Yeda Crusius

economista, política e professora, 36ª governadora do Rio Grande do Sul

Yeda Rorato Crusius GOMD (São Paulo, 26 de julho de 1944) é uma economista e política brasileira. Foi a 36ª Governadora do Estado do Rio Grande do Sul, entre 2007 e 2011, atualmente sendo Presidente Nacional do PSDB Mulher.

Yeda Crusius
Yeda Crusius
Yeda Crusius em dezembro de 2017.
36.ª Governadora do Rio Grande do Sul
Período1° de janeiro de 2007
a 1° de janeiro de 2011
Vice-governadorPaulo Feijó
Antecessor(a)Germano Rigotto
Sucessor(a)Tarso Genro
Deputada federal pelo Rio Grande do Sul
Período1º de janeiro de 2017
a 1º de fevereiro de 2019
Período1° de fevereiro de 1995
a 18 de dezembro de 2006
Ministra do Planejamento do Brasil
Período26 de janeiro de 1993
a 10 de maio de 1993
PresidenteItamar Franco
Antecessor(a)Paulo Roberto Haddad
Sucessor(a)Alexis Stepanenko
Dados pessoais
Nascimento26 de julho de 1944 (79 anos)
São Paulo, SP
NacionalidadeBrasileira
Prêmio(s)Ordem do Mérito da Defesa[1]
CônjugeCarlos Crusius (c. 1971; d. 2009)
PartidoPSDB (1990-presente)
Profissãoeconomista, jornalista e política

Nascida na capital paulista, descendente de italianos, mudou-se para o Rio Grande do Sul em 1970 depois de casar-se com o economista Carlos Crusius, com quem tem dois filhos. Yeda é formada em economia pela Universidade de São Paulo, sendo pós-graduada pelo Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de São Paulo e pela Universidade Vanderbilt. Ela iniciou sua carreira acadêmica em Porto Alegre e lecionou na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, sendo uma das primeiras diretoras da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Entre janeiro e maio de 1993, durante o governo de Itamar Franco, ocupou o cargo de Ministra do Planejamento. Um ano depois da renúncia como ministra, foi eleita deputada federal pelo Rio Grande do Sul, sendo reeleita em 1998 e 2002 - período em que lançou-se por duas vezes candidata a prefeita de Porto Alegre.

Candidata a governadora do Rio Grande do Sul nas eleições de 2006, foi eleita no segundo turno e tornou-se a primeira mulher a governar o Estado. Como governadora, zerou o déficit do Estado já no segundo ano de administração. Nas eleições de 2010, quando tentava a reeleição, chegou ao final do pleito na terceira colocação. Nas eleições de 2014, candidatou-se a deputada federal, tendo sido eleita com 71 794 votos pelo PSDB, ao lado de Nelson Marchezan Júnior. Em janeiro, Yeda retornou à Câmara dos Deputados após uma década.

Início de vida, família, educação e carreira

Yeda ainda criança, em fotografia de cerca de 1945.

Nascida em 26 de julho de 1944, em São Paulo, Yeda é descendente de italianos; a família Rorato chegou ao Rio Grande do Sul em 1887, enquanto seu avô permaneceu em São Paulo.[2] É a quarta de seis filhos de Francisco Rorato e Sylvia Rorato. Seu pai foi contabilista, mas sua grande paixão era o jornalismo, tendo fundado os jornais O Chicote e a Tribuna de Conquista, que circularam de 1931 a 1936, e Sylvia era dona-de-casa.[3][4] Foi ainda, grão-mestre da Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo em 1956 e em 1974. De seu pai, herdou a paixão pela política e, de sua mãe, o gosto pelos esportes, especialmente o voleibol.[4][5]

Em 1963, Yeda começou a cursar economia na Universidade de São Paulo (USP), graduando-se em 1966.[6] De 1964 a 1966, trabalhou como assistente no Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. Em 1967, foi economista na Federação do Comércio do Estado de São Paulo, mudando para a Viação Aérea São Paulo no ano seguinte. Em 1968, concluiu sua pós-graduação em economia na USP e em 1969 trabalhou em uma empresa de engenharia. No mesmo ano foi morar nos Estados Unidos, onde concluiu uma pós-graduação na Universidade do Colorado. Em 1971, concluiu um mestrado em economia na Universidade Vanderbilt.[7][8][9][10]

