Master System

console de videogame
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Master System (マスターシステム Masutã Shisutemu?) é um console de videogame de 8-bits produzido pela Sega, para concorrer com o Nintendo Entertainment System.

Sega Mark III/Master System

Primeiro modelo internacional do console
FabricanteSega
TipoConsole de videogame
Geração3ª geração
Lançamento
  • AN outubro de 1986
  • EU setembro de 1987
  • JP 18 de outubro de 1987 (como Master System)
  • BR 4 de setembro de 1989[1]
DescontinuadoJapão 1989

EUA 1991
Europa 1996
Brasil ainda em venda

Unidades
vendidas
13 milhões
MídiaCartucho, cartões (Sega Cards)
CPU8-bit Zilog Z80
Capacidade de
armazenamento
24KB internos (alguns modelos possuem 40KB)
GráficosSega VDP
SomTexas Instruments SN76489(PSG)/Yamaha YM2413(FM, exclusivo japonês)
Controladores1 a 2 gamepads
Jogo mais
vendido
Retrocompa-
tibilidade
SG-1000
AntecessorSG-1000
SucessorMega Drive/Genesis

História

Sega Mark III, modelo original do Master System no Japão.

Lançado inicialmente no Japão em 1986, com o nome Sega Mark III, ele enfrentou grandes dificuldades devido à forte concorrência do NES da Nintendo.

A Nintendo possuía contratos de exclusividade junto às produtoras de jogos. O contrato não permitia que elas produzissem jogos para nenhum outro aparelho, fazendo com que o Master System dependesse principalmente dos lançamentos desenvolvidos pela Sega.

O baixo sucesso no Japão não evitou que a Sega lançasse o Master System no resto do mundo. Nos Estados Unidos o domínio da Nintendo também era muito grande, e logo a Sega vendeu os direitos de comercialização do Master System naquele país para a Tonka, que não conseguiu fazer um trabalho eficiente de divulgação e distribuição do console, fazendo com que a popularidade do aparelho fosse muito baixa.

Em 1990, após o lançamento do Sega Genesis, a SEGA recuperou os direitos de comercialização do Master System nos EUA e lançou uma versão com um novo desenho, chamado Master System II. Esse novo modelo era mais barato, mas por outro lado foram removidos o botão de Reset e a entrada para óculos 3D, impossibilitando a utilização desse acessório e dos jogos em formato de cartão (Sega Card). Além de não possuir conectores de áudio e vídeo, ele só podia ser conectado na TV por cabo RF, que apresenta uma pior qualidade de imagem e som.

Master System II.

Na Europa a história foi diferente. O Master System foi bem aceito e se tornou popular. Alguns desenvolvedores europeus produziram jogos para o Master System e o aparelho teve suporte da Sega Europeia até 1996 (em contraste a Sega Americana, que desistiu do console já em 1992).

O sucesso do Master System se repetiu também na Austrália, um mercado que toma como base o mercado europeu.

Master System foi inicialmente lançado como Sega Mark III no Japão, contendo a adição do chip FM YM2413, sendo Outrun o primeiro jogo a usa-lo para gerar sons (em vez de utilizar o SN76489) quando este é devidamente detectado. Mas vale salientar que em 1987 a Sega também lançou no Japão a versão 'internacional' do console, com o mesmo design e o mesmo nome com o qual ficou famoso no resto do mundo: Sega Master System.

O fracasso do Master System nos EUA e Japão levou a Sega a grandes estratégias para fazer seu Mega Drive bem-sucedido nesses mercados (e também no Brasil e Europa).

No Brasil

Master System III Compact.

