Wolfenstein: The New Order

jogo eletrônico de 2014 desenvolvido pela MachineGames

Wolfenstein: The New Order é um jogo eletrônico de tiro em primeira pessoa desenvolvido pela MachineGames e publicado pela Bethesda Softworks. Foi lançado em 20 de maio de 2014 para Microsoft Windows, PlayStation 3, PlayStation 4, Xbox 360 e Xbox One. É o sétimo título principal da série Wolfenstein e uma sequência de Wolfenstein de 2009, se passando na Europa durante a década de 1960 em uma história alternativa em que a Alemanha Nazista venceu a Segunda Guerra Mundial. A narrativa segue o soldado norte-americano B.J. Blazkowicz e seus esforços para impedir que os nazistas controlem o mundo.

Wolfenstein: The New Order
Wolfenstein: The New Order
Desenvolvedora(s)MachineGames
Publicadora(s)Bethesda Softworks
Diretor(es)Jens Matthies
Produtor(es)Lars Johansson
Projetista(s)Jerk Gustafsson
Escritor(es)Jens Matthies
Tommy Tordsson Björk
Programador(es)Jim Kjellin
Artista(s)Kjell Emanuelsson
Axel Torvenius
Tor Frick
Compositor(es)Mick Gordon
Motorid Tech 5
SérieWolfenstein
Plataforma(s)Microsoft Windows
PlayStation 3
PlayStation 4
Xbox 360
Xbox One
Lançamento20 de maio de 2014
Gênero(s)Tiro em primeira pessoa
Modos de jogoUm jogador
Wolfenstein
Wolfenstein:
The Old Blood

O jogo é jogado a partir de uma perspectiva em primeira pessoa e a maioria de seus níveis são navegados a pé. A história é dividida em vários capítulos, que os jogadores completam linearmente para poderem progredir. Uma escolha moral durante o prólogo altera partes da história principal, com alguns personagens e pontos do enredo sendo alterados de acordo com a escolha do jogador. Há uma grande variedade de armas disponíveis, com um sistema de cobertura também estando presente.

O desenvolvimento de The New Order começou em 2010, pouco depois da id Software ter cedido os direitos da série Wolfenstein para a MachineGames. A equipe concebeu o título como um jogo eletrônico de ação-aventura em primeira pessoa, inspirando-se nos jogos anteriores da franquia e focando-se particularmente nos elementos de combate e aventura. Diferentemente de seus predecessores, The New Order tenta se aprofundar no desenvolvimento do personagem de Blazkowicz, decisão tomada para interessar os jogadores na história. Eles também tinham a intenção de retratá-lo de uma forma mais heroica.

O jogo foi relativamente bem recebido pela crítica ao ser lançado, com elogios direcionados principalmente para seu combate e também narrativa. Muitos consideraram The New Order como uma mudança positiva para a série. Ele venceu e foi indicado a diversos prêmios de final de ano de publicações especializadas, incluindo nas categorias de melhor jogo do ano. Uma expansão autônoma chamada Wolfenstein: The Old Blood e que se passa antes dos eventos do jogo principal foi lançada em 2015, enquanto uma sequência direta intitulada Wolfenstein II: The New Colossus estreou em 2017.

Jogabilidade

A jogabilidade de Wolfenstein: The New Order. O personagem empunha uma das armas disponíveis contra um inimigo enquanto o HUD mostra a vitalidade do personagem e a quantidade de munição disponível.

Wolfenstein: The New Order é um jogo eletrônico de tiro jogado a partir de uma perspectiva em primeira pessoa. A história é dividida em capítulo e para progredir o jogador precisa enfrentar inimigos em diferentes fases e ambientes.[1] O jogo usa um sistema em que a vitalidade do jogador é dividida em seções separadas de "vida" e "armadura" que regeneram até certo ponto; para recuperar vida ou armadura perdidas, é necessário coletar pacotes de vida ou mais armadura.[2] O jogador navega pelos níveis principalmente a pé e pode correr e pular, tendo a sua disposição armas de fogo e explosivos para enfrentar os diferentes tipos de inimigos presentes. É possível ainda empregar ataques brancos a fim de abater oponentes silenciosamente sem ser detectado.[3]

