .principais são tonturas ao levantar-se (hipotensão postural), aceleração do coração (arritmia cardíaca), secura da boca, aumento do peso, prisão de ventre e visão borrada.[3]

Mecanismo de ação

A Maprotilina demonstrou exibir uma ação antidepressiva. Inibe fortemente a reabsorção de noradrenalina no cérebro e tecidos periféricos, embora seja notável a sua falta de inibição da recaptação da serotonina. Tem uma atividade de bloqueio alfa-adrenérgico marcadamente menos pronunciada do que a amitriptilina. No perfil farmacológico da maprotilina é observado um forte efeito anti-histamínico e uma ação anticolinérgica mais fraca. Maprotilina também exerce um efeito sedativo sobre o componente ansiedade da doença depressiva.

Postula-se que a maprotilina exerce a sua ação antidepressiva pela inibição da recaptação pré-sináptica das catecolaminas, aumentando assim a sua concentração na fenda sináptica do cérebro. Em doses únicas, o efeito da maprotilina na eletroencefalografia (EEG) revelou um aumento da densidade da onda alfa, uma redução da frequência da onda alfa e um aumento da amplitude da onda alfa. No entanto, como os antidepressivos tricíclicos, a maprotilina reduz o limiar convulsivo.

Num estudo de sono ainda não corroborado, parece que a maprotilina aumenta a fase REM do sono em pacientes deprimidos, a partir da sua linha de base inicialmente reduzida, enquanto a imipramina reduz a fase do sono REM.[carece de fontes?]

Afinidade de ligação

Alvos biológicosAçãoAfinidade de ligação Ki (Nm)
NETinibidor11.1
5-HT2Aantagonista/ agonista inverso51
5-HT2Cantagonista/ agonista inverso122
5-HT7antagonista/ agonista inverso50
H1antagonista/ agonista inverso2
α1Aantagonista90
M1antagonista570
D2antagonista350
SERTinativoinativo
DATinativoinativo

Farmacocinética

A maprotilina é completamente absorvida após administração oral no homem. Verificou-se que a ligação às proteínas séricas era de 88%. A meia-vida da maprotilina inalterada no homem é relativamente longa e varia de 27,4 a 57,6 horas. A depuração sistémica média é de 514 L/ min.

Após doses diárias repetidas de maprotilina, foi atingida uma concentração plasmática estacionária na segunda semana, com a maioria dos indivíduos a receber doses diárias de 150 mg atingindo níveis sanguíneos entre 100 e 400 ng/mL. Os mesmos níveis plasmáticos são atingidos se a dose diária é dada como uma dose única de 150 mg, em 2 frações de 75 mg ou 3 frações de 50 mg.

Maprotilina é metabolizada por N-desmetilação, desaminação, hidroxilações alifáticas e aromáticas e pela formação de derivados metoxiaromáticos. Maprotilina é excretada principalmente na urina: no prazo de 21 dias após a dose única, um total de 57% da dose total é excretada na urina, com cerca de 30% de excreção biliar. Apenas 2 a 4% da dose é excretada inalterada na urina. Noventa por cento da quantidade excretada na urina consiste em metabólitos, 75% na forma de glucuronídeos.

As concentrações plasmáticas estacionárias num dado nível de dose são mais elevadas em indivíduos idosos (mais de 60 anos) em comparação com doentes mais jovens. A meia-vida de excreção renal de maprotilina não são significativamente afetadas pela presença de insuficiência renal (depuração da creatinina: 24 a 37 mL / min), desde que as funções hepáticas ainda sejam normal. A excreção urinária de metabolitos é reduzida, embora esta redução seja compensada pelo aumento da eliminação fecal dos metabolitos através da excreção pela bile.[4]

História

Maprotilina foi desenvolvida pela farmacêutica Ciba-Geigy, agora pertencente ao grupo suíço Novartis. Foi patenteada em 1966 e foi descrita pela primeira vez na literatura em 1969. O medicamento foi introduzido para uso médico em 1974.

Ver também

Referências


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