Moacyr Scliar
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Moacyr Scliar | |
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Scliar em agosto de 2003 | |
Nome completo | Moacyr Jaime Scliar |
Nascimento | 23 de março de 1937 Porto Alegre |
Morte | 27 de fevereiro de 2011 (73 anos) Porto Alegre |
Nacionalidade | brasileiro |
Alma mater | UFRGS |
Ocupação | médico, escritor |
Principais trabalhos | Guerra no Bom Fim, O Centauro no Jardim, A Majestade do Xingu |
Prémios | Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte (1980) Prêmio Jabuti (1988) |
Género literário | Contos, romances, novelas, literatura infantojuvenil e crônicas, |
Página oficial | |
http://www.moacyrscliar.com |
Moacyr Jaime Scliar (Porto Alegre, 23 de março de 1937 — Porto Alegre, 27 de fevereiro de 2011) foi um escritor brasileiro. Formado em medicina, trabalhou como médico especialista em saúde pública e professor universitário. Sua prolífica obra consiste em contos, romances, ensaios e literatura infantojuvenil. Também ficou conhecido por suas crônicas nos principais jornais do país.
Moacyr Jaime Scliar nasceu em Porto Alegre, em 23 de março de 1937. Seus pais, José e Sara Scliar, eram judeus provenientes da região da Bessarábia,[1] então pertencente ao Império Russo, que migraram para a América em busca de melhor sorte. Moacyr passou a maior parte da infância no Bom Fim, o bairro porto-alegrense onde se instalou a maioria dos judeus que escolheu a capital do estado para morar. Foi alfabetizado pela mãe, que era professora primária.
A partir de 1943, cursa a Escola de Educação e Cultura, conhecida como Colégio Iídiche. Em 1948, transferiu-se para o Colégio Marista Rosário, concluindo o ensino médio.
Em 1962, após se formar pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, iniciou sua vida como médico, fazendo residência médica. Especializou-se no campo da saúde pública como médico sanitarista. Iniciou os trabalhos nessa área em 1969. Em 1970, frequentou curso de pós-graduação em medicina em Israel. Posteriormente, tornou-se doutor em Ciências pela Escola Nacional de Saúde Pública. Foi professor da disciplina de medicina e comunidade do curso de medicina da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA).
Em 1965, casou-se com Ju. O filho do casal, Roberto, nasceu em 1979.
Moacyr Scliar era torcedor do Cruzeiro, de Porto Alegre.[2] Devido a sua morte, os jogadores do Cruzeiro fizeram uma homenagem para este torcedor-símbolo do clube, entrando de luto na partida contra o Grêmio, no dia 27 de fevereiro, que contou com um minuto de silêncio em homenagem a Scliar.[3]
Scliar publicou mais de setenta e quatro livros. Seu estilo leve e irônico lhe garantiu um público bastante amplo de leitores, e em 2003 foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, tendo recebido antes uma grande quantidade de prêmios literários como o Jabuti (1988, 1993 e 2009), o Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) (1989) e o Casa de las Américas (1989).
Suas obras frequentemente abordam a imigração judaica no Brasil, mas também tratam de temas como o socialismo, a medicina (área de sua formação), a vida de classe média e vários outros assuntos. O autor já teve obras suas traduzidas para doze idiomas.
Em 2002, se envolveu em uma polêmica com o escritor canadense Yann Martel, cujo famoso romance A Vida de Pi, vencedor do prêmio Man Booker, foi acusado de ser um plágio da sua novela Max e os felinos. O escritor gaúcho, no entanto, diz que a mídia extrapolou ao tratar do caso, e que ele nunca teve o intuito de processar o escritor canadense.
Entre suas obras mais importantes estão os seus contos e os romances O ciclo das águas, A estranha nação de Rafael Mendes, O exército de um homem só e O centauro no jardim, este último incluído na lista dos 100 melhores livros de temática judaica dos últimos 200 anos, feita pelo National Yiddish Book Center nos Estados Unidos.