Um sistema de cobertura está presente e pode ser usado dentro e fora de combate como uma forma de ajuda. O jogador pode inclinar-se para os lados, para cima e para baixo de uma cobertura, podendo usar isso como uma vantagem tática durante tiroteios ou em uma abordagem furtiva.[4] O jogador tem a sua disposição uma variedade de opções de armas como metralhadoras, pistolas e espingardas que podem ser encontradas no chão, em inimigos mortos ou arsenais, enquanto a munição pode ser adquirida da mesma maneira.[5] Com algumas armas do mesmo tipo é possível fazer o uso de empunhadura dupla, permitindo dispará-las ao mesmo tempo contra inimigos.[3] É possível customizar as armas; por exemplo, instalar um lança foguetes em um fuzil de assalto ou um canhão laser que pode ser transformado em uma ferramenta corta grades.[6]

Além disso, há um sistema de "vantagens" disponível. Cada vantagem envolve o jogador completar alguma espécie de tarefa durante a jogabilidade, como realizar um determinado número de abates furtivos, tiros na cabeça, mortes com uma arma específica ou por meio de explosões. Assim que uma vantagem é completada, o jogador recebe recompensas como maior vitalidade, capacidade de carregar mais munição ou maior eficiência com determinada arma. Elas são divididas em quatro categorias: Furtivo, Tático, Ataque e Demolição. Certas vantagens só ficam disponíveis para serem completadas depois de um vantagem anterior já ter sido realizada. Caso o jogador escolha jogar o jogo uma segunda vez ou repetir alguma missão específica, ele mantém todas as vantagens já adquiridas e pode conquistar novas.[7][8]

Enredo

A Alemanha Nazista está empregando tecnologias avançadas para poder derrotar os Aliados na Segunda Guerra Mundial. Em julho de 1946, o soldado norte-americano capitão B.J. Blazkowicz, acompanhado do piloto britânico Fergus Reid e do soldado raso norte-americano Probst Wyatt III, participa de um enorme ataque contra uma fortaleza e centro de pesquisa de armas administrada pelo general alemão Wilhelm "Deathshead" Strasse. Os três são capturados e levados para um laboratório de experimentação humana, onde Deathshead força Blazkowicz a escolher qual de seus dois companheiros será morto, em seguida jogando-o com o sobrevivente em um incinerador para morrerem. Eles conseguem escapar, porém Blazkowicz sofre um ferimento na cabeça e entra em coma.[9] Ele é levado para um asilo psiquiátrico na Polônia e permanece em estado vegetativo por catorze anos, sendo cuidado pela enfermeira Anya Oliwa e seus pais. Blazkowicz, incapaz de acordar, assiste enquanto os pais de Anya são regularmente forçados a entregar pacientes para as autoridades nazistas, que os consideram untermensch por suas deficiências mentais.[10]

Os nazistas ordenam em 1960 que o asilo seja fechado e que todos os pacientes sejam executados, matando também os pais de Anya quando esses resistem. Blazkowicz acorda de seu estado vegetativo e mata todo o esquadrão de execução enviado para o asilo, conseguindo capturar um comandante nazista e escapar em segurança com Anya.[10] Os dois se refugiam na fazenda dos avós de Anya, onde eles contam que os nazistas venceram a guerra ao forçarem a rendição dos Estados Unidos em 1948 com uma bomba atômica e que os membros da resistência foram capturados. Blazkowicz descobre que os principais membros da resistência estão presos em Berlim. Os avós ajudam Blazkowicz e Anya a entrarem em um trem para Berlim, com os dois começando uma relação romântica durante a viagem.[11] Ele consegue se infiltrar na prisão e resgatar aquele que tinha salvo catorze anos antes,[12] descobrindo que a resistência é formada pelo Círculo de Kreisau liderado por Caroline Becker.[13]

A resistência realiza um ataque contra uma instalação de pesquisa nazista em Londres, bombardeando sua base de operações, roubando documentos secretos e protótipos de helicópteros furtivos.[14] Os documentos revelam que os nazistas estão fazendo engenharia reversa em tecnologias criadas por uma antiga organização conhecida como Da'at Yichud, que desenvolveu armas de energia dirigida, inteligência artificial e super-concreto; entretanto, eles também descobrem que alguém está sabotando a fórmula do super-concreto, deixando-o suscetível a deterioração.[15] Blazkowicz se infiltra em um campo de trabalhos forçados com o objetivo de encontrar Set Roth, um membro da Da'at Yichud. Set conta que os nazistas estão usando tecnologias desenvolvidas por ele e outros cientistas judeus para controlar e produzir robôs em massa, oferecendo-se para ajudar a resistência em troca pela destruição do campo. Blazkowicz sabota os robôs do campo, destrói toda a instalação e resgata os prisioneiros.[16]

