Santa Helena (Coronel Fabriciano)

bairro do Coronel Fabriciano

Santa Helena é um bairro do município brasileiro de Coronel Fabriciano, no interior do estado de Minas Gerais. Localiza-se no distrito-sede, estando situado no Setor 1.[2] De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sua população no ano de 2010 era de 1 359 habitantes, cujo valor representava 1,3% do total do município e estava distribuído em uma área de 0,2 km².

Santa Helena
  Bairro do Brasil  
Prédios e residências no bairro Santa Helena
Prédios e residências no bairro Santa Helena
Prédios e residências no bairro Santa Helena
Localização
Unidade federativa Minas Gerais
ZonaSetor 1
DistritoSede
MunicípioCoronel Fabriciano
História
Criado emdécada de 1970
Características geográficas
Área total0,2 km²
População total (2010)1 359 hab.
Densidade 7 602,2 hab./km²
Outras informações
Domicílios505
LimitesSanta Terezinha, Bom Jesus, Professores, Centro e município de Timóteo
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)[1]

A área do bairro esteve ocupada originalmente pela Serraria Santa Helena, que foi inaugurada em 1948 e configurou-se como um dos principais empreendimentos industriais da cidade. Após o fechamento do complexo, suas terras foram loteadas na década de 1970, tornando-se um bairro residencial bastante valorizado por ser vizinho do Centro de Fabriciano. Destacam-se, dentre outros marcos presentes, a Catedral de São Sebastião, cossede da Diocese de Itabira-Fabriciano, e o Clube Casa de Campo, que é o clube mais antigo da cidade.

História

Ribeirão Caladão à esquerda da praça do "Parque Linear", que foi construída em 2015.

A área onde está situado o bairro Santa Helena pertenceu originalmente ao baiano Joaquim Cézar Santos (1895–1979), que se estabeleceu no atual município de Coronel Fabriciano para trabalhar na Belgo-Mineira no final da década de 1930. Em sua propriedade, em 1944, Joaquim deu início à construção da Serraria Santa Helena, que foi inaugurada em 28 de junho de 1948, poucos meses antes da emancipação do município, com o qual o empreendimento contribuiu para o desenvolvimento estrutural e econômico ao lado dos núcleos industriais da Belgo e da Acesita; responsáveis pelo crescimento populacional que vinha sendo observado até então.[3][4]

A Serraria Santa Helena configurou-se como um dos principais exploradores de carvão vegetal da região, tendo fornecido matéria-prima para as indústrias locais e para pequenas fábricas de móveis, e também atuou na confecção de pisos de madeira, que pouco tempo depois foram substituídos pela ardósia e pela cerâmica.[5] No auge de sua produção, a empresa mantinha cerca de 180 funcionários, tendo posse de uma das maiores frotas de caminhões da cidade. O empreendimento esteve em atividade até meados dos anos 1960, quando veio à falência devido à escassez de madeira, que supria à demanda dos complexos siderúrgicos vizinhos, e ao surgimento de grandes fábricas de móveis, que conquistaram o espaço dos produtores em menor escala, reduzindo então a procura pela matéria-prima.[5]

Também na década de 1960, um acidente ferroviário na Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), envolvendo o choque de um trem com vagões carregados com combustível estacionados próximos à Serraria Santa Helena, afetou severamente suas instalações, contribuindo com seu fechamento. A EFVM passava no lugar da atual Avenida Rubem Siqueira Maia, até o trecho ferroviário ser relocado para fora do perímetro urbano no final da década de 70. Em seu lugar foi construída a avenida, ligando o Centro ao bairro Mangueiras.[6] Com o fechamento da serraria, o terreno foi loteado na década de 1970 pela M. Linhares Imóveis e pela Arquidiocese de Mariana, que preservou sua denominação.[3] Na ocasião era tido como o único espaço do município disponível para construção de habitação.[7]

Durante as décadas de 1970 e 80, foram construídas no loteamento algumas das residências e prédios de alto padrão mais caros da cidade para a ocasião, praticamente esgotando a disponibilidade de lotes, o que levou o Santa Helena a se tornar um bairro residencial bastante valorizado associado à mera proximidade do Centro de Fabriciano e ao acesso a serviços urbanos e lazer.[8][9] Em 1979 foram concluídos os primeiros prédios, totalizando 60 apartamentos.[7] Na mesma virada de década foi construída a chamada Avenida Sanitária (atual Avenida Julita Pires Bretas), margeando o trecho do ribeirão Caladão com canalização em gabiões com a intenção de minimizar as enchentes.[10] Entre 2015 e 2016, a Avenida Julita Pires Bretas recebeu a revitalização de seu calçadão e foram construídos a praça do "Parque Linear" e outros espaços de lazer.[11][12]

Geografia e demografia

Florada de um ipê-roxo na Avenida Julita Pires Bretas

O bairro Santa Helena possui área total de 0,2 km², limitando-se com os bairros Santa Terezinha, Bom Jesus (a leste), Professores (a norte) e Centro (a oeste) e com o município de Timóteo (a sul).[1][3] Abrange o local onde o ribeirão Caladão deságua no rio Piracicaba e, apesar do bairro ser banhado pelo curso, não são comuns enchentes neste trecho, visto que quando o ribeirão está cheio a água acumulada escoa para o Piracicaba. Quando o nível do Piracicaba está alto também não ocorrem inundações, observando apenas um represamento das águas do Caladão.[13]

