Republicanos (partido político)
O Republicanos é um partido político brasileiro. Ligado à Igreja Universal do Reino de Deus, seu presidente, Marcos Pereira, é um bispo da igreja.[15] Com 565.395 filiados em abril de 2024, é o 11.º maior do país. No Congresso Nacional, possui quarenta e um deputados federais, e quatro senadores da República. O partido é considerado socialmente conservador, e ligado à direita política.
Republicanos | |
---|---|
Número eleitoral | 10 |
Presidente | Marcos Pereira[1] |
Vice-presidente | 1.° Hugo Motta[1] 2.° Mecias de Jesus[1] 3.ª Rosangela Gomes[1] |
Secretário-geral | Evandro Garla[1] |
Presidente de honra | José Alencar (até 2011)[2] |
Tesoureiro-geral | Mauro Silva[1] |
Registro | 25 de agosto de 2005 (18 anos)[3] |
Sede | Brasília, DF |
Ideologia | Conservadorismo[4] Democracia Cristã[5] |
Espectro político | Centro-direita[6] |
Religião | Igreja Católica (majoritário)[7][8] Igreja Universal do Reino de Deus (suporte)[9] |
Think tank | Fundação Republicana Brasileira[10] |
Ala de juventude | Jovens Republicanos[11] |
Ala feminina | Mulheres Republicanas[12] |
Ala idosa | Idosos Republicanos[13] |
Membros (2024) | 565.395 filiados[14] |
Governadores (2024) | 2 / 27 |
Prefeitos (2020) | 212 / 5 568 |
Senadores (2024) | 4 / 81 |
Deputados federais (2024) | 41 / 513 |
Deputados estaduais (2022) | 76 / 1 024 |
Vereadores (2020) | 2 601 / 56 810 |
Cores | Verde Amarelo Azul Branco |
Slogan | "O verdadeiro partido conservador do Brasil." |
Sigla | REPUBLICANOS |
Símbolo eleitoral | |
Página oficial | |
republicanos10 | |
Política do Brasil |
Fundado em 2005, obteve o registro definitivo do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o nome de Partido Municipalista Renovador (PMR) em 25 de agosto de 2005. No ano seguinte, mudou de nome para Partido Republicano Brasileiro (PRB), atendendo a uma sugestão do então vice-presidente da República José Alencar.[16] Em 2019, o partido muda novamente de nome, passando a se chamar Republicanos, sem o uso de sigla.[17][18]
O partido foi da base aliada dos governos de Luiz Inácio Lula da Silva[19] e Dilma Rousseff, rompendo com a última em 2016 e apoiando seu impeachment.[20][21] Fez parte também do governo de Michel Temer[22] e da base do governo de Jair Bolsonaro.[23]
História
Em 16 de dezembro de 2003, com o apoio de mais de 457.702 eleitores, foi aprovada em convenção nacional a criação do Partido Municipalista Renovador (PMR), cuja ata foi registrada no Cartório Marcelo Ribas, em 2 de janeiro de 2004, e obteve seu registro sob o número 00055915.[carece de fontes]
O partido foi fundado em agosto de 2005 como Partido Municipalista Renovador por pastores da Igreja Universal do Reino de Deus.[24] Em março de 2006, o partido passou a se chamar Partido Republicano Brasileiro.
Em 2006, na primeira eleição disputada para os cargos de deputados, governadores e presidente da República, José Alencar Gomes da Silva foi reeleito vice-presidente do Brasil, ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ao todo, foram 60 candidatos a deputado estadual, 21 para deputado federal e um candidato ao Senado da República. Recebendo 737 423 votos no país, a sigla elegeu três deputados estaduais e apenas um único deputado federal.
Nas disputas municipais de 2008, foram eleitos 54 prefeitos e 780 vereadores. Ao todo, o partido recebeu 3 667 400 votos, sendo 1 519 540 na disputa de prefeito e outros 2 147 857 nas eleições para as câmaras municipais.