Set revela que os nazistas descobriram um dos esconderijos da Da'at Yichud, que continha tecnologias extremamente avançadas, o que permitiu que a Alemanha superasse os Aliados em poderio militar e vencesse a guerra. Set concorda em ajudar a resistência ao revelar a localização de um desses esconderijos, porém afirma que precisarão de um u-boot para acessá-lo.[17] Blazkowicz consegue se infiltrar e tomar um u-boot, porém descobre que é a capitânia da da frota de submarinos nazista e que está equipado com um canhão capaz de lançar bombas nucleares, o que necessita de códigos da base lunar alemã para ser operado.[18] Ele usa a tecnologia encontrada no esconderijo Da'at Yichud para roubar a identidade de um cientista nazista e se infiltrar na base lunar.[19] Blazkowicz consegue obter os códigos,[20] porém descobre ao voltar para a Terra que Deathshead atacou a base da resistência a capturou alguns de seus membros; Blazkowicz consegue libertar alguns, incluindo Anya.[21]

A resistência usas os códigos e a tecnologia da Da'at Yichud para lançar um novo ataque contra a fortaleza de Deathshead. Blazkowicz consegue resgatar seus companheiros presos e encontra o laboratório de Deathshead. Este revela que ainda possui o cérebro do soldado que Blazkowicz escolheu para morrer catorze anos antes, colocando-o dentro de um robô hostil. Blazkowicz consegue derrotar o robô e destrói o cérebro, permitindo que seu companheiro descanse em paz. Deathshead ataca a bordo de um mecha, porém é derrotado. Entretanto, o general puxa o pino de uma granada antes de morrer, se matando e ferindo Blazkowicz seriamente. Este se arrasta até uma janela enquanto recita o poema "The New Colossus", observando os membros da resistência fugindo em um dos helicópteros. Blazkowicz, percebendo que todos estão salvos, ordena que a resistência dispare o canhão nuclear. Após os créditos, ouve-se o barulho de um helicóptero se aproximando.[22]

Desenvolvimento

Os funcionários da MachineGames começaram a pensar em ideias para possíveis jogos logo depois da fundação da empresa em 2009, indo apresentá-las para publicadoras em potencial. Enquanto isso, a ZeniMax Media havia comprado em junho de 2009 a id Software e todas as suas propriedades intelectuais, incluindo Doom, Quake e Wolfenstein. A Bethesda Softworks, subsidiária da ZeniMax, tinha anteriormente recusado uma apresentação da MachineGames, porém sugeriu que esta poderia desenvolver um novo jogo de alguma dessas franquias recém adquiridas. A MachineGames perguntou se seria possível desenvolverem um novo jogo de Wolfenstein, com membros do estúdio visitando o escritório da id e recebendo permissão para criarem um novo jogo da série. Contratos foram assinados em novembro de 2010, com a empresa também sendo comprada pela ZeniMax, o que permitiu o começo do desenvolvimento de Wolfenstein: The New Order.[23] Os trabalhos preliminares duraram aproximadamente três anos.[24]

The New Order foi oficialmente anunciado pela Bethesda em 7 de maio de 2013 por meio de um trailer de anúncio.[25] Antes disso, a publicadora já estava dando pistas sobre o jogo ao lançar três imagens com a legenda "1960".[26] O título originalmente tinha previsão de lançamento para 2013, porém foi adiado para o ano seguinte a fim de dar aos desenvolvedores mais tempo para polirem o jogo.[27] A Bethesda anunciou em fevereiro que The New Order seria lançado para Microsoft Windows, PlayStation 3, PlayStation 4, Xbox 360 e Xbox One em 20 de maio de 2014 na América do Norte, 22 de maio na Austrália e em 23 de maio na Europa.[28] Entretanto, as estreias australianas e europeias foram depois adiantadas, resultando em um lançamento mundial no dia 20 de maio.[29] Todas as compras feitas na pré-venda deram acesso ao beta de Doom, desenvolvido pela id.[30] Todos os símbolos e referências nazistas foram removidos para o lançamento de The New Order na Alemanha, pois a lei alemã considerava jogos eletrônicos como brinquedos e era proibido exibir imagens nazistas em brinquedos. Foi o primeiro título da série Wolfenstein a ser lançado oficialmente na Alemanha.[31]