Na Vanderbilt, ela conheceu o futuro marido, Carlos Augusto Crusius, que também fazia mestrado em economia.[6] Mudou-se para Porto Alegre em 1970, após se casar com Carlos. Juntos tiveram dois filhos, César e Tarsila. César mora em São Francisco, nos Estados Unidos, e tem duas filhas.[11] Tarsila é psicóloga, foi presidente do Comitê de Ação Solidária durante o governo de Yeda,[12][13] e candidatou-se a vereadora de Porto Alegre na eleição municipal de 2012,[12] ficando na primeira suplência.[14] Também era tia da socialite Carola Scarpa.[15]

Em Porto Alegre, Yeda tornou-se professora titular do Departamento de Economia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). A partir de 1974, começou a trabalhar como consultora de empresas e em 1976 especializou-se em estatística pela UFRGS. Entre 1983 e 1986 foi coordenadora do curso de pós-graduação em Economia da UFRGS. Em 1988, Yeda foi contratada pela Rede Brasil Sul de Comunicações (RBS), trabalhando como comentarista da área econômica. Entre 1989 e 1990, foi vice-diretora da Faculdade de Economia da UFRGS, sendo sua primeira diretora de 1991 a 1992. Em abril do mesmo ano, saiu da RBS.[7][16]

Carreira política

Início e ministra do Planejamento

Yeda iniciou-se na política partidária em 1990, ao ingressar no Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). No final de janeiro de 1993, licenciou-se dos cargos que ocupava na UFRGS e de outras atividades para tornar-se ministra-chefe da Secretaria de Planejamento, Orçamento e Coordenação no governo de Itamar Franco. Ela havia sido indicada pelo senador gaúcho Pedro Simon e pelo ministro da Fazenda Paulo Haddad. Sua indicação correspondeu aos anseios de Itamar, que desejava indicar ao cargo uma mulher e alguém que não fosse de São Paulo. Na época, Yeda era pouco conhecida, mas sua indicação foi bem recebida pelos empresários brasileiros.[6][7][17]

Ao assumir o ministério, Yeda preocupou-se com a política de estabilização econômica. Após deixar o cargo de ministra, Yeda reassumiu suas funções na UFRGS, foi nomeada para o Conselho de Administração do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDS) e exerceu a função de primeira vice-presidente do diretório estadual do PSDB-RS.[6][7][18]

Deputada federal (1995-2006)

Em 1994, Yeda tornou-se a primeira tesoureira do PSDB-Nacional e foi eleita deputada federal na eleição de outubro daquele ano, obtendo 104 295 votos, sendo superada apenas por Germano Rigotto e Paulo Paim.[7][8][19] Ela assumiu o mandato em fevereiro de 1995 e foi escolhida primeira vice-presidente da Comissão de Orçamento e titular da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados. No decorrer da reforma constitucional em 1995, acompanhou a orientação da base governista, manifestando-se a favor da abolição do monopólio estatal nas áreas de telecomunicações, distribuição de gás canalizado e exploração do petróleo. Yeda também foi favorável à prorrogação da vigência do Fundo de Estabilização Fiscal (FEF) e ao fim de todas as diferenças jurídicas entre empresas de capital nacional e as de estrangeiro.[7]

Yeda falando em reunião da Comissão Especial sobre a reforma da Previdência, em 23 de julho de 2003.

