Pênalti

O pênalti, penalty, penalidade máxima (português brasileiro) ou grande penalidade ou penálti (português europeu) é a penalização máxima, nos desportos coletivos, que uma equipe sofre por conta de uma infração cometida durante uma partida.

Esta punição é adotada nos desportos coletivos em que o objetivo de pontuação é a marcação de um gol. Assim, como exemplo de esportes coletivos em que o Pênalti existe, tem-se: futebol e suas variantes (futebol de salão, futsal, futebol de areia, futebol de sete, showbol); hóquei e suas variantes (hóquei no gelo, hóquei na grama), e até mesmo no polo aquático.

Harry Kane (Inglaterra) prepara-se para bater um pênalti contra a Colômbia, em partida da Copa do Mundo FIFA de 2018.

No futebol

Os jogadores assumem as suas posições para a marcação de grande penalidade.

No futebol, o pênalti é a falta suprema para a equipe, enquanto o cartão vermelho é a punição máxima individual, aplicada para jogadores. Deve ser marcada toda vez que houver uma falta dentro da grande ou da pequena área que favoreça o time adversário ao do goleiro que defende a baliza de tal área.

Também pode ocorrer, quando ao final de um campeonato (ou de uma decisão), a necessidade de definir quem será o vencedor, devido as equipes estarem empatadas. Normalmente é decidido com 5 (cinco) pênaltis para cada equipe.

Para a cobrança de um pênalti a bola é colocada na linha de grande penalidade (no centro da meia-lua, em frente à baliza) e o duelo trava-se unicamente entre o rematador e o goleiro. Imediatamente após o remate o jogo prossegue naturalmente, o que significa que, por exemplo, se o guarda-redes defender a bola para longe da baliza e não a agarre, os jogadores, que esperam atrás da linha de remate, podem continuar a jogar e insistir no remate.

O pênalti é aplicado na maioria das modalidades de futebol, tais como futebol de campo, futsal, futebol de salão, futebol society, etc.

Quando ocorrido durante a partida pode ser cobrado em dois toques, desde que a bola seja rolada para frente e o segundo jogador a tocar nela esteja fora da área no momento da cobrança. No caso de decisão de resultado por pênaltis isso não é permitido.

História

A regra da penalidade máxima no futebol foi adicionada as regras gerais do esporte, em 3 de março de 1891.[1][2] O que pouca gente sabe é que, quando a marcação de pênalti surgiu, a bola podia ser batida de qualquer ponto a 11 metros do gol.[3]

Para o goleiro

Na regra do jogo de 1997/1998, o texto diz: “O goleiro defensor deverá permanecer sobre sua própria linha de meta, frente ao executor do tiro penal e entre os postes de meta, até que a bola esteja em jogo”.[4]

Ou seja, pode-se afirmar que um goleiro está sobre a linha de gol (como descrito na regra) se estiver “apenas” com um pé sobre a mesma. Portanto, se o goleiro der um passo em diagonal para direita ou esquerda com um dos pés na linha de gol, segue o jogo. Em caso de pulo para frente com os dois pés e posteriormente um passo em diagonal, volta a cobrança. Um passo para frente e mais um em diagonal, volta a cobrança.[4]

Infrações à regra

O resultado das infrações à regra, quando da cobrança do pênalti, estão no quadro abaixo:

Resultado da CobrançaSem violaçõesViolação cometida pelo ataqueViolação cometida pela defesaViolação cometida pelo ataque e pela defesa
Bola entra no GolGolNecessidade de Nova CobrançaGolNecessidade de Nova Cobrança
Bola vai para foraTiro de metaTiro de metaNecessidade de Nova CobrançaNecessidade de Nova Cobrança
Bola volta para o campo de jogo após ser rebatida, pelo goleiro, ou pela balizaJogo continua normalmenteTiro livre indiretoNecessidade de Nova CobrançaNecessidade de Nova Cobrança
Goleiro defende e segura a bolaJogo continua normalmenteJogo continua normalmenteNecessidade de Nova CobrançaNecessidade de Nova Cobrança
Goleiro defende e a bola vai para foraCobrança de EscanteioTiro livre indiretoNecessidade de Nova CobrançaNecessidade de Nova Cobrança

Pênalti em dois toques

O pênalti em 2 toques, também chamado de pênalti indireto[5] é um tipo de cobrança de pênalti que ocorre quando o jogador que irá bater o pênalti não chuta a bola diretamente para o gol, mas dá um passe para frente, em diagonal, para que outro jogador complete a jogada.[6]

Este tipo de cobrança é permitido pelas Regras do Futebol, quando a partida ainda está rolando (na disputa de pênaltis, ela não é permitida). A "Regra 14" diz que o cobrador deve estar devidamente identificado e deve chutar a bola para frente. Nesse momento, a bola estará em jogo e em condição de disputa por todos os jogadores.[6]

A primeira vez que se tem notícia da cobrança de pênalti em 2 toques foi uma ocorrida em 1957, no jogo entre as seleções da Bélgica e da Islândia, válido pelas eliminatórias europeias para a Copa do Mundo. O belga Henri Coppens tocou a bola para frente para que seu companheiro André Piters completasse a jogada.[7] O lance, porém, só seria imortalizado em 1982, pelo holandês Johan Cruijff.[7] Não é garantido nem provável que este tenha sido o primeiro lance do género, mas é o primeiro a estar registado em vídeo.[8]

