Marco Veleio Patérculo

Marco Veleio Patérculo (em latim: Marcus Velleius Paterculus; ca. 19 a.C. – ca. 31), também conhecido simplesmente como Veleio, foi um historiador do Império Romano. Apesar de Prisciano indicar que o seu prenome era Marco, alguns eruditos modernos identificam-no como o Caio Veleio Patérculo cujo nome pode ser encontrado numa inscrição de um marco no norte da África.[1], que pode ser o seu filho (ou neto) Caio Veleio Patérculo, cônsul sufecto em 60.

Marco Veleio Patérculo
Marco Veleio Patérculo
Nome completoMarcus Velleius Paterculus
Nacionalidaderomano
Ocupaçãohistoriador
Magnum opusCompêndio da História romana

Biografia

Membro de uma família da Campânia[2] era neto de Caio Veleio, escolhido para a posição mais honrosa dentre os 360 juízes por Pompeu, e chefe dos engenheiros sob Pompeu, Marco Bruto e Tibério; quando este partiu de Nápoles, Caio, incapaz de acompanhá-lo por causa da idade e doenças,[3] matou-se pela espada, na Campânia.[4]

Patérculo entrou no exército ainda muito jovem. Desempenhou o cargo de tribuno militar na Trácia, na Macedônia, na Grécia e no Oriente. Em 2 d.C. presenciou a entrevista do Eufrates entre Caio César, neto de Augusto, e o rei parto Fraataces. Mais tarde, serviu como prefeito de cavalaria e legado durante oito anos (desde 4 d.C.) na Germânia e na Panônia sob Tibério.[5] Pelos seus serviços foi nomeado questor em 8 d.C. e, com o seu irmão, pretor em 15 d.C.[5] Conhece-se que ainda estava vivo em 30 d.C., pois existem várias referências históricas a respeito do consulado de Marco Vinício correspondente a esse ano, e acredita-se que foi sentenciado à morte em 31 d.C. por ser amigo de Sejano, a quem elogiava.[5]

Compêndio da História romana

Historia romana, 1600

Seu Compêndio da História romana consiste de dois livros dedicados a Vinício e cobre o período que vai da dispersão dos gregos depois da Guerra de Troia até a morte de Lívia (29 d.C.). O primeiro livro, que conclui com a destruição de Cartago em 146 a.C., tem seções perdidas, incluído o começo. A parte posterior da história, em especial o período entre as mortes de Júlio César (44 a.C.) e Augusto (14 d.C.), são tratadas com maior pormenor. Embora haja observações breves sobre a literatura latina e grega, não há menção alguma a Plauto, Horácio ou Propércio. O autor não exibe uma verdadeira agudeza histórica, apesar de ser, em geral, confiável quanto às suas afirmações respeito de fatos específicos. Além disso, a sua cronologia é inconsistente. Quando refere César, Augusto e, sobretudo, ao seu patrão Tibério, Patérculo é pródigo em elogios ou adulações. As repetições, as redundâncias e o desconserto enquanto a expressão, podem ser devidos às pressas com as quais foi escrito o texto (segundo indica com frequência o autor mesmo). A retórica pomposa e o efeito forçado por causa de hipérboles, antítese e epigramas pertencem ao período do latim clássico, do qual Patérculo é o primeiro exemplo. O autor visava escrever uma narração mais completa do último período, que incluiria a guerra civil entre César e Pompeu e as guerras de Tibério, mas não existem evidências de o ter realizado. As suas fontes principais são as Origens de Catão, os Anais de Hortênsio Hórtalo, Pompeu Trogo, Cornélio Nepote e Tito Lívio.

Veleio Patérculo não foi muito conhecido na antiguidade. Aparentemente, foi lido por Lucano e imitado por Sulpício Severo, mas apenas o menciona em comentários acerca de Lucano e, uma vez, por Prisciano.

Obra e edições

O texto da obra de Patérculo, preservada em um único manuscrito mal escrito e mutilado, descoberto em 1515 por Beato Renano na Abadia de Murbach, Alsácia, e atualmente perdido, é bastante corrompido.[6]

  • Editio princeps, 1520
  • Primeiras edições por
  • Edições modernas
    • David Ruhnken e Frotscher (1830-39)
    • Johann Caspar von Orelli (1835)
    • F Kritz (1840
    • ed. mm. 1848)
    • Friedrich Haase (1858)
    • Karl Felix Halm (1876)
    • Robinson Ellis (1898) (revisada por W. Warde Fowler em Classical Review, maio de 1899)

Referências

Bibliografia

Ligações externas