Em 1996, Yeda apoiou a aprovação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) e foi relatora da Subcomissão de Educação e do Desporto, Cultura, Ciência e Tecnologia, da Comissão do Orçamento do Congresso Nacional. Naquele ano, também foi candidata à prefeitura de Porto Alegre em uma coligação formada por PSDB, PL, PSC, PSL e PFL, tendo Onyx Lorenzoni como seu candidato a vice. Esta foi a segunda vez que os tucanos lançaram candidatura própria na capital. Eles conseguiram polarizar a disputa com o PT, representado por Raul Pont e José Fortunati. Yeda recebeu 167 397 votos (22,34% dos válidos) e, apesar de perder no primeiro turno para Pont, o PSDB aumentou expressivamente sua votação em relação à disputa anterior.[7][20][21]

Em 1997, foi favorável a emenda constitucional que permitiu uma reeleição consecutiva para o Poder Executivo e presidiu o comitê parlamentar da Comissão do Orçamento que examinou obras consideradas com indícios de irregularidades pelo Tribunal de Contas da União (TCU).[7][22] Ainda no mesmo ano, foi relatora na comissão especial de um dos projetos mais importantes do governo, a emenda constitucional que prorrogou a vigência do Fundo de Estabilização Fiscal (FEF) até dezembro de 1999; o relatório final elaborado por Yeda foi aprovado pelo plenário da Câmara.[23] Em outubro de 1998, reelegeu-se para seu segundo mandato como deputada federal com 77 670 votos.[7][24] Em maio de 1999, foi nomeada diretora de Estudos e Pesquisas do Instituto Teotônio Vilela, o órgão de formação política do PSDB.[7] Em 1999, Yeda foi presidente da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados, tornando-se a primeira mulher a ocupar este cargo.[25]

Em 2000, Yeda voltou a ser candidata ao executivo porto-alegrense pelo PSDB e recebeu o apoio formal do PPB e PSDC.[26] Ela obteve 121 598 votos (15,54%), atrás do ex-prefeito Tarso Genro (48,72%), do PT, e do ex-governador Alceu Colares (20,07%), do PDT.[27] No ano seguinte, tornou-se presidente nacional do Instituto Teotônio Vilela, ficando neste cargo até 2003, e foi vice-líder do governo Fernando Henrique Cardoso no Congresso Nacional.[28][29] Em 2002, reelegeu-se para seu terceiro mandato na Câmara dos Deputados com 170 735 votos, a terceira votação mais expressiva do Estado naquela eleição.[8][30] Em seu novo mandato, foi vice-líder dos tucanos na Câmara dos Deputados em 2003 e entre 2004 a 2006.[29] Em dezembro de 2005, foi admitida pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Ordem do Mérito da Defesa no grau de Grande-Oficial suplementar.[1]

Entre as viagens oficiais como deputada, Yeda foi para o México em 1996 e 2000; Nova York em 2000 e 2002; Washington, D.C. em 1995, 1996, 2000, 2002 e 2004; Roma, Reino Unido, Santiago, Buenos Aires e Montevidéu em 1995; Uruguai em 1996; Paris, Londres, Lisboa e San José em 1997; Alemanha e Antártica em 1998; China em 1999; Equador em 2001; França, Bélgica, Peru e Colômbia em 2003; e para a Rússia em 2004.[29]

Eleição estadual de 2006

Yeda na convenção do PSDB gaúcho em Torres.

Yeda foi presidente do PSDB gaúcho de agosto de 2005 a junho de 2006, cargo do qual licenciou-se para ser candidata ao governo do Estado.[28] Ela foi escolhida candidata numa coligação do PSDB com o PFL, que indicou o postulante a vice Paulo Feijó, e com o PPS, que desistiu da candidatura de Nélson Proença na véspera da inscrição no contexto da aliança nacional em torno de Geraldo Alckmin. O PPS indicou o candidato ao senado da chapa, Mário Bernd. No início da campanha, em agosto de 2006, Yeda figurava em terceiro lugar nas pesquisas eleitorais, atrás do ex-governador Olívio Dutra e do candidato a reeleição Germano Rigotto.[8]

No horário eleitoral gratuito, usou o slogan Um novo jeito de Governar e criticou o governo do estado, propondo um "choque de gestão" visando a redução do déficit financeiro que já durava mais de trinta anos, através do corte de CCs, reestruturação da máquina pública, contenção de despesas e racionalização da receita.[8]

Yeda discursando ao lado do candidato à presidência Geraldo Alckmin e do governador mineiro Aécio Neves, em 22 de outubro de 2006.

