Narses I, o Grande

Católico armênio
 Nota: Para outros significados, veja Narses.

Narses I ou Nerses I (em latim: Narses I; em grego: Ναρσής Α; romaniz.: Narsés A; em armênio: Ներսես Ա; romaniz.: Nerses A; 326 - 25 de julho de 373), conhecido como o Grande (em armênio: Մեծ; romaniz.: Medz) ou São Narses (em armênio: Սուրբ Ներսես; romaniz.: Surb Nerses), foi católico da Armênia de 353 a 373.

Narses I, o Grande
Narses I, o Grande
Nascimento326
Morte25 de julho de 373
EtniaArmênio
ProgenitoresMãe: Bambishn
Pai: Atanágines
CônjugeSanductes
Filho(a)(s)Isaque I, o Parta
ReligiãoCatolicismo

Nome

Narses é a forma helenizada e latinizada do armênio Nerses. A atestação mais antiga do nome ocorre nos Feitos do Divino Sapor, uma inscrição trilíngue do reinado do xainxá sassânida Sapor I (r. 240–270). Em parta é registrado como Narsēs e em pálavi como Narsē. O nome deriva do avéstico Nairyō saŋha-, que literalmente significa "o de muitos discursos", ou seja, o mensageiro divino.[1]

Vida

Soldo de Valente (r. 364–378)
Dinar de Sapor II (r. 309–379)

Narses nasceu em 326 e seu pai era Atanágines, da família dos gregóridas, e sua mãe era Bambishn (princesa), irmã do rei arsácida Tigranes VII.[2] Educado em Cesareia Mázaca, na Capadócia,[3] se casou com Sanductes, filha de Vardanes I Mamicônio (o líder do partido pró-persa na corte de Ársaces II), com a qual teve um filho, Isaque I, o Parta.[2] Ele foi conselheiro e camareiro de Ársaces II.[3]

Por unanimidade, foi eleito católico em 353 aos 27 anos de idade[3] e consagrado a Cesareia como seus predecessores;[4] tal hábito, porém, para com ele.[5] Provavelmente logo convoca o primeiro concílio da Igreja Apostólica Armênia em Astisata, em Taraunitis, que a reorganiza; o zoroastrismo e paganismo são proibidos, assim como casamentos consanguíneos ou ritos funerários antigos, e muitas instituições voluntárias (leprosários, orfanatos, etc.) foram criadas,[4] as "bases da benevolência caridosa" na Armênia.[6] Esse concílio também marca a ascensão do monasticismo armênio.[7]

Em 358, Ársaces envia-o a Constantinopla para buscar sua esposa Olímpia[4] e negociar alguns privilégios fiscais.[8] Após seu retorno em 359, e segundo os historiadores Fausto, o Bizantino[9] e Moisés de Corene,[10] criticou o rei, que assassina seu sobrinho Genelo, de quem Ársaces cobiçava a esposa Paranzém, que não hesita em matar Olímpia; tais episódios provavelmente mascaram a oposição entre Narses e Ársaces, que desenvolve simpatias arianas.[11] O católico é removido da corte, onde o diácono Cate o representa,[12] e é substituído pelo não consagrado Isaque Chunaque.[13]

Após a morte de Ársaces e da ocupação persa sob o Sapor II (r. 309–379), seu filho Papa é restaurado ao trono armênio em 369 com a ajuda do imperador Valente (r. 364–378); ele lembra Narses, sem saber se é um gesto de conciliação vis-à-vis a Igreja[14] ou o resultado de pressões nesse sentido do nacarares.[15] Por Papa ser ariano, a disputa logo se instala: o rei dá veneno ao católico,[15] que morre em 25 de julho de 373.[3] Devido ao assassinato, o arcebispo de Cesareia proíbe qualquer ordenação de bispo na Armênia sob os 3 católicos seguintes.[16] Hesíquio II, às vezes chamado de Isaque e, como tal, confundido com Isaque Chunaque,[17] embora de uma maneira improvável, o sucede.[15] Seu filho Isaque I, o Parta também ocupou a função de católico de 387 a 439.[18]

Santo

Narses é considerado um santo desde a sua morte; seu túmulo, localizado perto de Erzurum, foi um local de peregrinação até as invasões árabes do século VII.[19]

Ver também

Precedido por
Isaque
Católico de todos os armênios
353-373
Sucedido por
Hesíquio II

Referências

Bibliografia