Recepção

 Recepção
Resenha crítica
PublicaçãoNota
Destructoid7.5/10[32]
Eurogamer6/10[33]
GameInformer8/10[34]
GameSpot8/10[35]
GamesRadar [36]
Giant Bomb [37]
IGN7.8/10[38]
Joystiq [39]
Polygon9/10[40]
VideoGamer6/10[41]
Digital Spy [42]
The Guardian [43]
Pontuação global
AgregadorNota média
Metacritic(PC) 81/100[44]
(XONE) 79/100[45]
(PS4) 79/100[46]

Crítica

Wolfenstein: The New Order foi avaliado de forma geralmente positiva pelos críticos. Metacritic calculou uma nota média de 81/100 baseado em 23 avaliações para a versão do Microsoft Windows,[44] e 79/100 baseado em 18 avaliações para a versão do Xbox One[45] e 73 avaliações para a versão do PlayStation 4.[46]

As mecânicas de combate receberam elogios. Daniel Hindes da GameSpot achou que a intensidade e variedade do combate no jogo "renovou o fôlego" da série, conseguindo alcançar suas expectativas nostálgicas da série.[35] Ryan Taljonick da GamesRadar o chamou de "satisfatório".[36] Simon Miller da VideoGamer elogiou as mecânicas de tiro e stealth.[41] Similarmente, Hindes da GameSpot disse que o stealth era "simples, mas efetivo", e afirmou que foi uma das melhores coisas do jogo.[35] Steve Boxer do The Guardian avaliou o stealth como "decente".[43]

Colin Moriarty da IGN considerou a narrativa e personagens uma das melhores características, afirmando que foi onde o jogo "realmente brilhou".[38] Matt Sakuraoka-Gilman da Computer and Video Games chamou a narrativa de "inteligentemente escrita, brilhantemente dublada e altamente polida".[47] Mike Fahey da Kotaku sentiu-se dividido quanto ao enredo, inicialmente achando o apelo à emoção muito óbvio, mas finalmente sentindo-se satisfeito, chamando-o de "espetacular", e elogiando também a caracterização de Blazkowicz.[48] Taljonick da GamesRadar também teve dúvidas quanto aos personagens, achando Blazkowicz interessante, mas sentindo que os personagens secundários foram subdesenvolvidos, fazendo com que o jogador esquecesse deles durante o jogo.[36] Já Matt Bertz da Game Informer disse que tentar dar profundidade à Blazkowicz pareceu estranho, considerando suas ações brutais em outras partes do jogo.[34] Miller da VideoGamer também avaliou a narrativa negativamente, chamando-a de "horrível".[41]

O uso de um rumo alternativo da história, com as Potências do Eixo vencendo a Segunda Guerra Mundial, foi comentado por muitos críticos. Moriarty da IGN e Hindes da GameSpot acharam "interessante",[35] com Moriarty afirmando que foi um dos pontos de destaque do jogo.[38] Jason Hill da The Sydney Morning Herald achou o conceito "envolvente",[49] enquanto Owen Anslow da Daily Mirror achou "intrigante".[50]

A maioria dos críticos e comentaristas afirmaram que The New Order foi melhor do que eles esperavam de um jogo da série Wolfenstein.[38][50][51] Jon Blyth da Official Xbox Magazine chamou o jogo de "uma jóia inesperada",[52] enquanto Walker da ABC disse que ele "nunca pensou que gostaria tanto do jogo".[53] Hill da The Sydney Morning Herald disse que o jogo garantiu que a série se tornasse "uma força relevante novamente",[49] enquanto Carter da Destructoid sentiu que o jogo "fez milagres ao basicamente reiniciar a franquia sem desfazer as histórias anteriores".[32] A Edge concordou, chamando os desenvolvedores de "corajosos".[54] Tom Watson escreveu na New Statesman que o jogo "foi a grande surpresa do ano" por "modernizar essa série clássica", elogiando os gráficos, jogabilidade, e enredo.[55]

Legado

A MachineGames originalmente tinha planejado criar uma série de conteúdos para download para The New Order, porém mudaram de ideia e decidiram criar um único pacote de expansão autônomo.[56] Wolfenstein: The Old Blood foi lançado para Microsoft Windows, PlayStation 4 e Xbox One em 5 de maio de 2015, sendo uma prequela que se passa antes do eventos do prólogo de The New Order.[57] Uma sequência direta chamada Wolfenstein II: The New Colossus, foi anunciada em junho de 2017 e estreou nas mesmas plataformas que The Old Blood em 27 de outubro de 2017,[58] com uma conversão para Nintendo Switch sendo lançada em 29 de junho de 2018.[59]

Referências

Página oficial