Yeda assumiu pessoalmente a condução de sua campanha, e focou a propaganda no baixo índice de rejeição que tinha, apresentando-se como a única candidata capaz de derrotar tanto Olívio como Rigotto no segundo turno. Também passou a explorar fortemente sua ligação com o presidenciável tucano, que seria o mais votado no Estado.[31] Faltando uma semana para as eleições, Yeda passou para o segundo lugar nas pesquisas, superando Olívio. Com forte migração de votos de Rigotto para Yeda, a fim de tirar Olívio do segundo turno,[18] a tucana consagrou-se vencedora do primeiro turno, realizado em 1 de outubro, com 32,9% dos votos válidos. Em uma acirrada disputa pela outra vaga no segundo turno, Olívio obteve 27,39% dos votos, enquanto Rigotto ficou em terceiro com 27,12%.[32]

No segundo turno, Yeda recebeu o apoio de partidos de centro e direita, incluindo o PMDB de Rigotto (ainda que não tenha recebido o apoio pessoal do então governador), além de parte do PDT, que oficialmente ficou neutro e liberou a militância, e também do PP.[33][34] A primeira pesquisa do segundo turno deu a Yeda mais de 60% dos votos.[35] Outra pesquisa, realizada em 27 de outubro, mostrou Yeda com 49,9% dos votos, contra 42,2% de Olívio.[36] As pesquisas que foram feitas nas últimas semanas mostravam quedas no percentual de eleitores que votariam em Yeda, o que fez com que a candidata passasse a fazer campanha mais intensamente.[37] Em 29 de outubro, foi eleita a primeira governadora da história do Rio Grande do Sul com 53,94% dos votos.[4][38][39][40]

Governadora do Rio Grande do Sul

O presidente Lula e alguns de seus ministros em fotografia com os governadores, em março de 2007. Yeda está na primeira fileira, ao lado do vice-presidente José Alencar.

Antes mesmo de sua posse, Yeda envolveu-se na primeira polêmica de sua gestão. A fim de diminuir o déficit em caixa do Estado, pediu ao governador Rigotto que enviasse à Assembleia um projeto de corte de despesas e aumento de ICMS (embora tenha prometido o contrário durante campanha), que foi chamado pela oposição de tarifaço. Esse projeto de lei daria ao Estado 800 milhões de reais e cortaria despesas em 650 milhões de reais.[41] Em 29 de dezembro de 2006, muitos deputados de sua base aliada votaram contra o projeto, que foi rejeitado (a votação ficou em 28 votos contrários e 24 favoráveis).[42] A derrubada do projeto foi coordenada pelo vice-governador eleito Feijó, que rompeu publicamente com Yeda em 2008.[43] Devido ao projeto de lei, alguns futuros secretários acabaram renunciando ao cargo antes mesmo de serem empossados, como foram os casos de Berfran Rosado,[44] do PPS, Jerônimo Goergen,[45] do PP (sendo substituído por Celso Bernardi),[46] e Marquinho Lang, do PFL.[47] Yeda tomou posse no dia 1° de janeiro de 2007, anunciando forte contenção de gastos com o objetivo de sanear as finanças do Estado.[48][49]

Ao completar cem dias de governo, Yeda entrou em choque com o Secretário da Segurança, Enio Bacci, responsável por uma área que vinha recebendo boa aprovação da população. Acusado de ser personalista, de tentar ofuscar Yeda na apresentação de resultados do governo e de ter assessores ligados ao Jogo do Bicho, Bacci foi demitido pela governadora.[50][51][52] A decisão culminou na saída do PDT do governo.[53] Na mesma semana, o Democratas anunciou que se considerava independente do governo. A saída do PDT e do DEM fizeram com que Yeda perdesse o apoio de cerca de dez deputados estaduais. Durante esse período, o Partido dos Trabalhadores cogitou a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para a Segurança.[54]

Yeda juntamente com o presidente Lula, a ministra Dilma Rousseff, e o executivo Jaime Ardila durante anúncio de novos investimentos da General Motors no país, em julho de 2009.

