Meônio

príncipe de Palmira e usurpador romano do século III

Meônio (português brasileiro) ou Meónio (português europeu) (em latim: Maeonius) foi um provável membro da família reinante de Palmira, que durante um curto período se assumiu como usurpador romano contra o imperador Galiano (r. 253–268), um dos Trinta Tiranos da História Augusta. Primo ou sobrinho de Odenato (r. 252–267), assassinou-o com o filho dele Heranes I em 267, por iniciativa própria ou por conspiração com a esposa do falecido, Zenóbia (r. 267–272). Segundo a História, declarou-se imperador, mas foi logo assassinado por suas tropas, enquanto segundo outras fontes foi morto a mando de Zenóbia.

Meônio
Meônio
Efígie de Meônio no Promptuarii Iconum Insigniorum
Usurpador do Império Romano
Reinado267
Antecessor(a)Odenato
Sucessor(a)Zenóbia e Vabalato
 
Nascimentoséculo III
Morte267
 Emessa
ReligiãoPaganismo

Vida

Condenação à morte de Meônio por Zenóbia numa tapeçaria flamenga do final do século XVI; Museu de Belas Artes de Ruão

Segundo o historiador bizantino do século XII João Zonaras, era sobrinho de Odenato (r. 252–267), enquanto a História Augusta cita-o como primo e enumera-o entre os Trinta Tiranos.[1] À época, por seu papel no combate ao Sapor I (r. 240–270), Odenato havia sido nomeado corretor do Oriente (corrector totius orientis) pelo imperador Galiano (r. 253–268) e declarou-se rei de reis, implicando que se via como rival dos persas e protetor da região contra eles.[2][3][4] Além disso, seu filho Heranes I foi elevado como cogovernante.[5]

No início de 267, Odenato e Heranes retornaram da vitória em Ctesifonte, capital de Sapor I, e pararam em Emessa para uma festa de aniversário. Na ocasião, foram mortos por Meônio.[6][7] Segundo a História Augusta, o ocorrido foi fruto de conspiração arranjada por Zenóbia, esposa de Odenato, que queria seus filhos como herdeiros e não Heranes, filho de outra mulher. Para Zonaras, a morte de Odenato foi motivada por uma disputa durante uma caça. De acordo com seu relato, Meônio acompanhou Odenato numa caçada e atirou a lança contra o animal primeiro, matando-o. Odenato se enfureceu e ameaçou-o, mas Meônio continuou a fazer o mesmo e foi punido com o confisco de seu cavalo, algo tido como insultuoso. Meônio ameaçou-o e foi posto em correntes. Depois, Heranes pediu a Odenato que Meônio fosse libertado, e quando Odenato estava bêbado, Meônio matou-o e a Heranes.[8]

A História alega que suas ações foram motivadas pela intensa inveja que sentia de Odenato;[6] o historiador André Chastagnol pensa que o assassinato pode ter efetivamente ocorrido, mas o caráter dissoluto de Meônio é uma invenção do autor da História Augusta.[9] Para Zonaras, Meônio foi morto imediatamente após o assassinato, enquanto a História diz que se proclamou imperador, sendo morto pelos soldados pouco depois.[10] Segundo William Smith, a coleção Pembroke possuía uma moeda de caráter duvidoso na qual havia a legenda Imp. C. Maeonius ("Imperador Caio Meônio"), enquanto as publicadas por Hubert Goltzius eram inequivocamente espúrias.[1] Para Richard Stoneman, Meônio, para além da suposta relação conspiratória com Zenóbia, deve ser entendido como rival ao trono ou membro de um grupo que desaprovava a atitude amigável de Odenato em relação ao Império Romano.[7]

Referências

Bibliografia

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