Stigmatura napensis
O papa-moscas-do-sertão (Stigmatura napensis) é uma espécie de ave passeriforme da família Tyrannidae, uma das duas pertencentes ao gênero Stigmatura. É nativa da América do Sul.
Papa-moscas-do-sertão | |||||||||||||||
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Estado de conservação | |||||||||||||||
Pouco preocupante (IUCN 3.1) [1] | |||||||||||||||
Classificação científica | |||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||
Stigmatura napensis Chapman, 1926 | |||||||||||||||
Distribuição geográfica | |||||||||||||||
Sinónimos | |||||||||||||||
Stigmatura budytoides napensis[2] |
Taxonomia
O gênero já foi colocado na família Formicariidae devido a seu aspecto geral ter semelhança com o de espécies do gênero Formicivora. Forma uma superespécie com o alegrinho-balança-rabo (Stigmatura budytoides).[2] Alguns autores, como Ridgely & Tudor (2009), consideram a subespécie S. napensis bahiae, que ocorre na caatinga do nordeste do Brasil, como espécie plena, devido a diferenças morfológicas e da vocalização com a espécie nominal.[3] Contudo, isto não é seguido pela maioria das classificações, como IOC, Clements e o South American Classification Committee (SACC).
Subespécies
De acordo com a classificação do Congresso Ornitológico Internacional (IOC) (Versão 5.3, 2015)[4] e Clements Checklist 6.9,[5] são reconhecidas 2 subespécies, com sua correspondente distribuição geográfica:[2]
- Stigmatura napensis napensis Chapman, 1926 - ao longo dos grandes rios da Bacia Amazônica e sudoeste do Orinoco no extremo sudeste da Colômbia (próximo a Leticia), sudoeste da Venezuela (ao longo do rio Orinoco), leste do Equador, nordeste do Peru e centro-norte do Brasil (para o leste até o rio Tapajós).
- Stigmatura napensis bahiae Chapman, 1926 - nordeste do Brasil (Pernambuco, centro-norte da Bahia). Também em Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte, sul do Ceará e leste do Piauí.[6]
Alguns autores, como a Clements Checklist 6.9,[5] consideram a população do delta do Orinoco uma subespécie não descrita.
Descrição
É uma ave pequena, mede 13,5 cm de comprimento, sendo menor que seu congênere, o alegrinho-balança-rabo. Tem coloração oliva-acinzentada com uma listra superciliar amarela; as asas e a cauda são cinza-escuras, as asas com uma larga faixa e bordas esbranquiçadas e a cauda amplamente pontilhada e com bordas branco-amareladas e branca por baixo. É amarelo por baixo. A subespécie bahiae difere da nominal por ser mais parda por cima e mais apagada por baixo. Costuma manter sua longa cauda levantada bem acima da horizontal.[3]
Distribuição e habitat
As duas subespécies têm distribuições separadas: uma (S. n. napensis) ao longo dos grandes rios da Bacia Amazônica e sudoeste do Orinoco em Colômbia, Venezuela, Equador, Peru e Brasil; a outra (S. n. bahiae) ocorre no nordeste do Brasil.[2]
Habita ilhas ribeirinhas com vegetação jovem abaixo de 300 m de altitude e em matas de caatinga a até 600 m.[3]
Comportamento
Similar a seu parente S. budytoides, é muito ativo, andando geralmente em pares pela vegetação arbustiva densa, mas não é difícil de ser observado. Prefere formações de árvores do gênero Tessaria.[3]
Alimentação
Alimenta-se principalmente de insetos, que procura intensamente entre a folhagem e os galhos e às vezes no solo.[7]
Reprodução
Essa espécie constrói um ninho de galhos secos bem escondido em meio à folhagem de um arbusto, a uma altura que pode variar entre 70 cm e 1 m do solo. A entrada do ninho é de 4 cm x 4 cm e tem uma profundidade de 2,5 cm e uma altura de 3 cm. São postos de dois a três que pesam 1,2 g e medem 17 mm x 12 mm.[8]
Referências
Ligações externas
- Vídeos, fotos e sons de Stigmatura napensis em The Internet Bird Collection.
- Fotos e sons de Stigmatura napensis no Wikiaves.
- Sons e mapa de distribuição de Stigmatura napensis no xeno-canto.