The Last of Us: American Dreams

série de quadrinhos baseada no jogo The Last of Us

The Last of Us: American Dreams é uma série limitada de histórias em quadrinhos baseada no jogo eletrônico The Last of Us. Ela foi escrita por Neil Druckmann e Faith Erin Hicks, com ilustrações de Hicks e cores de Rachelle Rosenberg. A série foi publicada pela Dark Horse Comics entre abril e julho de 2013, recebendo uma edição coletada em outubro de 2013.

The Last of Us: American Dreams

Capa da primeira edição de The Last of Us: American Dreams, arte por Julian Totino Tedesco. As capas foram projetadas para fazerem a ponte entre o visual realista do jogo e o visual estilizado do quadrinho.[1]
Editora(s)Dark Horse Comics
Formato de publicaçãoSérie limitada
Edições4
Gêneroterror
Autor(es)Neil Druckmann
Faith Erin Hicks
DesenhoFaith Erin Hicks
Colorista(s)Rachelle Rosenberg

American Dreams se passa em um mundo pós-apocalíptico tomado por criaturas infectadas por uma mutação do fungo Cordyceps. O quadrinho serve de prequela para The Last of Us, mostrando a jornada de Ellie e seu encontro com Riley Abel. Druckmann escolheu focar o quadrinho em Ellie devido a singularidade de seu nascimento e crescimento dentro de um mundo pós-apocalíptico. Hicks juntou-se ao projeto depois de descobrir o papel que Ellie teria no jogo, considerando-a uma personagem incomum para se colocar em um jogo eletrônico de survival horror. O estilo artístico do quadrinho é diferente do visual de The Last of Us, uma escolha feita por Hicks a fim de criar uma sensação e identidade únicas.

A série foi bem recebida pelos críticos. Elogios foram feitos particularmente para o roteiro de Druckmann e o desenvolvimento dos personagens, além da simplicidade das ilustrações de Hicks. American Dreams também foi um sucesso comercial, com sua primeira edição precisando ser reimpressa para poder suprir a alta demanda.

Enredo

Na zona de quarentena de Boston, Ellie entra em uma briga com um grupo de meninos que tentam roubar seus pertences. Riley interfere para apartar a briga, batendo em um dos meninos e fazendo os outros fugirem. Ellie fica incomodada, afirmando que poderia ter cuidado de si mesma sem ajuda.[2] Riley a aconselha a fugir, porém Ellie acaba sendo designada para limpeza. Ela acaba descobrindo que Riley roubou seu Walkman,[3] mais tarde exigindo seu retorno, algo que Riley relutantemente faz.[4]

Ellie acaba pegando a outra menina tentando fugir da escola durante a noite e decide acompanhá-la.[5] Riley relutantemente concorda e as duas seguem para um shopping, onde encontram-se com Winston.[6] Riley rouba o rádio do homem enquanto este ensina Ellie como andar a cavalo, com a primeira descobrindo que um ataque dos Vaga-Lumes – um grupo rebelde miliciano que se opõe às autoridades da zona de quarentena – está ocorrendo ali próximo.[7] As duas meninas vão para o local do ataque e descobrem que os Vaga-Lumes estão feridos e em menor número. Elas jogam granadas de fumaça no exército para ajudar, permitindo que os rebeldes escapem.[8] Ellie e Riley são avistadas pelos militares e escapam para um beco próximo, onde por pouco não são mordidas por Infectados – criaturas canibalísticas infectadas por uma mutação do fungo Cordyceps.[9]

