Sant'Ambrogio della Massima
Sant'Ambrogio della Massima, chamada também de Sant'Ambrogio alla Massima, é uma igreja de Roma, Itália, localizada no rione Sant'Angelo, na via di Sant'Ambrogio, perto do Pórtico de Otávia. É dedicada a Santo Ambrósio, que, segundo a tradição, teria vivido no local.[1]
Igreja de Santo Ambrósio de Máxima Sant'Ambrogio della Massima | |
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Fachada da igreja | |
Início da construção | século IV? |
Fim da construção | século XVII (reconstrução) |
Religião | Igreja Católica |
Diocese | Diocese de Roma |
Geografia | |
País | Itália |
Região | Roma |
Coordenadas |
Era um convento até uma visita apostólica realizada pela Santa Sé no século XIX, quando foi desmantelado para que o fosse utilizado como uma universidade missionária. Depois passou a ser uma igreja abacial, parte da paróquia de Santa Maria in Portico in Campitelli.
Etimologia
O nome da igreja é uma referência a uma antiga tradição segundo a qual a igreja teria sido construída sobre a casa na qual Santo Ambrósio viveu em Roma antes de tornar bispo de Mediolano (moderna Milão). O cognome "Massima" ("de Maxima"[a]) pode ser uma referência à Cloaca Máxima, que tem uma ramificação passando nas imediações, ou a alguma outra propriedade da igreja ou a uma suposta fundadora chamada "Máxima"[3] ou ainda a um vestígio toponímico da localização do Pórtico dos Máximos na região.[4]
História
Esta igreja surgiu da fusão de duas outras igrejas anteriores no mesmo local por volta de 1500: uma dedicada a Santa Maria e outra, a Santo Estêvão. De acordo com a lenda, o convento de Santa Maria teria sido fundado por Santa Marcelina, irmã mais velha de Santo Ambrósio, em 353. Foi reconstruído na década de 700 e, novamente, na década de 1100. A igreja de Santo Estêvão também foi reconstruída no início do século XII. O novo edifício que uniu as duas foi dedicado a Santo Ambrósio pelos beneditinos e foi gradualmente sendo ampliado. Giacomo della Porta acrescentou uma nova ala em 1578[3] Em 1606, Carlo Maderno reprojetou a igreja por encomenda da freira Beatriz Torres e seu irmão, Ludovico Torres.[5] Durante a ocupação napoleônica de Roma, a igreja foi abandonada e só foi restaurada em 1814 por ordem do papa Pio VII.[3]
A partir daí, o convento, passou a ser exclusivamente feminino e enclausurado, habitado por freiras franciscanas.[6] A abadessa fundadora do novo convento, Maria Agnese Firrao, foi condenada em 1816 de "falsa santidade" (fingir ser um santo), removida do posto e presa.[7] Apesar disso, ela continuou a dirigir as atividades no local através de correspondências contrabandeadas por suas seguidoras.[8] Em 1859, a princesa Catarina de Hohenlohe-Waldenburg-Schillingsfürst, recém-admitida como noviça, denunciou atividades ilícitas no local à Inquisição, acusando a mestre das noviças, Maria Luísa, entre outras, de "transgressões sexuais, práticas heréticas e esquemas homicidas", segundo a revista Salon.[6] Catarina notou ainda a veneração à abadessa Firrao e também à própria Maria Luísa; esta última alegava receber mensagens de Jesus e estava realizando rituais permitidos apenas para os padres, além de dormir com diversas noviças.[6] Outras transgressões incluíam a incorporação de beijos e outros atos sexuais no ritual da imposição das mãos e supostos casos amorosos entre as freiras e os padres.[7] Ainda de acordo com Catarina, quando ela questionou as práticas do convento, foi vítima de uma tentativa de envenenamento. Conforme as investigações prosseguiam, a Santa Sé removeu as freiras do local e colocou Maria Luísa em "isolamento forçado", mas detalhes dos eventos posteriores no convento foram mantidos em segredo pelas autoridades eclesiásticas.[6][7]
Em 1861, o papa Pio IX entregou o edifício a um grupo de monges beneditinos, que o transformaram numa universidade missionária e trocaram a fachada depois que ela ruiu no ano seguinte.[3] Depois da unificação da Itália (1870), a igreja e o mosteiro foram expropriados pelo novo Reino da Itália, mas logo em seguida a igreja e parte do convento foram devolvidos aos beneditinos. A universidade foi suprimida em 1883 e a igreja hoje é a igreja abacial e residência da cúria da Congregação Subiaco-Cassinesa.[9]
Arquitetura
O edifício atual, partes do qual remontam ao início do século XVII, é uma basílica encimada por uma cúpula. A planta é em cruz latina, com uma capela de cada lado da nave. O interior inclui "ricas decorações em estuque e afrescos sobre a Vida de Maria".[10] Um afresco no refeitório do convento sobre a "Deposição", com uma irmã beneditina em oferenda, é atribuídos a Antoniazzo Romano. No subterrâneo da igreja é possível visitar os restos da suposta casa de Santo Ambrósio.
Galeria
- Detalhe da fonte no claustro.
- Interior e o altar-mor.
- Contra-fachada.
- Altar da Madona com o Menino.