No Brasil, o Master System marcou o início da parceria da Tec Toy, fabricante de brinquedos brasileira, com a fabricação de consoles da Sega. As duas empresas já haviam trabalhado juntas no licenciamento da pistola de luz Light Phaser de Zillion, que chegou ao mercado em abril de 1988.[2] Lançado oficialmente no País em setembro de 1989,[3] o console atingiu um grande sucesso. Seu preço original, no entanto, era alto para os padrões da época: no lançamento, o Master System era vendido a 1500 cruzados novos,[4] acompanhando dois jogos. Em valores atualizados para inflação em 2013, o preço de lançamento ficava em torno de 2800 reais.[5] Os dois periféricos – a pistola e os óculos 3D – eram vendidos a 180 e 500 cruzados novos, respectivamente.[4] Durante seu período inicial de vendas, teve como principais concorrentes, no País, o Dynavision II[6] e o Phantom System,[4] ambos clones de NES. Com expectativa de produzir 100 mil unidades do console em 1989, a Tec Toy conseguiu entregar apenas 89 mil unidades aos revendedores, devido à falta de componentes e atrasos.[7]

À época, o lançamento do Master System foi considerado um sucesso de vendas. Estimado para 40 milhões,[4] o faturamento da Tec Toy em 1989 contabilizou 66 milhões de dólares,[7] sendo que metade disso foi atribuído ao console da Sega. Em retrospecto, o êxito é atribuído aos fortes investimentos publicitários da Tec Toy: a campanha de lançamento, que se estendeu até o Natal de 1989, custou 2 milhões de dólares.[4] Um ano depois, no final de 1990, a base de Master System instalada no Brasil já contava com cerca de 280 mil unidades.[8] A empresa também trouxe para o País o Hot Line, serviço telefônico com dicas para jogos, criou um clube para sócios, o Master Clube, e apresentava o programete Master Dicas nos intervalos da Sessão Aventura da Rede Globo.[3]

O mercado brasileiro recebeu adaptações de vários títulos lançados. Desde traduções dos nomes, como California Games, que virou Jogos de Verão no Brasil, a alterações mais complexas, com a troca de personagens (geralmente através da substituição de sprites) para atender a licenciamentos especiais no Brasil. Entre esses, destacam-se Mônica no Castelo do Dragão (com a Turma da Mônica), baseado em Wonder Boy in Monster Land,[3] e Chapolim x Drácula – Um Duelo Assustador, versão de Ghost House, estrelado por Chapolin Colorado.[3] Para estender a vida útil do console, também converteu jogos lançados para o portátil Game Gear de volta ao Master System, caso de Sonic Blast. Além disso, portou jogos inéditos, como Street Fighter II, em 1997, que transformou-se no jogo maior tamanho (em MiB) do sistema.

Master System III Super Compact: console tinha a opção de pilhas. Controle e entrada para cartucho no mesmo lugar.

Pouco mais de um ano após o lançamento do Master System, a Tec Toy trouxe oficialmente para o Brasil o seu sucessor, o Mega Drive, em dezembro de 1990.[8] O portátil da Sega, Game Gear, também foi lançado, em agosto de 1991.[9] Assim como o Master System, os dois produtos iniciaram suas vendas já sendo montados em Manaus, sendo que o Game Gear foi o primeiro console portátil a ser fabricado no País.[10]

Em termos de modelos específicos, o Master System do lançamento brasileiro era o mesmo vendido nos Estados Unidos. O Master System II, porém, foi lançado de forma independente pela Tec Toy em abril de 1991.[11] Era idêntico ao original, mas com preço reduzido (70 mil cruzeiros) e a inclusão de Alex Kidd in Miracle World.[12] Já o Master System III Compact ganhou um novo desenho, o mesmo empregado no modelo Master System II que era comercializado na Europa e nos EUA. Com o passar dos anos, a empresa lançou 45 versões do produto, incluindo as portáteis.[13] A mais recente, de 2011, é a Master System Evolution, com preço sugerido de 199 reais e 132 jogos na memória sendo encontrada até os dias atuais em lojas brasileiras.[14]

O perfil do consumidor do Master System foi sendo alterado conforme novas gerações de consoles chegavam ao mercado,[15] fazendo com que a Tec Toy reposicionasse o produto com preços mais acessíveis em relação aos novos concorrentes. Dessa forma, em 2012, junto ao Mega Drive, vendia 150 mil unidades por ano, o que permitiu que mantivesse a liderança em vendas de videogames no Brasil.[13] Com uma base instalada de 5 milhões de consoles,[13] permanece em fabricação mesmo após mais de vinte anos de seu lançamento.