As duas são capturadas pelos Vaga-Lumes. Sua líder Marlene reconhece Ellie, exigindo que ela fique em segurança.[10] Riley afirma que gostaria de se juntar ao grupo,[11] porém Marlene nega e as duas discutem, com a Vaga-Lume ameaçando atirar na menina.[12] Ellie intervem, apontando uma arma para Marlene e querendo explicações sobre como esta sabe sobre sua identidade. Marlene revela que conhecia a mãe de Ellie e prometeu que iria cuidar da criança.[13] Ellie entrega sua arma e a líder dos Vaga-Lumes afirma que irá contar mais sobre sua mãe no futuro, em seguida fazendo as meninas irem embora.[14] As duas voltam para a zona de quarentena, com Riley lamentando que não há modo de escapar. Ellie sugere fugir, porém a amiga informa que isso fará apenas com que sejam mortas. As meninas em seguida caminham de volta para a escola.[15]

Desenvolvimento

Neil Druckmann, diretor de criação de The Last of Us e co-autor de American Dreams junto com Faith Erin Hicks

A Dark Horse Comics abordou o diretor de criação Neil Druckmann, na época trabalhando em The Last of Us, sobre a possibilidade de produzir uma histórias em quadrinhos relacionada com o jogo. Druckmann inicialmente ficou desconfiando sobre a ideia, porém eventualmente concordou ao perceber que a Dark Horse "não queria fazer algo tangencial" com a oportunidade de expandir os personagens e universo além do jogo.[16] Os trabalhos no quadrinho começaram durante o desenvolvimento de The Last of Us, permitindo que as histórias dos dois projetos se integrassem e se influenciassem. Druckmann pediu que a artista Faith Erin Hicks fosse sua colaboradora depois de ler seu quadrinho Friends with Boys, tendo gostado do "quão pessoal pareceu".[17] Ele também achou que Hicks poderia capturar a atmosfera "arenosa" do jogo.[1] A artista então enviou obras conceituais para a Dark Horse como um esboço para o trabalho; a editora aceitou e ela se envolveu oficialmente no projeto.[18] Hicks se interessou no quadrinho depois de ler sobre a personagem de Ellie no roteiro do jogo; ela a considerou uma personagem incomum para se incluir em um jogo de survival horror, chamando-a de uma "adolescente durona que não é sexualizada, e que pareceu muito igual a sua contraparte masculina".[17] A artista teve acesso a várias sequências de jogabilidade e o roteiro durante o desenvolvimento para que assim ela tivesse uma melhor compreensão da história. Hicks também recebeu vídeos dos atores interpretando no cenário, algo que foi útil ao ilustrar os personagens: "Eu dou uma olhada nesses personagens e os vejo interagindo como seres humanos, não apenas artes conceituais".[19]

A história passada de Ellie originalmente seria colocada em uma sequência de jogabilidade dentro de The Last of Us, porém isto acabou descartado durante o desenvolvimento. Druckmann recebeu uma oportunidade para contar essa história quando a Dark Horse abordou a Naughty Dog sobre a ideia de uma história em quadrinhos.[18] O roteirista achou que Ellie era a personagem ideal para o quadrinho devido seu nascimento e crescimento; enquanto personagens como Joel viveram principalmente em um mundo antes do surto da infecção, Ellie desconhece como a vida era antes. Isto criou uma ideia que Druckmann considerou interessante, ficando intrigado em descobrir os efeitos das ações cotidianas em um mundo pós-apocalíptico.[19] Hicks gostou de escrever American Dreams, particularmente por causa do humor. Druckmann deixou que Hicks desenhasse do zero a personagem de Riley, incluindo sua aparência física, características e maior parte dos diálogos. Ele comentou: "Pareceu um bom modo de dividir, em que [Hicks] seria dona de Riley e eu seria dono de Ellie".[20] A ilustradora evitou replicar o mesmo estilo artístico do jogo ao criar as artes do quadrinho, em vez disso optando por "desenhar em meu próprio estilo e no melhor das minhas habilidades". Ela achou que o estilo artístico era levemente "cartunesco", parcialmente por causa da idade de Ellie: "Se [o quadrinho] fosse hiper-realista e super-desenhado, eu acho que minaria a história que estamos tentando contar".[19] Hicks foi inspirada pelo estilo dos personagens da série Mortal Kombat ao desenhar a personagem Angel Knives na segunda edição.[20]

