Artur Mas

Artur Mas i Gavarró[nota 1] (Barcelona, 31 de janeiro de 1956) é um economista e político espanhol, de ideologia liberal, nacionalista e independentista catalã, presidente de Convergência Democrática da Catalunha (CDC). Foi o 129.º presidente da Generalidade da Catalunha, de 2010 até 2016,[4][5] assim como presidente da federação de Convergência e União (CiU).Foi conselheiro de Política Territorial e Obras Públicas (1995-1997), de Economia e Finanças de 1997 até 2001 e Conselheiro em Chefe de 2001 até 2004 da Generalidade da Catalunha. De 2004 até 2010 exerceu o cargo de Chefe da Oposição no Parlamento da Catalunha.

Artur Mas
Artur Mas
Em 9 de setembro de 2015
Presidente da Generalidade da Catalunha

Período27 de dezembro de 2010[1]
a 10 de janeiro de 2016
Vice-presidenteJoana Ortega (2010-2015)
Neus Munté (2015-2016)
Antecessor(a)José Montilla
Sucessor(a)Carles Puigdemont
Presidente de CDC

Período25 de março de 2012 – atualidade
Antecessor(a)Jordi Pujol
Conselheiro em Chefe do Governo da Catalunha

Período19 de janeiro de 2001
a 22 de dezembro de 2004
PresidenteJordi Pujol
Antecessor(a)Xavier Trias
(Presidência)
Sucessor(a)Josep-Lluís Carod-Rovira
Conselheiro de Economia e Finanças da Generalidade da Catalunha

Período30 de julho de 1997
a 19 de janeiro de 2001
PresidenteJordi Pujol
Antecessor(a)Macià Alavedra
Sucessor(a)Francesc Homs i Ferret
Conselheiro de Política Territorial e Obras Públicas da Generalidade da Catalunha

Período15 de junho de 1995
a 30 de julho de 1997
PresidenteJordi Pujol
Antecessor(a)Jaume Roma
Sucessor(a)Pere Macias
Deputado do Parlamento da Catalunha

Período28 de maio de 1995
a No cargo
Vereador do Ajuntamento de Barcelona

Período10 de junho de 1987
a 28 de maio de 1995
Dados pessoais
Nascimento31 de janeiro de 1956 (68 anos)
Barcelona, Espanha
Nacionalidadeespanhola
ProgenitoresMãe: Montserrat Gavarró[3]
Pai: Artur Mas Barnet[3]
Alma materUniversidade de Barcelona
CônjugeHelena Rakosnik (1982)
Filhos(as)Artur, Patrícia e Albert
PartidoCDC (desde 1982)
CiU (desde 2015)
ReligiãoCatólico[2]
ProfissãoEconomista, político
AssinaturaAssinatura de Artur Mas

Biografia

Primeiros anos

Artur Mas nasceu em Barcelona a 31 de janeiro de 1956. Foi inscrito no registo civil como Arturo Mas,[6] nome que alterou no ano 2000.[6][nota 2] É o mais velho de quatro irmãos, pertencente a uma família relacionada com a indústria têxtil de Sabadell e com a indústria metalúrgica do Poblenou.

Juan Mas Roig, bisavô do ex-presidente da Generalitat Artur Mas, era um capitão de um navio de transporte de escravos, que em 1844 transferiu 825 escravos da África para o Brasil.[8] A família de Artur era uma das mais proeminentes no tráfico de escravos.[9] [10] Mais de 150 famílias de Barcelona se enriqueceram pelo tráfico de escravos no século XIX. Uma parte dos antepassados daqueles que atualmente compõem as elites políticas e econômicas da Catalunha, estavam claramente relacionadas ao mundo da escravidão.[11]

Domina o catalão, espanhol, francês e inglês, estes últimos idiomas devido aos estudos cursados no Liceu Francês de Barcelona e na Aula Escuela Europea. Posteriormente licenciou-se em Ciências Económicas e Empresariais pela Universidade de Barcelona.

Trabalhou, até aos 26 anos, em diferentes empresas do setor privado e no ano 1982 entrou no setor público como colaborador no Departamento de Comércio, Consumo e Turismo da Generalidade da Catalunha na promoção exterior e na captação de investimento estrangeiro para a Catalunha. Também em 1982 ingressou na CDC.[12] Foi chefe do Serviço de Feiras e Diretor Geral de Promoção Comercial.

