Porque o saber não tem você ou eu Saber tem apenas nós, pois ao ir Levamos o que deixamos de doar Por isso escrevo, para ser esquecido Por isso deixo o que escrevo a ti Por isso não deixo meu nome Por isso não deixo meu tempo Pois este saber que não se prende Para este, ainda puro, te alcançar Deve ele levar de mim a parte maior A parte que fala à todas as línguas A parte que não tem credo Mas abriga todas as crenças A parte que sem casa, sem terra | | | | | Mora em todos os povos a um só tempo A parte que omite o conceito A parte que abriga o fato A parte que defende o amanhã E ao hoje suplica descanso Pois o saber é como a vida Cresce e amadurece, a cada dia A mim peço apenas uma coisa de ti Aquele momento em que em teu silêncio Compartilhas comigo tua leitura E a única pista que deixas É um contido sorriso ao final De quem acolhe estas gastas palavras | |