Em 2010, na segunda eleição nacional do partido, foram eleitos 18 deputados estaduais, 8 deputados estaduais e apenas um único senador, o bispo Marcelo Crivella, que antes era filiado ao PL, foi reeleito ao Senado Federal pelo Republicanos.
No dia 9 de maio de 2011, em convenção nacional, o advogado Marcos Pereira foi eleito como o novo presidente nacional do partido.
Em 2012, saiu das eleições municipais com 78 prefeitos e 1 204 vereadores eleitos. Os números representam um aumento de 54,4% de vereadores (um dos maiores crescimentos proporcionais entre todas as legendas) e 42% de prefeitos.
Nas eleições de 2014, o partido ampliou seu número de eleitos, com 21 deputados federais e 32 deputados estaduais. Seu destaque foi o deputado federal Celso Russomanno, de São Paulo, que obteve 1,5 milhão de votos e foi o mais votado do país no pleito, em números absolutos.[25]
Nas eleições municipais de 2016, elegeu 106 prefeitos e 1624 vereadores, com uma votação de 4.492.893, incluindo a vitória do senador Marcelo Crivella na disputa a prefeitura da cidade do Rio de Janeiro, derrotando o candidato Marcelo Freixo, do PSOL. Foi a primeira vez em que o partido obteve a prefeitura da capital carioca e de outros municípios que tiveram 2.º turno, como Caxias do Sul, em que Daniel Guerra fio eleito prefeito, derrotando o candidato Edson Nespolo, do PDT.
Em 2016, com a crise política no Brasil, o PRB deixou a base aliada do governo Dilma. No processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, os 21 deputados federais votaram pelo afastamento da presidente.[carece de fontes]
Nas eleições municipais de 2020, o partido elegeu 211 prefeitos e 2601 vereadores, incluindo a disputa para a prefeitura de Vitória, capital do Espírito Santo, onde foi eleito Lorenzo Pazolini como prefeito,[26] tornando esta a segunda eleição em que o partido elegeu uma prefeitura em uma capital, apesar da derrota no Rio de Janeiro, onde Marcelo Crivella não conquistou a reeleição, sendo derrotado no pleito por Eduardo Paes.[27] Em São Paulo, o partido lançou para a disputa da prefeitura a candidatura de Celso Russomanno, que ficou em quarto lugar, com 560 mil votos (10,5%).[28]
O Republicanos fez parte da base política do governo Bolsonaro.[23] Na eleição presidencial de 2022, integrou a coligação que apoiou a campanha à reeleição de Jair Bolsonaro à presidência da República,[29] que foi derrotada pela campanha de Luiz Inácio Lula da Silva.[30]
Após a vitória de Lula, o Partido Liberal (PL) publicou um relatório que pedia uma "verificação extraordinária" do resultado das eleições, questionando e atacando as urnas eletrônicas brasileiras sem apresentar provas das alegações de fraude. O pedido foi negado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, que determinou uma multa de 22,9 milhões de reais por litigância de má-fé à coligação da campanha de Bolsonaro, e suspendeu o acesso das três legendas que a integraram às verbas do fundo partidário.[31][32] Os outros partidos integrantes da coligação, Republicanos e Progressistas, declararam não concordar com as acusações, afirmando não contestarem a eleição de Lula, e foram excluídos por Moraes do pagamento da multa, que recaiu inteiramente sobre o PL, também tendo o acesso ao fundo partidário liberado.[33][34][35][36]
Organização
Presidentes nacionais
José Alencar é considerado o "Presidente de Honra" do partido.[37] Essa lista mostrará os presidentes titulares eleitos para o cargo, e não os interinos.[38]
Foto | Nome | Mandato | Observações | |
---|---|---|---|---|
Início | Fim | |||
Vitor dos Santos | 16 de dezembro de 2003 | 5 de maio de 2011 |
| |
Marcos Pereira | 9 de maio de 2011 | Em vigor |