Artur Mas foi vereador do Ajuntamento de Barcelona (1987-1995) e é deputado no Parlamento da Catalunha desde 1995. Nesse mesmo ano foi nomeado conselheiro de Política Territorial e Obras Públicas do Governo de Jordi Pujol, cargo que ocupou até 1997, quando foi nomeado conselheiro de Economia e Finanças.

Conselheiro em Chefe (Conseller en Cap)

A 17 de janeiro de 2001 deixou a conselharia de Economia para ser conselheiro em chefe (Conseller en Cap) – equivalente ao atual cargo de Conselheiro-Primeiro (Conseller Primer) – da Generalidade da Catalunha, cargo do qual tomou posse no dia seguinte e que ocupou até 18 de dezembro de 2004, quando foi nomeado presidente da Generalidade o socialista Pasqual Maragall.

Durante a sua etapa de Conselheiro viu-se envolto nos casos de corrupção denominados de 3 %, em referência às comissões que cobrava o seu partido por adjudicações públicas.[13]

Nas eleições para o Parlamento da Catalunha de 16 de novembro de 2004 assumiu a candidatura da federação de Convergência e União que ficou em segundo lugar em número de votos atrás da candidatura do Partido dos Socialistas da Catalunha, liderada por Pasqual Maragall, embora a tenha superado em número de mandatos, devido ao sistema eleitoral existente na Catalunha. Na sequência destes resultados produziu-se a formação do governo catalão por parte do Partido dos Socialistas da Catalunha, Esquerda Republicana da Catalunha e Iniciativa pela Catalunha Verdes-Esquerda Alternativa, que alcançaram um acordo para formar governo sob a presidência de Pasqual Maragall, depois de mais de duas décadas ininterruptas de governos de Convergência e União.

Chefe da Oposição

A 27 de maio de 2004 passou a ser chefe da oposição da Catalunha após a constituição do denominado pacto tripartit que levou à Presidência da Generalidade, Pasqual Maragall (PSC).[14][15]

Presidente da Generalidade da Catalunha

Primeiro mandato (2010-2012)

A 18 de janeiro de 2010 Artur Mas foi proclamado pela terceira vez consecutiva candidato de CiU à presidência da Generalidade para as eleições de 2010. A designação produziu-se num contexto em que todas as sondagens apontavam para um forte crescimento eleitoral da formação nacionalista.

A 28 de novembro de 2010, a sua formação obteve uma ampla vitória nas eleições para o Parlamento da Catalunha, com 46 % dos deputados da câmara (62 mandatos). Esta folgada vitória tornava evidente a ampla maioria parlamentar de CiU e o seu acesso ao Governo da Catalunha, assim como a eleição de Mas como presidente da Generalidade.

Havendo-se constituído o Parlamento, a 16 de dezembro de 2010, a presidente do Parlamento, Núria de Gispert, propôs-lo como candidato à presidência da Generalidade. No discurso de investidura de 20 de dezembro, Mas reivindicou um novo modelo de financiamento para a Catalunha como o grande repto para os próximos anos e logo proclamou a "transição nacional" da Catalunha baseada no direito a decidir.

Foi investido presidente da Generalidade da Catalunha, a 23 de dezembro de 2010, contando com os votos favoráveis do grupo parlamentar de Convergência e União (CiU), e a abstenção do grupo parlamentar do Partido dos Socialistas da Catalunha (PSC) numa segunda volta. Assumiu o cargo oficialmente a 27 de dezembro pela mão do seu antecessor José Montilla. No mesmo dia nomeou o seu Governo, que tomou posse a 29 de dezembro.

Em plena crise económica e de relação com o governo central, Mas estava à frente e com o apoio do partido CDC, inicia um viragem independentista a favor da autodeterminação da Catalunha.

A 25 de setembro de 2012, após uma massiva Diada à qual decidiu não participar,[16] convoca as eleições ao Parlamento da Catalunha de 2012 para 25 de novembro, dois anos antes do previsto, após a impossibilidade de conseguir um melhor cenário político, assim como um mais justo pacto fiscal para a Catalunha (ao não conseguir acordos na reunião em Madrid com o presidente do Governo Mariano Rajoy) e articula o seu programa eleitoral em redor do soberanismo.[17][18] Finalmente, a perda de 12 mandatos da formação interpretou-se – desde alguns setores – como um fracasso da aposta de CiU para ser o guia do processo soberanista na Catalunha.[19]

Segundo mandato (2012-2016)

O Presidente da Generalidade da Catalunha Artur Mas e o Chefe da Oposição Oriol Junqueras, assinam o pacto de governabilidade 2012-2016 no dia 19 de dezembro de 2012.