Em 1998, o romance "Um Sonho no Caroço do Abacate" foi adaptado para o cinema, com o título "Caminho dos Sonhos", sob a direção de Lucas Amberg. O filme participou dos festivais de Gramado, Miami, Trieste e outros. O filme narra a história do filho de um casal de imigrantes judeus lituanos que se estabelece no bairro do Bom Retiro, em São Paulo, nos anos 1960. O jovem Mardo (Edward Boggiss) apaixona-se por Ana (Taís Araújo), uma estudante negra. Os jovens encontram no amor a força e a determinação para enfrentarem a discriminação na escola onde estudam e o preconceito entre as famílias.
Em 2002, o romance Sonhos Tropicais foi adaptado para o cinema sob a direção de André Sturm, com Carolina Kasting, Bruno Giordano, Flávio Galvão, Ingra Liberato e Cecil Thiré no elenco. O filme relata o combate à febre amarela no Rio de Janeiro, comandado pelo médico sanitarista Oswaldo Cruz, e a resistência da população à vacinação obrigatória, que resultou na chamada Revolta da Vacina. Em paralelo, é narrada a história de uma jovem judia polonesa, que imigra para o Brasil em busca de uma vida melhor, mas acaba por se prostituir.
Scliar morreu por volta da 1h do dia 27 de fevereiro de 2011, aos 73 anos, de falência múltipla dos órgãos. Ele estava internado no Hospital de Clínicas de Porto Alegre desde o dia 11 de janeiro, quando deu entrada para a retirada de pólipos (formações benignas) no intestino. A cirurgia foi bem-sucedida, mas o escritor acabou tendo um acidente vascular cerebral (AVC) no dia 17 de janeiro, durante o período de recuperação, falecendo quase cinquenta dias depois de sua entrada no hospital.[4][5][6] Foi sepultado em 28 de fevereiro de 2011 no Cemitério do Centro Israelita em Porto Alegre.[7]
Foi o sétimo ocupante da cadeira 31 da Academia Brasileira de Letras. Foi eleito em 31 de julho de 2003, na sucessão de Geraldo França de Lima, e recebido em 22 de outubro de 2003 pelo acadêmico Carlos Nejar.
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Precedido por Geraldo França de Lima | ABL - sétimo acadêmico da cadeira 31 2003 — 2011 | Sucedido por Merval Pereira |
1959 – 1969 | 1959: Jorge Medauar (Contos) •1960: Dalton Trevisan (Contos) • Ricardo Ramos (Novelas) •1961: Clarice Lispector (Contos) •1962: Ricardo Ramos (Contos) •1963: Julieta de Godoy Ladeira (Contos) •1964: João Antônio (Contos) •1965: Dalton Trevisan (Contos) •1966: Lygia Fagundes Telles (Contos) •1967: Bernardo Élis (Contos) •1968: Marcos Rey (Contos) •1969: Maria Cecília Caldeira (Contos) |
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1970 – 1979 | 1970: Rubem Fonseca (Contos) •1971: Ricardo Ramos (Contos) •1972: Holdemar Menezes (Contos) •1973: Luiz Vilela (Contos) •1974: Elias José (Contos) •1975: Caio Porfírio Carneiro (Contos) •1976: Regina Célia Colônia (Contos) •1977: Domingos Pellegrini Júnior (Contos) •1978: Hermann José Reipert (Contos) •1979: Sônia Coutinho (Contos) |
1980 – 1989 | 1980: Modesto Carone (Contos) •1981: José J. Veiga (Novelas) •1982: Autran Dourado (Contos) •1983: Sérgio Sant'Anna (Contos) •1984: Caio Fernando Abreu (Novelas) •1985: Charles Kiefer (Contos) •1986: Sérgio Sant'Anna (Novelas) •1988: Moacyr Scliar (Contos) •1989: Caio Fernando Abreu (Contos) |
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Prêmio Jabuti - Juvenil (1959 - 2020) | |
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1959 – 1972 | 1959: Isa Silveira Leal •1962: Isa Silveira Leal •1968: Lúcia Machado de Almeida •1969: Isa Silveira Leal •1972: Lucilia Junqueira de Almeida Prado |