Há inúmeros casos de sucesso neste tipo de cobrança. Porém, quando alguém o falha é automaticamente ridicularizado. Em 2005, no campeonato inglês, Robert Pires e Thierry Henry não conseguiram executar o lance com eficácia. Em março de 2009 foi a vez da seleção sub-21 portuguesa falhar num lance similar, durante um jogo particular com Cabo Verde.[7][9]

Decisões por pênalti

Pênalti cobrado pela seleção da Costa do Marfim.
Ver artigo principal: Disputa por pênaltis

A cobrança de pênaltis também é prevista no regulamento de algumas competições futebolísticas, quando a igualdade no marcador insiste em prevalecer, geralmente em jogos decisivos ou eliminatórios. É cobrada uma série de cinco pênaltis para cada equipe, até que uma seja declarada vencedora por ter feito pelo menos um gol a mais do que o rival, ou se este não puder alcançar a igualdade. Somente podem cobrar pênaltis jogadores que estejam atuando na partida; atletas expulsos não estão autorizados a participar das penalidades. Durante estas, os jogadores de ambas as equipes permanecem no círculo central, com exceção dos goleiros, que esperam pelas cobranças na grande área.[10]

Caso o empate persista após a cobrança das cinco tentativas de cada lado são dadas chances adicionais, uma para cada time, até que um dos dois times acerte a cobrança tendo o outro falhado, sendo assim declarado o vencedor.

Ao contrário do pênalti cobrado durante o jogo, o pênalti cobrado em uma decisão por pênaltis não pode dar origem a rebote, isto é: uma vez que o goleiro tenha defendido a cobrança um outro jogador não pode tocar na bola para lançá-la de novo contra a meta.

O Brasil tem várias apresentações bem sucedidas em penalidades máximas em copas do mundo, inclusive consagrando-se campeão ao vencer seleção italiana, na final da copa de 1994 contra Itália e na semifinal da Copa de 1998, contra a Holanda.

Análise estatística das cobranças

Raphael Veiga, do Palmeiras, prepara-se para cobrança de pênalti durante clássico contra o Corinthians válido pelo Campeonato Paulista de 2022.

Onde é melhor bater?

Em Abril de 2009, a Revista Super Interessante publicou uma matéria dizendo que "uma pesquisa descobriu, após analisar 286 cobranças de pênalti feitas em campeonatos internacionais, que o melhor é chutar a bola no meio, pois em 93,7% das vezes o goleiro pula para os lados." Isso porque ele, goleiro, é influenciado pelo que os cientistas chamam de "tendência à ação": prefere tomar a iniciativa e pular, porque a cobrança e os xingamentos da torcida por tomar um gol sem ter saído do lugar serão maiores do que se ele tiver se esticado todo.[11] Já para os Matemáticos da Universidade John Moores, em Liverpool, que analisaram várias cobranças de pênalti, disseram que a maneira perfeita de bater um pênalti, é batendo uma bomba no alto do gol.[11]

Recordes e curiosidades

  • Maior número de pênaltis batidos (e convertidos) numa disputa de pênaltis: 34 cobranças - Em 29.12.2001, num jogo amador, o Littletown FC e Storthes Hall cobraram 17 vezes cada um, e converteram todos. O jogo foi encerrado assim mesmo, com empate de 17x17, por falta de luz.[12]
  • Maior número de pênaltis batidos (e convertidos) numa disputa de pênaltis (Futebol profissional): 28 cobranças - No Guinness Book, o relato com o maior número de cobranças foi registrado em 1987, quando Aldershot e Fulham jogaram na Inglaterra e cobraram 28 pênaltis, com vitória do primeiro por 11 a 10.[12]
  • Maior número de pênaltis batidos (e desperdiçados) numa disputa de pênaltis: O Livro dos Recordes registra um jogo de 1998, válido pela Copa Sub-10 da Derby Community League, na Inglaterra, quando Mickleover Lightning Blue Sox e Chellaston Boys B. Nos pênaltis, o Blue Sox venceu por 2 a 1, com inimagináveis 63 cobranças desperdiçadas e apenas três convertidas – 35 foram defendidas e 28 foram para fora.[12]

Recordes Individuais

  • Melhores "cartéis" individuais:
JogadorAproveitamentoRef.
Ledio Pano100% (50 cobranças, 50 gols)[13]
Peter Noble100% (28 cobranças, 28 gols)[14]
Matt Le Tissier98% (49 cobranças, 48 gols)[15]
Rickie Lambert97% (35 cobranças, 34 gols)[16]
Vladislav Stoyanov96% (25 cobranças, 24 gols)[13]
Néstor Ortigoza93,4% (61 cobranças, 57 gols)[17]
Leighton Baines91% (11 cobranças, 10 gols)[18]
Raphael Veiga89% (29 cobranças, 26 gols)[19]

No polo aquático

O pênalti também faz parte das regras do polo aquático. Muito similar com o futebol, ele é cobrado pela equipe que teve um participante prejudicado na área do gol. O pênalti nessa modalidade é considerado como uma falta grave, já que o indivíduo acaba impedindo a realização de um provável gol do adversário.

No polo, os remates de pênalti são cobrados da linha de 5 m.

Hóquei no gelo

No hóquei, o pênalti é mais conhecido por Tiro Penal. Ele é cobrado da seguinte forma: ficam no rinque apenas o patinador que vai cobrar e o goleiro que vai tentar defender. O juiz põe o disco no centro do gelo, o jogador o domina e deve ir controlando em direção ao gol, até chutar quando e como bem entender.

Ver também

Referências