A arborização é razoável, em especial na Avenida Julita Pires Bretas, que margeia o ribeirão Caladão. Ao longo da via há um calçadão, que é frequentemente utilizado para caminhadas.[14][15] O bairro, no entanto, conta com uma considerável presença de matagais em lotes vagos, que costumam ser indevidamente usados para depósito de lixo e queimadas, o que faz com que haja risco de transmissão de doenças e contaminação do solo e da hidrografia local,[16] apesar de limpezas ocasionais serem expedidas ou realizadas pela prefeitura tanto nesses locais quanto nas margens do curso hidrográfico.[17]

Em 2010, a população do bairro foi estimada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 1 359 habitantes,[1] sendo comparável a cidades mineiras como Cedro do Abaeté e Serra da Saudade.[18] Dentre os 63 bairros que Fabriciano se subdivide, o Santa Helena ocupava a 25ª posição entre os populosos, englobando 1,3% da população municipal e 3,2% da população do distrito-sede, sendo a densidade demográfica de 7 602,2 habitantes por quilômetro quadrado.[1] Do total de habitantes, 628 eram homens (46,2% do total) e 731 mulheres (53,8%). A razão de sexo era de 85,91%. Dentre os homens, a faixa etária predominante era a de pessoas que tinham entre 50 e 54 anos, que envolvia 4,93% do total, enquanto que entre as mulheres predominavam pessoas que tinham de 40 a 44 e de 45 a 49 anos de idade, reunindo, cada uma, 5,08% do total da população do sexo feminino.[1]

Ainda segundo o IBGE, no ano de 2010 havia no total 505 domicílios.[1] O bairro é bastante valorizado pelo setor imobiliário, uma vez que há predomínio de residências ao mesmo tempo de se estar localizado ao lado do Centro de Fabriciano, um dos principais núcleos comerciais da região, porém há pouca disponibilidade de lotes e imóveis à venda, assim como em grande parte da área central da cidade, além de existirem problemas de trânsito e falta de estacionamento nas proximidades.[9] O Santa Helena abriga a Catedral de São Sebastião, que pertence à Paróquia São Sebastião e representa a cossede da Diocese de Itabira-Fabriciano.[19]

Infraestrutura e lazer

Casas e prédios na Rua Vereador Ramiro Camargo

Em agosto de 2013, segundo dados da Secretaria Estadual de Educação (SEE), o bairro Santa Helena possuía duas instituições de ensino, sendo elas a Escola da Cruz Vermelha, que fornecia a educação infantil; e o Ethos Instituto de Educação (antigo Canarinho Encantado), que é privado, foi criado em 1984 e transferido para sua sede atual em 1999 e fornece a educação infantil e o ensino fundamental.[20][21] O Hospital Doutor José Maria Morais (antigo Hospital Siderúrgica) está localizado na Rua Argemiro José Ribeiro e foi criado em 1936 com objetivo de conter uma epidemia de doenças tropicais que avançava pelo leste mineiro, sendo um dos mais antigos da região.[22]

O serviço de abastecimento de água é feito pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), enquanto que o serviço de fornecimento de energia elétrica é de responsabilidade da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), sendo que 100% da população possui acesso à rede elétrica.[23] No interior do bairro não transitam ônibus do transporte público, exceto nas avenidas Julita Pires Bretas e Rubem Siqueira Maia, por onde passam algumas linhas, porém o núcleo residencial está a poucos metros das ruas onde os ônibus urbanos e interurbanos circulam no Centro da cidade.[24]

Dentre os principais marcos situados no bairro Santa Helena, destacam-se a Catedral de São Sebastião, que foi inaugurada em 1993 e possui capacidade para mais de 1 200 pessoas;[25] e o Clube Casa de Campo (CCC), que é o clube mais antigo da cidade, fundado em 1966, e possui quadras de tênis, peteca e futsal, além de piscinas, campos de futebol e casa de eventos.[23] Alguns espaços públicos de lazer que contam com equipamentos para prática esportiva e brinquedos são as praças José Maximiano de Sousa, reconstruída na Avenida Rubem Siqueira Maia em 2012, e do CREAS, construída ao lado da sede do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) em 2016.[26][27]

Também se destacam as atividades de lazer voltadas à população, que, muitas vezes, são organizadas pela Paróquia São Sebastião ou nas escolas. Anualmente é celebrada na catedral, em janeiro, a Festa de São Sebastião, em homenagem ao padroeiro que dá nome à igreja e ao aniversário da cidade.[28] Na Semana Santa e no feriado de Corpus Christi há procissões pelas ruas da localidade e de bairros vizinhos partindo da catedral.[29] Todos os anos também ocorre nas proximidades da catedral o Arraiá do Bastião, com apresentações de quadrilha e comercialização e consumo de comidas típicas em barraquinhas, reunindo a população do Santa Helena e de bairros situados nas proximidades, ou mesmo de outras cidades.[23] O Clube Casa de Campo promove anualmente, na véspera de Ano-Novo, comemorações e festas de passagem de ano.[30]

Clube Casa de Campo
Praça José Maximiano de Sousa
Pista de caminhada na Avenida Julita Pires Bretas

Ver também

Referências

Ligações externas

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