Muro das Lamentações

local sagrado do judaísmo em Jerusalém

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Muro das Lamentações
Muro Ocidental / Muro de Al-Buraq
Muro das Lamentações

Localização na Jerusalém antiga
Localização atual
PaísJerusalém,  Israel
Altitude62 pés (19 m) m
Notas
Estado de conservaçãopreservado

O Muro das Lamentações ou Muro Ocidental (Qotel HaMa'aravi הכותל המערבי em hebraico) é o segundo local mais sagrado do judaísmo, atrás somente do Santo dos Santos, no monte do Templo.

Trata-se do único vestígio do antigo Templo de Herodes, erguido por Herodes, o Grande no lugar do Templo de Jerusalém inicial. É a parte que restou de um muro de arrimo que servia de sustentação para uma das paredes do edifício principal e que em si mesmo, não integrava o Templo que foi destruído pelo general Tito, que depois se tornaria imperador romano, no ano de 70.[1]

Muitos fieis judeus visitam o Muro das Lamentações para orar e depositar seus desejos por escrito. Antes da Guerra dos Seis Dias, em 1967, quando o local e toda a Cidade Velha de Jerusalém foram conquistados por Israel,[2] o local era chamado de Mughrabi Quarter ou o Quarteirão Marroquino, de onde, por ordem do prefeito de Jerusalém, 135 famílias árabes foram removidas para a abertura da esplanada do Muro das Lamentações.[3]

Os restos que hoje existem datam da época de Herodes, o Grande, que mandou construir grandes muros de contenção em redor do monte Moriá, ampliando a pequena esplanada sobre a qual foram edificados o Primeiro e o Segundo Templo de Jerusalém, formando o que hoje se designa como a Esplanada das Mesquitas.

História

Judeu orando junto ao Muro das Lamentações.
Muro das Lamentações

O Primeiro Templo, ou Templo de Salomão, foi construído no século X a.C., e derrubado pelos babilónios em 586 a.C. O Segundo Templo, entretanto, foi construído por Zorobabel após o Exílio Babilônico, e voltou a ser destruído pelos romanos no ano 70 da nossa era, durante a Primeira Guerra Judaico-Romana. Deste modo, cada templo esteve erguido durante 400 anos.[carece de fontes?]

Quando as legiões do então general Tito destruíram o templo, só uma parte do muro exterior ficou em pé. Tito deixou este muro para que os judeus tivessem a amarga lembrança de que Roma vencera a Judeia (daí o nome de Muro das Lamentações). Os judeus, porém, atribuíram-no a uma promessa feita por Deus, segundo a qual sempre ficaria de pé ao menos uma parte do sagrado templo como símbolo da sua aliança perpétua com o povo judeu. Os judeus têm pregado frente a este muro durante os derradeiros dois milênios, crendo que este é o lugar acessível mais sagrado da Terra, já que não podem aceder ao interior da Esplanada das Mesquitas, que seria ainda mais sagrado.[4]

Tradição

A tradição de introduzir um pequeno papel com pedidos entre as fendas do muro tem vários séculos de antiguidade. Entre as petições dos judeus estão ferventes súplicas a Deus para que regresse à terra de Israel, o retorno de todos os exilados judeus, a reconstrução do templo (o terceiro), e a vinda da era messiânica com a chegada do Messias judeu.[5]

O Muro das Lamentações é sagrado para os judeus devido a ser o último pedaço do Templo pelos lados sul e leste. Além disso, o muro é o lugar mais próximo do sancta sanctorum ou lugar "sagrado entre os sagrados" (1 Reis 8:6-8). Das três secções do muro, a do leste, do sul e do oeste, a do oeste é o lugar tradicional de oração (daí o seu nome em hebraico, Hakótel Hama'araví, "o Muro Ocidental").

Aos muçulmanos, o Muro também tem sua santidade. Conhecido por eles como Al-Buraq, ele recebe este nome pois foi nele que Maomé, em sua jornada noturna, teria amarrado o ser mitológico, conhecido por este nome.[6]

Na Esplanada das Mesquitas, rodeada pelo muro, os muçulmanos construíram ao longo dos séculos a Cúpula da Rocha e a Mesquita de Al-Aqsa.

Novo espaço

Em 31 de janeiro de 2016, o Governo de Netanyahu votou a favor da criação de um novo espaço junto ao Muro das Lamentações, onde homens e mulheres podem rezar em conjunto. Decisão histórica vem ao encontro de duas décadas de reivindicações por parte dos grupos progressistas judeus, para que fosse reconhecido o direito a rezarem de acordo com os seus rituais. Os judeus terão assim três espaços diferentes para rezar - um só para homens, outro só para mulheres e outro misto.[7][8]

O Muro Ocidental, em Jerusalém, Israel, é o que resta do Segundo Templo.

Ver também

Referências

Ligações externas

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