Já no primeiro ano de governo, o déficit estrutural do Estado diminuiu pela metade e Yeda apresentou projetos que visavam zerar o déficit do Rio Grande do Sul até o ano de 2010.[55][56] Com isso, o décimo terceiro de 2008 foi pago antecipado em 5 de dezembro, e pela primeira vez depois de anos, sem empréstimo do Banrisul, o banco estatal do Estado.[57]

Em 19 de março de 2008, Yeda transmitiu pela primeira vez o governo do Estado para o vice-governador Paulo Feijó, que reatou com o governo,[58][59] para que pudesse viajar para os Estados Unidos e Canadá.[60] Ela também viajou para a Alemanha e Holanda.[61]

Em novembro de 2008, Yeda anunciou que, após 37 anos, o Rio Grande do Sul não era mais um Estado deficitário.[62] No mesmo dia, ela anunciou o pagamento antecipado do décimo terceiro com recursos próprios, pela primeira vez em catorze anos.[62] Além disso, o governo voltou a pagar fornecedores e servidores em dia, o que era inviabilizado pelo déficit financeiro.[63]

No entanto, devido a uma série de medidas controversas, uma oposição forte e várias denúncias de corrupção no seu governo, das quais foi inocentada nos anos seguintes, tornou-se um dos governantes mais impopulares do Estado.[64][65] No ano de 2009, a governadora enfrentou profundos ataques dos partidos de oposição, especialmente do PT e PSOL e de sindicatos ligados a estes partidos.[66][67] As acusações causaram redução considerável em seus índices de popularidade,[68] bem como tornaram a governabilidade quase impossível.[69] Uma pesquisa realizada em 2008 revelou que 62% dos eleitores eram a favor de seu impeachment.[70] Entretanto, a aprovação da governadora subiu nos últimos anos de seu governo e as ações da oposição não surtiram efeito, já que nada acabou sendo provado contra Yeda, mesmo após a realização da CPI da corrupção. A comissão, que tinha como relator o deputado da base governista Coffy Rodrigues, teve seu relatório final aprovado em 23 de fevereiro de 2010 por 22 a 19 e não apontou responsabilidades de Yeda nos casos de corrupção.[68][71]

Eleição estadual de 2010

José Serra e Yeda durante uma passeata da campanha eleitoral de 2010.

Em junho de 2010, Yeda oficializou sua candidatura à reeleição ao governo do Rio Grande do Sul.[72] Apoiada por uma coligação formada por oito partidos, incluindo PP, PPS, PRB e PSC, ela teve como seu candidato a vice o deputado estadual Berfran Rosado.[73][74] A coligação de Yeda possuiu o segundo maior tempo de propaganda eleitoral gratuita e, no decorrer da campanha, sua candidatura gastou R$ 12,5 milhões, o maior valor declarado entre os principais candidatos ao governo e ao Senado Federal no Estado.[75][76]

Yeda teve como seus principais adversários Tarso Genro (PT), ministro no governo Lula e prefeito de Porto Alegre por duas vezes, e José Fogaça (PMDB), senador da República durante dezesseis anos e prefeito da capital entre 2005 e 2010.[77][78] Apesar de seus índices de aprovação melhorarem em 2010, Yeda permaneceu em terceiro lugar nas pesquisas eleitorais, atrás de Fogaça e de Tarso, considerado favorito para vencer a eleição.[79][80] Tarso acabou sendo eleito governador com 54,35% dos votos já no primeiro turno, em 3 de outubro; Fogaça ficou em segundo lugar, com 24,74%, e Yeda, que recebeu 18,40%, em terceiro.[81]

Atividades entre 2011 a 2017

Cem dias após ter deixado o governo, Yeda foi entrevistada por um jornal local. Na entrevista, ela disse que seus planos eram formar um grupo para estudar o cenário nacional e o papel do Rio Grande do Sul. Ao ser perguntada sobre sua vida partidária, comentou que não seria candidata à prefeitura de Porto Alegre em 2012, declarando que preferia guardar sua imagem para uma eventual eleição à Câmara dos Deputados.[82]

Em abril de 2012, Yeda voltou a trabalhar como jornalista, desta vez no programa Pampa News, da Rede Pampa.[83] Em julho do mesmo ano, também foi contratada como colunista no Jornal Gente, da Rádio Bandeirantes de Porto Alegre.[84]

Deputada federal (2017-2019)

Yeda sendo empossada deputada federal pelo presidente da Casa Rodrigo Maia, em 5 de janeiro de 2017.