|
Movimentos
O Republicanos mantém alas de jovens, mulheres e idosos. Estas alas são chamadas de "movimentos" e são coordenadas por seus respectivos secretários (nacional, estadual e municipal).[40][41]
Movimento | Secretário(a) nacional |
---|---|
Mulheres Republicanas | Damares Alves |
Jovens Republicanos | Renato Junqueira |
Idosos Republicanos | Ossesio Silva |
Senado Federal do Brasil
Senadores atuais (4) | ||
---|---|---|
UF | Senador(a) e Legislaturas | Imagem |
RR | Mecias de Jesus 56ª e 57ª | |
MG | Cleitinho Azevedo 57ª | |
DF | Damares Alves 57ª | |
RS | Hamilton Mourão 57ª | |
Observações: Os nomes marcados com o símbolo * foram (re)eleitos em 2018 ou em 2022 por outros partidos. Nomes marcados com o símbolo + são suplentes em exercício ou efetivados. |
Câmara dos Deputados do Brasil
Desempenho eleitoral
Legislatura | Bancada | % | ± |
---|---|---|---|
53ª (2007–2011) | 1 / 513 | 0,19 | 1 |
54ª (2011–2015) | 8 / 513 | 1,55 | 7 |
55ª (2015–2019) | 21 / 513 | 4,09 | 13 |
56ª (2019–2023) | 30 / 513 | 5,84 | 9 |
57.ª (2023–2027) | 41 / 513 | 7,99 | 11 |
Os números das bancadas representam o início de cada legislatura, desconsiderando, por exemplo, parlamentares que tenham mudado de partido posteriormente.
Eleições estaduais
Participação e desempenho do Republicanos nas eleições estaduais de 2022[43] | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Candidatos majoritários eleitos. Em negrito estão os candidatos filiados ao Republicanos durante a eleição.
|
Participação e desempenho do PRB nas eleições estaduais de 2018[43] | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Candidatos majoritários eleitos (10 governadores e 15 senadores). Em negrito estão os candidatos filiados ao PRB durante a eleição.
|
Eleições presidenciais
Ano | Imagem | Candidato(a) a Presidente | Candidato(a) a Vice-Presidente | Coligação | Votos | Posição |
---|---|---|---|---|---|---|
2006 | Luiz Inácio Lula da Silva (PT) | José Alencar (PRB) | A Força do Povo | 58.295.042 (60,83%) | 1ª | |
2010 | Dilma Rousseff (PT) | Michel Temer (PMDB) | Para o Brasil Seguir Mudando | 55.752.529 (56.05%) | 1ª | |
2014 | Dilma Rousseff (PT) | Michel Temer (PMDB) | Com a Força do Povo | 54.501.118 (51,64%) | 1ª | |
2018 | Geraldo Alckmin (PSDB) | Ana Amélia (PP) | Para Unir o Brasil | 5.096.349 (4,76%) | 4ª | |
2022 | Jair Bolsonaro (PL) | Braga Netto (PL) | Pelo bem do Brasil | 58.206.354 (49,1%) | 2ª |
Controvérsias
Interferência política junto à Igreja Universal
Oficialmente, a Igreja Universal do Reino de Deus nega misturar política e religião, mas ao reportar sobre o aumento de políticos eleitos em 2020 ligados a mesma, o Congresso em Foco entrevistou especialistas que apontaram a influência política que a igreja tem no Brasil ao se associar com o Republicanos. Lívia Reis, pesquisadora do Instituto de Estudos da Religião (Iser) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) disse que "a Universal inaugurou este tipo de política, lá na década de 1980, já na redemocratização… Eles [os candidatos] utilizam tanto a estrutura institucional quanto a estrutura partidária do Republicanos… Esta estratégia de candidaturas da Universal passa necessariamente pelo Republicanos." A cientista política Flávia Babireski, pesquisadora do Laboratório de Partidos e Sistemas Partidários da Universidade Federal do Paraná (LAPeS/UFPR) disse que "A Universal é muito centralizada, uma instituição só no Brasil inteiro – então tem uma estrutura hierárquica muito coordenada, muito bem pensada… Então fazer essa coordenação política paralela é muito fácil. Saber quem é o candidato oficial da Igreja, a Universal sabe."[45]