N/T Colonial

O N/T Colonial foi um paquete pertencente à Companhia Colonial de Navegação (CCC) que esteve ao serviço desta empresa entre 1929 e 1950 na Carreira de África e esporadicamente na Carreira da América do Sul.

N/T Colonial
N/T Colonial
Deck do "SS Ypiranga" (c. 1911).
   Bandeira da marinha que serviu
EstaleiroEstaleiro Germania
Lançamento3 de Maio 1908
Comissionamento14 de Outubro 1908
Viagem inaugural14 de Outubro 1908
Período de serviçoHamburg America Line: 1908-1919
White Star Line: 1919-1921
Achor Line:1921-1929
Companhia Colonial de Navegação: 1929-1950
EstadoEncalhou a 17 de Setembro de 1950
Características gerais
Tipo de navioNavio de passageiros de dois hélices
ClasseYpiranga
Arqueação8 103 toneladas
Comprimento138.20 m
Boca16.76 m
Calado9.07 m
Propulsão2 Hélices
duas máquinas a vapor de quadrupla expansão
4 800 cv
Velocidade13.5 Nós
Tripulação136 Tripulantes
Passageiros1311 sendo:
1ª Classe: 136
2ª Classe: 126
3ª Classe:1 049

História

Construção

Foi construído em 1908 nos estaleiros navais Germania da Krupp em Kiel, na Alemanha, sob encomenda da Hamburg-Amerikanischen Packetfahrt-Actien-Gesellschaft (HAPAG), também conhecida por Hamburg-America Line. Batizado com o nome de "Ypiranga", deslocava 8 103 toneladas a 13.5 nós, tinha uma chaminé e dois mastros. À época foi construído um navio-gémeo, o "Corcovado", que tal como o "Ypiranga" viria a ser adquirido pela CCC, que o baptizaria com o nome Mousinho.

A serviço do Império Alemão

Desde o inicio da carreira, ambas as embarcações revelaram ser extremamente instáveis em alto-mar. Essa falha foi sanada através da montagem de quatro tanques de lastro no convés superior de cada uma, no costado junto a ambos os mastros, ligados por um passadiço[1].

A correção resultou um sucesso e ambos os navios revelaram ser muito estáveis, mesmo em condições adversas de ondulação.

O "Ypiranga" foi colocado na linha Alemanha-México. Em abril de 1914 transportava um carregamento de armas destinadas às forças do então presidente do México, Victoriano Huerta, que no ano anterior tinha deposto e assassinado o seu antecessor, Francisco I. Madero. O Governo do presidente dos Estados Unidos, William Howard Taft impôs um embargo de armas ao México e o Exército dos Estados Unidos ocupou o porto de Vera Cruz. Ao chegar a esse porto, o "Ypiranga" foi inspeccionado pelos americanos que, ao encontrarem as armas, arrestaram a embarcação. Entretanto, como não havia sido declarado qualquer estado de guerra, os americanos foram obrigados a libertar o navio que se dirigiu para Puerto Mexico onde descarregou o armamento.

A serviço da Grã-Bretanha

Com o fim da Primeira Guerra Mundial e a assinatura do Tratado de Versalhes, a embarcação foi entregue em 1919, como reparação de guerra à Grã-Bretanha, vindo a ser utilizado a serviço da White Star Line no repatriamento de tropas australianas. Após essa comissão, a embarcação passou o ano de 1920 atracada até que, em 1921 foi adquirido pela empresa Anchor Line. Sofreu então importantes reparações e alterações, sendo rebatizado como "Assyria" e colocado na linha para Nova Iorque, na qual operou até 1925, quando foi transferido para a linha da Índia, na qual operou até 1929, momento em que foi adquirido pela CCC, vindo a ser repatizado agora como "Colonial".

A serviço de Portugal

Sob a bandeira Portuguesa o "Colonial" navegou sobretudo nas linhas de África, com destino a Angola e Moçambique (onde operou com o seu irmão gémeo, o N/T Mouzinho) e, ocasionalmente, ao Oriente (Timor).

A 17 de junho de 1939 zarpou de Lisboa, transportando a bordo o então Presidente da República, Óscar Carmona, em visita de Estado a Angola, Moçambique e África do Sul, tendo retornado a Lisboa a 12 de Setembro de 1939. [2]

No inicio da Segunda Guerra Mundial foi também colocado na linha do Brasil, até à entrada ao serviço do N/T Serpa Pinto.

Em setembro de 1950 foi vendido à British Iron & Steel Corporation, tendo sido rebatizado como "Brisco 9". A 17 de setembro de 1950, quando estava a ser rebocado para a demolição, desprendeu-se do reboque e encalhou perto de Campbeltown.

Referências