Ácido fluorídrico
Ácido fluorídrico, solução aquosa do fluoreto de hidrogénio ou ainda o fluoreto de hidrogénio anidro, que apresenta-se líquido até 19,5°C, é um ácido do grupo dos hidrácidos. O fluoreto de hidrogênio é um gás ou vapor esverdeado, de fórmula HF. Apresenta-se em solução como líquido incolor e fumegante de odor penetrante (assim como o gás ou vapor puro).
O HF possui pressão de vapor de 15,54 mmHg e densidade de vapor 0,7. Sua entalpia de formação é de -273,30 kJ/mol (gás) e sua entropia molar é 173,78 J/mol·K.
Propriedades químicas
Sabendo-se que a "força" dos hidrácidos varia de acordo com a eletronegatividade do elemento ligado ao hidrogênio, pode-se deduzir que o HF é um ácido forte. Contudo, isso não ocorre, pois, apesar de a eletronegatividade do flúor ser a maior dentre os elementos conhecidos (4230), o fator mais importante é a estabilidade do íon formado, que, neste caso, tem sua estabilidade reduzida, pois o raio atómico do flúor, por ser o menor conhecido (excetuando os gases nobres) atrapalha a acomodação da carga negativa, com forte repulsão entre os elétrons externos, a chamada dispersão. Sendo assim, o HF é um ácido moderado, que tem como maior propriedade sua facilidade em atacar materiais silicáticos (principalmente o vidro). Por isso o HF só deve ser armazenado em recipientes de plásticos, sendo usado especialmente o polietileno e o teflon.
Utilização
É usado na produção de sais fluorados, criolita, agrotóxicos, detergentes, teflon, na purificação de minérios (de nióbio e tântalo), na alquilação de petróleo (gasolina de alta octanagem) , no enriquecimento do urânio para fins de geração de energia nuclear e em uma das etapas de produção de processadores.[9]
Obtenção
O produto é obtido a partir da reação entre o ácido sulfúrico e a fluorita seca, originando além do ácido fluorídrico (quando em solução aquosa) ou fluoreto de hidrogênio (quando a seco), o sal sulfato de cálcio. Seguindo a reação:
Advertências
- Quando concentrado, reage violentamente com os hidróxidos alcalinos sólidos, como o hidróxido de sódio e o hidróxido de potássio.
- Ingestão: tóxico, pode ser fatal.
- Inalação: dispnéia, broncoespasmos, obstrução das vias respiratórias, queimaduras.
- Contato com a pele: Produz queimaduras graves e extremamente dolorosas, e devido ao tamanho extremamente pequeno de sua molécula, percorre os tecidos vivos, penetrando a pele e demais tecidos até atacar o tecido ósseo.
- Contato com os olhos: pode provocar lesões permanentes.
Medidas de primeiros socorros
Tomar medidas imediatamente!
Os socorristas devem primeiro cuidar bem da sua própria proteção.
- Após a inspiração: Exposição ao ar fresco. Consultar um médico. Manter as vias respiratórias desobstruídas. Em caso de parada respiratória fazer ventilação artificial.
- Após o contato com a pele: Lavar abundantemente com água pelo menos durante 10 minutos. Remover imediatamente a roupa contaminada. Aplicar gel de gluconato de Cálcio* e massagear ate a dor passar, intercalando lavagem com água e aplicar novamente o gel. Continuar a terapia com gel por mais 15 minutos após a dor ter passado. Se não dispuser de gluconato de Cálcio em gel, aplique varias compressas umedecidas com solução de gluconato de Cálcio a 20%. Absolutamente necessário consultar um médico!
*Fabricação do Gluconato de Cálcio em gel (para fabricar 5g): Ferver o gel de gluconato de cálcio em 85 ml de água quente. Juntar 10g de glicerina. Deixar intumescer 5g de Tylose C600 na solução quente. Armazenar em local fresco. Durabilidade = 6 meses.
- Após o contato com os olhos: Lavar o olho mantendo a pálpebra aberta com água abundante, protegendo o olho não afetado (pelo menos durante 10 minutos). Consultar um medico imediatamente!
- Após ingestão: Dar imediatamente a beber bastante água junta cálcio (sob forma de gluconato ou lactato).
Cuidado: Em caso de vômito existe risco de perfuração! Administrar mais gluconato de cálcio em solução.
Laxativo: Sulfato de Sódio (1 colher de sopa / 250ml de água). Consultar um médico imediatamente. As pessoas acidentadas devem manter-se em repouso e protegidas de perda de calor.
Nota para o médico com experiência no tratamento de lesões causadas por ácido fluorídrico.
Se houver suspeita de ação sistêmica, requer tratamento e monitoração urgente em Unidade de Terapia Intensiva. Precaução: fibrilação venticular devida a desequilíbrio eletrolítico. [10]
Referências
Ligações externas
- «Ficha de Informação de Produto Químico - Ácido Fluorídico»
- Livro: Ácido Fluorídrico e Fluoreto: Aspectos Toxicológicos
- International Chemical Safety Card 0283
- NIOSH Pocket Guide to Chemical Hazards
- Hydrofluoric Acid Burn, The New England Journal of Medicine Acid burn case study
- Ácido Fluorídrico Estabilizado - HFE - Smart Química Substituto/Alternativa para Ácido Fluorídrico