TEC-9

As Intratec TEC-9, TEC-DC9, KG-99 e AB-10 eram uma linha de pistolas semiautomáticas operadas por blowback. Elas foram desenvolvidas pela Intratec, uma subsidiária americana da fabricante sueca de armas de fogo Interdynamic AB. Introduzida em 1985, a TEC-9 era feita de polímeros moldados baratos e uma mistura de peças de aço estampadas e fresadas, e o design simples da pistola facilitou o reparo e a modificação. A TEC-9 desenvolveu uma reputação negativa por sua associação com o crime organizado, gangues de rua e tiroteios em massa na década de 1990, mais notavelmente usada durante o tiroteio na 101 California Street e o massacre na Columbine High School. No entanto, foi um sucesso comercial e mais de 250.000 unidades foram vendidas.

TEC-9/TEC-DC9/KG-99/AB-10

Intratec TEC-9 (Na imagem, a TEC-9 Mini)
Tipo
Local de origem Estados Unidos
Histórico de produção
CriadorGeorge Kellgren
FabricanteIntratec
Período de
produção
1985-2001
Quantidade
produzida
257.434
Variantes
  • KG-99
  • TEC-DC9
  • TEC-DC9M
  • AB-10
  • TEC-9M (Mini, cano de 76 mm, sem cobertura de cano, carregador de 22 cartuchos)
  • TEC-9S (aço inoxidável)[1]
Especificações
Peso1,23–1,4 kg dependendo do modelo
Comprimento241–317 mm dependendo do modelo
Comprimento 
do cano
76–127 mm dependendo do modelo
Cartucho9x19mm Parabellum
AçãoBlowback, pistola semiautomática
Velocidade de saída360 m/s
Alcance efetivo50 m
Sistema de suprimento
  • Carregador destacável de 10, 20, 32, 36 e 50 cartuchos
  • Tambor de 72 cartuchos
MiraMiras de ferro

História

A Interdynamic AB, fabricante sueca de armas de fogo com sede em Estocolmo, projetou a Interdynamic MP-9, destinada como uma submetralhadora barata de 9mm, baseada na Carl Gustav M/45 para aplicações militares. A Interdynamic não encontrou um comprador do governo, então a arma foi levada para o mercado interno dos Estados Unidos como uma pistola semiautomática de ferrolho aberto, mas o design foi considerado fácil demais para ser convertido em uma arma automática. Devido a isso, a Agência de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos (ATF) forçou a Interdynamic a redesenhar a arma de fogo em um sistema de ferrolho fechado, mais difícil de converter em uma arma automática. Essa variante foi chamada de KG-99 e popularizou-se quando fez aparições frequentes no popular programa de televisão Miami Vice, onde foi legalmente convertida em automática pelos fabricantes de Título II.[2][3]

A KG-9 e a KG-99 têm um armação tubular com uma abertura no final, onde o ferrolho, molas recuperadoras e a placa de amortecimento são mantidos no lugar pela armação inferior de plástico / polímero. Esse design permite apenas munição 9mm de 115 grãos (7,45 g), e se uma munição que pesa uma quantidade maior de grãos ou que produz uma pressão maior forem usadas, a armação inferior de plástico falhará ou rachará, tornando a arma inutilizável. As versões posteriores da TEC-9 e AB-10 tinham o tubo da armação superior rosqueado, na parte traseira, para conter o ferrolho, a mola recuperadora e a placa de amortecimento, mesmo se removidos da armação inferior, resolvendo o problema de falha da armação inferior ao usar munição que produzia pressão maior.

Reputação e legislação

Após o massacre da Cleveland School de 1989, a TEC-9 foi colocada na lista de armas proibidas da Califórnia. Para contornar isso, a Intratec renomeou uma variante da TEC-9 como TEC-DC9 de 1990 a 1994 (DC significa "Designed for California"; em português: "Desenvolvida para a Califórnia"). A diferença externa mais notável entre a TEC-9 e a TEC-DC9 posterior é que os zarelhos que prendiam o cordão foram movidos do lado da arma com a alavanca do ferrolho para um clipe de metal estampado removível na parte de trás da arma. Em 1993, a arma foi objeto de mais controvérsias após seu uso nos tiroteios na 101 California Street.[4] Nesse mesmo ano, a Califórnia alterou a Lei de Controle de Armas de Assalto Roberti-Roos (AWCA), em janeiro de 2000, para banir pistolas com características como cano coberto.[5][6][7][8] Durante a década de 1990, a TEC-9 também desenvolveu uma má reputação por seu uso por gangues de rua americanas e sindicatos do crime organizado, que foram atraídos pela grande capacidade do carregador de 32 cartuchos e pelo baixo custo da arma de fogo.[9]

A TEC-9 foi produzida de 1985 a 1994, quando o modelo e as variantes TEC-DC9 foram banidos nacionalmente nos Estados Unidos, entre as 19 armas de fogo proibidas por nome na já expirada Proibição Federal de Armas de Assalto (AWB) de 1994.[10][11] Essa proibição forçou a Intratec a interromper sua fabricação e obrigou-a a introduzir um modelo mais novo. No ano seguinte, a Intratec apresentou a AB-10 (AB significa "After Ban"; em português: "Após Banimento"), uma TEC-9 Mini sem cano rosqueado e vendida com um carregador menor com capacidade para 10 cartuchos em vez de 20 ou 32 cartuchos. No entanto, a AB-10 ainda aceitava os carregadores de maior capacidade dos modelos TEC-9 pré-proibição e eram frequentemente adquiridos pelos usuários no lugar do carregador padrão. Em 1999, a TEC-DC9 foi notoriamente usada por Dylan Klebold, um dos autores do massacre da Columbine High School.[12]

Em 2001, a Suprema Corte da Califórnia decidiu que a Intratec não era responsável pelos ataques da 101 California Street, em 1993, e, nesse mesmo ano, a Intratec foi dissolvida e a produção do modelo AB-10 cessou.[13] Embora ainda seja encontrada no mercado de armas de fogo usadas e seja legal no nível federal desde 2004, a TEC-9 e variantes similares são proibidas, geralmente por nome, em vários estados dos EUA, incluindo Califórnia, Nova York, Nova Jersey e Maryland.[14]

Imitação feita ilegalmente na Europa

Quantidades de uma pistola-metralhadora de 9mm fabricada ilegalmente foram apreendidas na Europa. Elas são um pouco semelhantes à Intratec TEC-9 e estão marcadas como 'Intratec TEC-9'.[15]

Veja também

  • Intratec TEC-22

Referências

Ligações externas

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