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2005 – 2009 | 2005: Sérgio Capparelli • Marcia Kupstas • Bartolomeu Campos de Queirós • Nelson Cruz •2006: Jorge Miguel Marinho • Paula Mastroberti • Milu Leite •2007: Leonardo Brasiliense • Moacyr Scliar • Laura Bergallo • Jorge Viveiros de Castro •2008: Joel Rufino dos Santos • Silvana de Menezes • Domingos Pellegrini •2009: Rodrigo Lacerda • Heloisa Prieto • Flávio Carneiro |
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Prêmio Jabuti - Romance Literário (1959 - 2020) | |
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1959 – 1969 | 1959: Jorge Amado •1960: Marques Rebelo •1961: Maria de Lourdes Teixeira •1962: Osório Alves de Castro •1963: Marques Rebelo •1964: Francisco Marins •1965: José Cândido de Carvalho •1966: Érico Veríssimo •1967: José Mauro de Vasconcelos •1968: Bernardo Élis •1969: Ibiapaba Martins |
1970 – 1979 | 1970: Maria de Lourdes Teixeira •1971: Lenita Miranda de Figueiredo •1972: Luis Martins •1973: Rubens Teixeira Scavone •1974: Lygia Fagundes Telles •1975: Adonias Filho •1976: Ivan Ângelo •1977: Herberto Sales •1978: Clarice Lispector •1979: Mário Donato |
1980 – 1989 | 1980: Fernando Sabino •1981: Dyonélio Machado •1982: Sylviano Santiago •1983: José J. Veiga •1984: Rubem Fonseca •1985: João Ubaldo Ribeiro •1986: Rubem Mauro Machado •1987: Maria Adelaide Amaral •1988: Emil Farhat •1989: Maria Alice Barroso • Renato Modernell |
1990 – 1999 | 1990: Milton Hatoum •1991: Zulmira Ribeiro Tavares •1992: Chico Buarque de Hollanda •1993: Rachel de Queiroz • João Silvério Trevisan • José J. Veiga • Moacyr Scliar • Silviano Santiago •1994: Isaías Pessotti • João Gilberto Noll • Otto Lara Resende •1995: Jorge Amado • João Silvério Trevisan • José Roberto Torero •1996: Ivan Ângelo • Rodrigo Lacerda • Carlos Heitor Cony •1997: João Gilberto Noll • Fausto Wolff • Flávio Moreira da Costa • Luiz Alfredo Garcia-Roza •1998: Luiz Alfredo Garcia-Roza • Márcio Souza • Sérgio Sant'Anna •1999: Carlos Nascimento Silva • Sônia Coutinho • Modesto Carone |
2000 – 2009 | 2000: Moacyr Scliar • Flávio Aguiar • Carlos Heitor Cony •2001: Milton Hatoum • Patrícia Melo • Domingos Pellegrini •2002: Rubens Figueiredo • Dionisio Jacob • Luís Giffoni •2003: Ana Miranda • Domingos Pellegrini • Bernardo Carvalho •2004: Bernardo Carvalho • Luiz Antonio de Assis Brasil • Chico Buarque de Hollanda •2005: Nélida Piñon • João Gilberto Noll • Cristóvão Tezza •2006: Milton Hatoum • Godofredo de Oliveira Neto • Domingos Pellegrini • Edgard Telles Ribeiro •2007: Carlos Nascimento Silva • Luiz Ruffato • Antônio Torres •2008: Cristóvão Tezza • Bernardo Carvalho • Beatriz Bracher •2009: Moacyr Scliar • Milton Hatoum • Daniel Galera |
2010 – presente | 2010: Edney Silvestre • Chico Buarque de Hollanda • Luis Fernando Verissimo •2011: José Castello • Rubens Figueiredo • José Roberto Torero e Marcus Aurelius Pimenta •2012: Oscar Nakasato • Edival Lourenço • Chico Lopes •2013: Evandro Affonso Ferreira • Victor Heringer • Daniel Galera •2014: Bernardo Carvalho • Michel Laub • Veronica Stigger •2015: Maria Valéria Rezende • João Anzanello Carrascoza • Evandro Affonso Ferreira •2016: Julián Fuks • Luis S. Krausz • Sheyla Smanioto •2017: Silviano Santiago • Cristóvão Tezza • Maria Valéria Rezende •2018: Carol Bensimon •2019: Tiago Ferro •2020: Itamar Vieira Junior |
Cadeiras 1 a 10 |
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Cadeiras 11 a 20 |
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Cadeiras 21 a 30 |
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Cadeiras 31 a 40 |
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Controle de autoridade |
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