Em 2014, Yeda oficializou sua candidatura a deputada federal pelo PSDB nas eleições daquele ano. Ela obteve 71 794 votos (1,22%) e acabou na primeira suplência de sua coligação, composta também por PP, SD e PRB.[85][86] Com a eleição de Nelson Marchezan Júnior como prefeito de Porto Alegre no final de outubro de 2016, Yeda ganhou o direito de retornar ao parlamento.[87] Em 5 de janeiro de 2017, foi empossada no cargo por Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados.[88]

Em abril de 2017, Yeda foi favorável à Reforma Trabalhista.[89][90] Em agosto do mesmo ano, votou pelo arquivamento da denúncia de corrupção passiva do presidente Michel Temer, por entender que o momento era de extrema gravidade para trocar o comando do País. Para a deputada, o melhor era que as investigações e eventuais punições ocorressem após o fim do mandato, em 2019.[91][92]

Nas eleições de 2018 Yeda disputou a reeleição para a Câmara dos Deputados, tendo conquistado 37 549 votos (0,64%) e obtendo a suplência.[93]

Atividades posteriores

Em novembro de 2018, Yeda anunciou sua candidatura à Presidência Nacional do PSDB, cuja eleição deve ocorrer no final de 2019.[94][95]

Em junho de 2019, Yeda foi condenada em primeira instância por improbidade administrativa no processo que investigava as fraudes ocorridas no Detran durante seu governo.[96] Se transitada em julgado, a sentença lhe imporá a perda de sua aposentadoria pública, a necessidade de ressarcir os cofres públicos e a suspensão dos direitos políticos por cinco anos.[97] A Justiça concluiu que Yeda "concorreu substancialmente" para que as fraudes ocorressem. Sua defesa classificou a sentença como injusta e disse que recorrerá.[98]

Durante as eleições municipais de 2020, Yeda focou em apoiar candidatas tucanas para prefeituras e câmaras municipal, lançando cursos à distância e militando pela maior participação feminina na política.[99]

Publicações

Yeda Crusius é autora e co-autora de vários livros na área Política e sobre Economia. É autora dos seguintes livros:

  • A (Há?) escolha entre inflação e desemprego, 1981.[100]

É também co-autora dos seguintes livros:

  • A evolução da economia no Rio Grande do Sul face à economia brasileira;[101]
  • Autonomia ou submissão?, 1983 páginas 72 a 84;[102]
  • O Plano Brasil Novo como uma proposta de mudança de regime, 1990;[103]
  • O Brasil e a ordem internacional: a necessária integração, 1992;[101]
  • O Labirinto político-estratégico mundial: os rumos brasileiros;[104]
  • Símbolos de Porto Alegre, 1993 páginas 70 a 77;[105]
  • A resistência da inflação brasileira a choques, Porto Alegre, UFRGS, 1992;[101]
  • Indicadores de resistência da inflação brasileira a choques;[101]
  • A economia da inflação, 1992;[106]
  • A agenda política e institucional no MERCOSUL: aportes para a integração regional, São Paulo, Konrad Adenauer-Stifung, 1997 páginas 173 a 175;[107]
  • A projeção face ao século XXI, São Paulo, Konrad Adenauer-Stifung, 1998;[104]
  • Papel do sistema eleitoral, dos partidos políticos e do Poder Legislativo, Brasília, Instituto Teotônio Vilela, 2000.[104]
  • Minha Experiência na UFRGS, 2000.[101]

Referências

Ligações externas

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1993 – 1993
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