Paul B. Preciado

Paul B. Preciado (Burgos, 11 de setembro de 1970) é um filósofo e escritor transgênero e feminista, cujas obras versam sobre assuntos teóricos como filosofia de gênero, teoria queer, arquitetura, identidade e pornografia.[1]

Paul B. Preciado
Filosofia contemporânea
Paul B. Preciado
Preciado em 2017
Escola/Tradição:Filosofia continental
Data de nascimento:11 de setembro de 1970 (53 anos)
Local:Burgos, Castela e Leão, Espanha
Principais interesses:Sexualidade, identidade de gênero, biopolítica, subjetivação
Ideias notáveisEra farmacopornográfica
Trabalhos notáveis
Influências:

Identificando-se anteriormente como mulher cisgênero lésbica, Preciado começou em 2014 uma transição de gênero lenta e, em janeiro de 2015, escolheu "Paul" como seu nome retificado.[2][3]

Biografia

Preciado atingiu o doutorado em teoria da Arquitetura na Universidade de Princeton. Recebeu uma bolsa Fulbright e atingiu também mestrado em Filosofia Contemporânea e Teoria de Gênero na New School for Social Research de Nova York. Foi aluno de Ágnes Heller e Jacques Derrida. Viaja a Paris em 1999 graças a um convite de Derrida para participar dos seminários da École des hautes études en sciences sociales. Durante esse período colaborou com desenvolvimento inicial da teoria queer na França, especialmente com um grupo de escritores liderado por Guillaume Dustan conhecido como "Le Rayon Gay".

Em seu livro de estreia, Manifesto contrassexual (2002), inspirado nas teses de Judith Butler, Donna Haraway e Michel Foucault, Preciado reflete sobre os modos de subjetivação e identidade, assim como sobre a construção social e política do sexo. Foi traduzido para diversas línguas, sendo atualmente leitura e referência indispensáveis em teoria queer. No manifesto, Preciado critica o conceito de "homossexualidade molecular" do filósofo Gilles Deleuze, associando-o a um suposto desinteresse de Deleuze em adentrar aos debates produzidos em torno da identidade: "a homossexualidade não é para Deleuze nem identidade nem essência: nenhuma bicha jamais poderá dizer com certeza 'eu sou bicha'".[4]

Logo após o surgimento do Manifesto contrassexual, o livro Testo Junkie é publicado em 2008,[5] no qual Preciado analisa o que ele chama de regime ou era farmacopornográfica, isto é, a indústria farmacêutica, o capitalismo tardio e a pornografia adquirem e desempenham um papel crucial. Os capítulos dedicados a este tema se complementam com elementos autobiográficos em que o filósofo descreve o processo de autoadministração de testosterona. Sobre Testo Junkie, Preciado disse: "Este livro trata de uma auto-ficção; em contrapartida, trata-se de uma intoxicação voluntária à base de testosterona sintética. É um ensaio corporal".[6]

Em 2019, com o objetivo de abordar o diálogo entre as obras de Preciado e outros textos filosóficos, o Centro Acadêmico de Filosofia da Universidade Estadual do Piauí (UESPI) promoveu a palestra de teoria queer "A filosofia modo superior de dar o cu: Ressonâncias entre a Teoria Queer e a Atividade Filosófica", que foi alvo de críticas.[7]

Obra

Livros e ensaios

  • Pornotopia. Arquitetura e sexualidade[8][9]
  • Testo Junkie[10][11][12]
  • The pharmaco-pornographic regime: sexo, gênero e subjetividade na era do capitalismo punk[13]
  • Manifesto contrassexual: práticas subversivas de identidade sexual[4][14] OCLC 745998182
  • Um apartamento em Urano: Crônicas da travessia[15]

Colaborações em livros coletivos

  • VV.AA.: Soft Power: biotecnología, industrias de la alimentación y de la salud y patentes sobre la vida. Bilbao: Consonni, 2012

Referências

Ligações externas

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