A primeira edição de American Dreams foi publicada em 3 de abril de 2013[21] e vendeu ao todo pouco mais de seis mil cópias em seu primeiro mês;[22] uma reimpressão ficou disponível em 29 de maio.[23] A segunda edição foi lançada também em 29 de maio,[24] vendendo pouco menos que cinco mil unidades.[25] Esta foi seguida por uma terceira em 26 de junho[26] que vendeu cinco mil cópias.[27] A quarta e última edição estreou em 31 de julho,[28] tendo vendido mais de sete mil unidades.[29] Todas as quatro edições foram republicadas em uma coleção completa lançada em 30 de outubro,[30] com esta vendendo por volta de 2,7 mil cópias.[31]

Recepção

As ilustrações de Faith Erin Hicks foram elogiadas por sua simplicidade

The Last of Us: American Dreams recebeu críticas geralmente positivas. Elogios foram direcionados particularmente para sua história e estilo artísticos, que foram consideradas complementares uma a outra.[32] O quadrinho também foi um sucesso comercial; sua primeira edição esgotou com a grande procura, fazendo a Dark Horse reimprimir o título.[23]

A história foi elogiada. Lonnie Nadler do Bloody Disgusting estava inseguro sobre o enredo nas duas primeiras edições por causa de seus focos no desenvolvimento dos personagens,[33] porém elogiou a edição final por entregar o "drama autêntico e intensidade crua" ausente nas edições anteriores.[34] Jesse Schedeen da IGN sentiu que a história serviu para aprofundar o mundo e os personagens,[35] elogiando a disponibilidade do quadrinho para leitores que não tinham jogado o jogo.[32] Por outro lado, Nathan Butler da Invisible Gamer achou que a introdução e desenvolvimento das duas primeiras edições poderiam ter sido encurtadas e que a edição final tentou incluir conteúdos demais, por fim chamando o quadrinho de uma "tentativa inferior de uma série relacionada com jogos eletrônicos".[36]

Os críticos também tiveram uma boa recepção sobre as ilustrações do quadrinho. Alasdair Stuart da SciFiNow escreveu que a arte era "tão expressiva e relaxada", que nomeou Hicks como "um das melhores artistas de sua geração".[37] Jen Bosier da Forbes sentiu que as ilustrações funcionaram bem dentro do contexto da história,[38] enquanto Schedeen da IGN acreditando que o quadrinho dependia muito da arte e que o estilo artístico criou uma "identidade e estilo" únicos.[32] Nadler afirmou que era "bem simplista, mas muito limpa"[33] e "visualmente expressiva quando importa",[34] comparando-a com Scott Pilgrim.[33] Nadler também elogiou a escolha de cores, comentando que o quadrinho continha "a palheta certa de tons escuros e sombrios", além das capas que eram "consistentemente incríveis".[39] Jennifer Cheng da Comic Book Resources escreveu que as cores encaixavam-se no cenário da história.[40] Peter Jubinsky da Geeks of Doom elogiou Hicks particularmente pela representação dos Infectados como "desesperados e em dor", dizendo que era "especialmente angustiante".[41]

Referências

Edições

  • Druckmann, Neil; Hicks, Faith Erin; Rosenberg, Rochelle (3 de abril de 2013). The Last of Us: American Dreams. 1. Estados Unidos: Dark Horse Comics 
  • Druckmann, Neil; Hicks, Faith Erin; Rosenberg, Rochelle (29 de maio de 2013). The Last of Us: American Dreams. 2. Estados Unidos: Dark Horse Comics 
  • Druckmann, Neil; Hicks, Faith Erin; Rosenberg, Rochelle (26 de junho de 2013). The Last of Us: American Dreams. 3. Estados Unidos: Dark Horse Comics 
  • Druckmann, Neil; Hicks, Faith Erin; Rosenberg, Rochelle (31 de julho de 2013). The Last of Us: American Dreams. 4. Estados Unidos: Dark Horse Comics 

Ligações externas