Árbitro assistente de vídeo

árbitro de futebol
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O árbitro assistente de vídeo (VAR, do inglês Video Assistant Referee), também conhecido como videoárbitro, videoarbitragem ou árbitro de video,[1] é um árbitro assistente de futebol, que analisa as decisões tomadas pelo árbitro principal com a utilização de imagens de vídeo e de uns auscultadores para a comunicação. Os videoárbitros não fazem, atualmente, parte das regras do jogo, mas o seu uso está a ser julgado pela International Football Association Board em diversas competições.

Simbolo do VAR (Video Assistant Referee)

Procedimento

VAR sendo utilizado pelo árbitro Cüneyt Çakır em 2019.

Existem 15 tipos de decisões que podem ser revistos:[2]

  • Gol(o)
  • Pênalti
  • Cartão vermelho direto
  • Confusão de identidade
  • Posição de impedimento na jogada de criação do gol (somente no lance que gerou o gol);
  • Infração da equipa atacante na jogada de criação do gol (qualquer falta não marcada);
  • Bola fora do campo antes do gol (verificar se a bola saiu das quatro linhas ou não);
  • Gol/não gol (verificar se a bola entrou inteira);
  • Pênalti erroneamente assinalado;
  • Pênalti não assinalado;
  • Falta ou impedimento antes da jogada de pênalti, cometido pela equipa atacante;
  • Bola fora de campo antes da jogada de pênalti
  • As revisões limitam-se a expulsões diretas e não ao segundo cartão amarelo;
  • O VAR observa uma falta de expulsão clara que não foi detectada pelo árbitro.
  • Se o árbitro advertir com cartão amarelo ou expulsar um jogador erroneamente.

História

Juiz é cercado por jogadores do Corinthians enquanto consulta o VAR durante Derby Paulista pelo Campeonato Paulista de 2022, no Allianz Parque

International Football Association Board (IFAB), órgão que determina as regras do jogo, aprovou a utilização do videoárbitro em teste durante a sua reunião de junho de 2016.

A utilização ao vivo do sistema VAR começou em agosto de 2016 na United Soccer League, num jogo entre duas equipas de reserva da Major League Soccer[3]. O árbitro do jogo Ismail Elfath analisou duas faltas durante o jogo e, após consultar o videoárbitro assistente Allen Chapman, decidiu emitir um cartão vermelho e um cartão amarelo nos respetivos incidentes [4]. Os comentários do vídeo foram introduzidos no mês seguinte, durante um internacional amistoso entre a França e a Itália [5].

Um "monitor de campo" foi introduzido na Copa do Mundo de Clubes da FIFA de 2016, permitindo que os árbitros principais revissem as jogadas [6].

A A-League, na Austrália, tornou-se a primeira a usar o sistema VAR num jogo de liga profissional, em 7 de abril de 2017, quando o Melbourne City jogou contra o Adelaide United [7]. O jogo foi concluído sem o VAR ser chamado. A primeira intervenção de um VAR num jogo de liga profissional foi em 8 de abril, quando o Wellington Phoenix recebeu o Sydney FC. O VAR identificou uma mão na bola na área de grande penalidade, premiando o Sydney FC com um pênalti. O jogo terminou num empate a 1-1 [8] [9].

Major League Soccer, nos Estados Unidos, introduziu os VAR nos jogos competitivos durante a temporada de 2017, após o jogo da MLS All-Star, em 2 de agosto de 2017 [10] [11]. O seu primeiro uso oficial ocorreu durante uma partida entre o Philadelphia Union e o FC Dallas, que invalidou um golo por um contacto feito anteriormente entre o jogador do Dallas e o goleiro do Philadelphia [12].

A Alemanha introduziu o sistema durante a Bundesliga de 2017–18 [13] e a Itália na Serie A de 2017–18 [14]. O sistema foi introduzido em Portugal em 2017 na final Taça de Portugal de 2016–17 [15], depois na Supertaça Cândido de Oliveira de 2017 [16] e, finalmente, na Primeira Liga de 2017–18 [17]. A FIFA estreou o sistema na Copa do Mundo FIFA de 2018 [18].

O sistema também foi usado na Copa do Mundo FIFA Sub-20 de 2017 e na Taça das Confederações FIFA de 2017. Uma equipa de três oficiais foi nomeada para cada jogo, composta por: VAR1, VAR2 e AVAR. Quintos árbitros já não foram nomeados para estas competições. No caso de um árbitro de campo lesionar-se, o VAR2 entraria em campo para substituí-lo.

No Brasil, a tecnologia foi usada pela primeira vez no Campeonato Pernambucano de Futebol de 2017[19]. No Campeonato Mineiro de Futebol de 2019 - Módulo I seria usado [20], mas foi para as semi-finais e finais [21]. O Campeonato Paulista de Futebol de 2019 - Série A1 adotou a tecnologia a partir dos quartos de final[22]. A Confederação Brasileira de Futebol adotou a tecnologia para os 380 jogos do Campeonato Brasileiro de Futebol de 2019 - Série A, discutida na reunião do conselho técnico da CBF. A CBF também confirmou que assumiu integralmente os custos com tecnologia e infraestrutura das partidas no campeonato. Os clubes seguirão arcando com o pagamento das despesas de arbitragem[23].

Controvérsia sobre a invenção do VAR

Segundo o jornal Marca, o espanhol Francisco López afirma que criou o sistema de arbitragem em vídeo em 1999. López diz que ele apresentou a ideia no Ministério da Educação e Cultura com o seguinte título: "O futebol no século XXI (Tecnologia de futuro para as equipas de arbitragem)".[24]

Árbitro assistente do árbitro de vídeo

O árbitro assistente do árbitro de vídeo (AVAR, do inglês Assistant Video Assistant Referee) ou videoárbitro assistente é um atual ou ex-árbitro indicado para auxiliar o VAR. As responsabilidades do AVAR incluem assistindo a ação em campo em tempo real, enquanto o VAR faz uma "revisão" a lances passados, para tomar notas de incidentes e para comunicar os resultados de uma revisão às emissoras.

Críticas

Durante a Final da Copa do Mundo de Clubes da FIFA de 2016, no Japão, o primeiro julgamento do VAR numa competição internacional, o treinador do Real MadridZinédine Zidane, chamou o sistema de fonte de confusão e o meia Luka Modrić disse que não gostava do sistema [25].

A EURO 2020, primeira edição da competição a contar com o VAR,[26] teve controvérsias claras. O possível gol de vitória de Mario Gavranovic no empate 1-1 na fase de grupos com o País de Gales foi classificado como a escolha mais controversa do torneio, com o atacante suíço corretamente considerado como tendo estado marginalmente impedido.

Competições utilizados

Ver também

Referências