Características

O Master System original aceita jogos em cartuchos e cartões. O tamanho máximo de um jogo em cartão é de 32KBits, enquanto o maior jogo lançado em cartucho possui 8MBits. O suporte a cartões foi abandonado nas versões posteriores do aparelho.

Existem diferenças entre o Master System original lançado no Japão e o modelo comercializado no resto do mundo. No modelo japonês o slot de cartuchos é de tamanho diferente, no lugar do botão RESET existe o botão RAPID FIRE (que ao acionado habilita a repetição automática das ações ativadas pelos botões dos controles), existe uma entrada para o plug do óculos 3D que dispensa assim o uso do adaptador, e vem com um chip de som FM (YM2413) que possibilita músicas muito mais elaboradas (infelizmente esse chip foi removido na versão vendida no resto do mundo). Excluindo essas diferenças, visualmente o desenho do aparelho é idêntico à versão lançada no resto do mundo. (OBS: O design do Mark-III, porém, era completamente diferente).

Apesar da diferença de tamanho do slot de cartuchos entre o aparelho japonês e o aparelho lançado em outras regiões, é possível rodar os jogos lançados no resto do mundo no aparelho japonês, desde que se construa um adaptador. O contrário já não é possível, pois os jogos disponibilizados no mercado Japonês não possuem um cabeçalho que é requerido pelos Master System lançados fora do Japão, além disso, determinados títulos apresentam criptografia no restante de seu código, cuja chave somente é implementada em cartões SD de aparelhos japoneses. Existem projetos caseiros que resolvem esse problema, mas envolve alterar a BIOS do Master System, uma operação às vezes complicada para usuários sem experiência com hardware.

Acessórios

Controles do Master System.
  • Sega Control Pad (controle padrão): Possui apenas dois botões (1/Iniciar e 2) e o direcional.
  • SG Commander: Um controle diferente do original, possui função turbo (número 3021)
  • Control Stick: Controle em forma de manche, disponível com o jogo OutRun ou sozinho (número 3060)
  • Handle Controller: Controle para jogos de corrida e aeronaves (número 3041)
  • Sports Pad: Controle estilo trackball, usado em alguns jogos de esporte (número 3040)
  • Óculos 3D SegaScope: Óculos que dão a sensação de ambiente 3D em alguns jogos (3073)
  • Sega Light Phaser: pistola para jogos de tiro (número 3050)
  • Rapid Fire: Adiciona função turbo ao controle (número 3046)

Observações: Alguns acessórios só foram lançados na Europa, outros somente nos Estados Unidos. O acessório Rapid Fire, vendido no Brasil, não possui as duas chaves para ligar/desligar a função turbo.

Especificações

Zilog Z80.
  • CPU: Zilog Z80 8-bit 3 579 545 Hz (3.58 MHz) em PAL/SECAM e NTSC
  • Gráficos: Chip customizado da SEGA baseado do modelos Texas Instruments TMS9918/9928 com adições
  • 384 Kbits ROM, jogos usam método de mudar páginas (cada página é 128Kbit) para ter acesso a toda a área do cartucho
  • Som: Texas Instruments SN76489 4 canais mono (chip FM YM2413 disponível apenas no aparelho Japonês)
  • 64 Kbits (8KB) RAM
  • 128 Kbits (16KB) Video RAM
  • 16 cores simultâneas de 64 disponíveis.
  • Resolução de tela de 256x192 (modelos mais recentes também suportam outras resoluções, 256x224 e 256x240)
  • 3 geradores de som quadrado + 1 gerador de som de Ruído branco
  • 1 slot para cartuchos
  • 1 slot para cartões (descartado em modelos posteriores)
  • 1 slot de expansão (não usado fora do Japão)

Jogos

Mais vendidos no Brasil

Em 2004, a Tec Toy revelou os jogos mais vendidos do SMS[16][17]:

  1. Castle of Illusion
  2. Jogos de Verão
  3. Double Dragon
  4. Great Soccer
  5. Mortal Kombat II
  6. Rambo III
  7. After Burner
  8. Indiana Jones
  9. Sonic the Hedgehog 2
  10. Black Belt

Ver também

Referências


Ligações externas

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Master System