Silvano

 Nota: Se procura pelo santo católico, veja São Silvano.

Silvano (no latim Silvanus) é um deus da Roma Antiga, das florestas (no latim silva, "selva" – donde vem-lhe o nome) que anterior a isto foi conhecido como o deus Fauno ou com o grego.[1] Alguns autores o descrevem como filho de Saturno [2], outros ainda de Fauno. [3]

Silvano

Altar decorado com um baixo-relevo representando o deus Silvano, os Museus Capitolinos

Mito

Sua origem é bastante obscura. [3] Assim como Fauno, é deus puramente romano e, também como ele, tem por atribuição proteger as atividades pastoris. Entretanto Silvano guardava os bosques e se dizia que foi o primeiro a separar as propriedades nos campos. Apaixonara-se pelo belo jovem Ciparisso que, convertido num cipreste, fez com que o deus passasse a andar com um ramo dessa árvore. É, ainda, músico assim como os demais deuses pastoris.[2]

Silvano gosta de assustar os viajantes que andam solitários.[4]

Representação

Segundo Murray, é representado como um homem jovem, totalmente humano (ao contrário de Fauno, que muitas vezes é representado caprípede), usando uma flauta pastoril e com um galho de árvore. Esse galho assinala sua condição de deus das matas; nalgumas versões, entretanto, lembra seu amor a Cupressus. Uma imagem sua está no templo de Saturno, em Roma.[2] Para Dillaway, entretanto, as imagens que o representam mostram um homem baixo, com rosto humano e pernas de cabra; este autor confirma a presença do galho de cipreste, em lembrança a Cupressus – característica acentuada por Virgílio. Ainda segundo este autor, Silvano trazia um podão e frutas relativas ao bosque.[3]

Culto

Altar decorado com um baixo-relevo representando o deus Silvano, os Museus Capitolinos, em Roma.

Em Roma havia dois santuários dedicados a Silvano.[2] Seus sacerdotes formavam um dos principais colégios da cidade-estado e gozavam de grande reputação, o que evidencia a fama de sua adoração, segundo Dillaway. Este autor reporta que os romanos receberam seu culto dos pelasgos, quando este povo migrou para a península Itálica; este povo consagrou-lhe os arvoredos, como a demonstrar que não havia lugar em que não houvesse a presença divina, estabelecendo ainda festivais em sua homenagem; neles, oferendas de porco e leite eram as que agradavam ao deus. Um monumento em Laches lhe dá o epíteto de Littoralis, o que faz depreender que fosse adorado nas regiões costeiras. Por vezes aparece nu, noutras é vestido com uma roupa rústica, que lhe alcança os joelhos.[3]

Silvanos

Assim como Fauno, que derivou nas entidades menores dos faunos, também há os silvanos, habitantes das florestas. Muitos autores confundem os silvanos, faunos, sátiros e silenos com Pã. Plínio parece adotar a visão ao compará-lo aos egipãs.[3]

Referências