As eleições, que elegeram o Parlamento da X legislatura, significaram para os candidatos de Convergência e União a perda de 90.489 votos. Apesar de ganhar as eleições, obteve 50 deputados em 135 totais, menos 12 do que anteriormente, numa eleição com uma participação inédita de 70% do eleitorado. Uma vez constituída a câmara catalã, a reeleita presidente do Parlamento, Núria de Gispert, propôs-lo de novo como candidato a presidir à Generalidade, a 18 de dezembro.

Foi investido pela segunda vez Presidente da Generalidade da Catalunha a 21 de dezembro de 2012 por 71 votos a favor (CiU e ERC) e 63 em contra (PSC, PP, ICV-EUiA, Cidadãos e CUP).[20] A 24 de dezembro tomou posse do cargo no Palácio da Generalidade da Catalunha.[21]

Os cortes e o limite do défice público impostos pelo governo espanhol[22] provocaram a prorrogação do orçamento para o ano de 2012.[23] Convocou a consulta sobre a independência para 9 de novembro de 2014[24] e a 25 de novembro propôs a criação de uma lista combinada de partidos políticos, sociedade civil e profissionais (especialistas reconhecidos) a favor do sim para as eleições[25][26] que conduziu, em boa parte, ao anúncio de 14 de janeiro de 2015 de um acordo com ERC e outras entidades soberanistas de convocar eleições para 27 de setembro de 2015.[27][28]

A 9 de janeiro de 2016, mediante um acordo de Juntos pelo Sim e de CUP, anunciou que seria substituído como presidente da Generalidade por Carles Puigdemont.[29][30]

Abordagem pessoal em relação à Catalunha

Quando o Estatuto de Autonomia da Catalunha de 2006 passou pelo Congresso, reconheceu-se como nacionalista "tolerante e moderno" mas integrado no conjunto de Espanha. Embora, posteriormente, tenha dita que num hipotético referendo soberanista, votaria a favor.[31] Após sentença do Tribunal Constitucional em 2010 que declarou vários artigos do Estatuto inconstitucionais, declarou-se partidário do direito da Catalunha a decidir o seu futuro, que é, segundo as suas palavras, definitivamente "o direito de todo povo à autodeterminação".[32]

Cargos desempenhados

  • Vereador do Ajuntamento de Barcelona (1987-1995).[33]
  • Deputado provincial na Deputação de Barcelona (1991-1995).[34]
  • Deputado por Barcelona na V,[34] VI,[35] VII,[36] VIII,[37] IX[38] e na X[39] legislatura do Parlamento da Catalunha.
  • Conselheiro de Política Territorial e Obras Públicas. (1995-1997)
  • Conselheiro de Economia e Finanças. (1997-2001)
  • Secretário geral de CDC. (Desde 2000)
  • Conselheiro em Chefe (Conseller en Cap) da Generalidade da Catalunha. (2001-2003)
  • Presidente de CiU. (2001-2015)
  • Chefe da Oposição da Catalunha. (2004-2010)
  • Presidente da Generalidade da Catalunha. (2010-2016)
  • Presidente de CDC. (Desde 2012)

Notas

Referências

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Precedido por
Josep María Cullell

Presidente de Grupo de CiU no
Ajuntamento de Barcelona

1993-1995
Sucedido por
Miquel Roca
Precedido por
Jaume Roma i Rodríguez

Conselheiro de Política Territorial e Obras Públicas
da Generalidade da Catalunha

1995-1997
Sucedido por
Pere Macias
Precedido por
Macià Alavedra

Conselheiro de Economia e Finanças
da Generalidade da Catalunha]]

1997-2001
Sucedido por
Francesc Homs i Ferret
Precedido por
Pere Esteve i Abad

Secretário geral de CDC

2000-2012
Sucedido por
Oriol Pujol
Precedido por
Xavier Trias
(Presidência)

Conselheiro em Chefe da Generalidade da Catalunha

2001-2003
Sucedido por
Josep-Lluís Carod-Rovira
Precedido por
Cargo inexistente

Chefe da oposição da Catalunha

2004-2010
Sucedido por
Joaquim Nadal
Precedido por
Jordi Pujol

Presidente de CiU

2004-2015
Sucedido por
Dissolução da federação
Precedido por
José Montilla

Presidente da Generalidade da Catalunha

2010-2016
Sucedido por
Carles Puigdemont
Precedido por
Jordi Pujol

Presidente de CDC

2012-atualidade
Sucedido por
No cargo