Fábio Faria (político)

político brasileiro, ex-Ministro das Comunicações do Brasil

Fábio Salustino Mesquita de Faria (Natal, 1 de setembro de 1977) é um administrador e político brasileiro, filiado ao Progressistas (PP). Exerceu quatro mandatos como deputado federal pelo Rio Grande do Norte e foi ministro das Comunicações do Governo Jair Bolsonaro entre 2020 e 2022.[2][3] Em 2023, foi contratado pelo banco de investimentos BTG Pactual como gerente sênior de relacionamento.[4]

Fábio Faria
Fábio Faria (político)
Deputado federal pelo Rio Grande do Norte
Período1 de fevereiro de 2007
até 1 de fevereiro de 2023[a]
23.º Ministro das Comunicações do Brasil
Período17 de junho de 2020
até 21 de dezembro de 2022
PresidenteJair Bolsonaro
Antecessor(a)André Figueiredo (2016)
Sucessor(a)Estella Dantas (interino)
Dados pessoais
Nome completoFábio Salustino Mesquita de Faria
Nascimento1 de setembro de 1977 (46 anos)
Natal, Rio Grande do Norte
Nacionalidadebrasileiro
ProgenitoresPai: Robinson Faria
Alma materUniversidade Potiguar
Prêmio(s)
EsposaPatrícia Abravanel (c. 2013)
ParentescoCíntia Abravanel (cunhada)
Daniela Beyruti (cunhada)
Íris Abravanel (sogra)
Rebeca Abravanel (cunhada)
Silvia Abravanel (cunhada)
Silvio Santos (sogro)
PartidoPMN (2005-2011)
PSD (2011-2022)
PP (2022-presente)
Profissãoempresário
OcupaçãoGerente sênior de relacionamento do BTG Pactual.
Websitefabiofaria.com.br

É filho de Robinson Faria, deputado federal e ex-governador do Rio Grande do Norte, e é casado com a apresentadora Patrícia Abravanel, filha do empresário Silvio Santos.

Início de vida, família e formação

Nascido em 1 de setembro de 1977, em Natal, Fábio Faria é filho de Robinson Faria, ex-governador do Rio Grande do Norte, e de Maria Nina Salustino, servidora pública.[5] É por parte de mãe descendente de Tomaz Salustino, que foi empresário e vice-governador do Rio Grande do Norte.[6] [7]

Foi criado por seu avô paterno, o industrial Osmundo Faria, que o incentivou para seguir a carreira de tenista. Osmundo morreu quando Fábio tinha apenas 14 anos, porém ele obteve vários títulos como o de vice-campeão juvenil brasileiro. Ele desistiu da carreira de atleta e passou a buscar a de empresário, se graduando em Administração de Empresas pela Universidade Potiguar (UnP). Formou a academia Atlética Club e se tornou sócio de Marcos Buaiz, ex marido da cantora Wanessa Camargo.[5]

Na vida pessoal, Faria já namorou a atriz Priscila Fantin, a apresentadora Adriane Galisteu e a modelo, ex-BBB e também apresentadora Sabrina Sato.[8][9] Em 2017, casou-se com a apresentadora Patrícia Abravanel, com quem tem três filhos: Pedro, Jane e Senor, nome dado em homenagem ao nome de batismo do sogro famoso, Silvio Santos (Senor Abravanel).[10][11]

Carreira política

Com base política no seu estado de origem, chegou ao Congresso Nacional brasileiro antes de completar 30 anos de idade. Foi eleito em 2006 para o primeiro mandato de deputado federal, com 195.148 votos, o que representou 12,02% dos votos válidos para o cargo, assumindo o primeiro lugar entre os oito representantes do Estado.[12]

Em 2008, passou a liderar a bancada federal do Rio Grande do Norte, que incluía ainda três senadores.[13] E, nos primeiros dois anos de legislatura, defendeu enfaticamente as bandeiras do turismo e do esporte e participou de comissões dessas duas áreas, além de ter atuado nas de finanças e tributação, tributação e desporto e ser titular da comissão especial que altera a Lei Pelé.[14]

Fábio Faria liderou o seu partido no período de fevereiro a setembro de 2008, quando também foi vice-líder do bloco integrado pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB), Partido Democrático Trabalhista (PDT), Partido Comunista do Brasil (PCdoB), Partido da Mobilização Nacional (PMN) e Partido Republicano Brasileiro (PRB).[15]

Como deputado, Fábio Faria é autor de vários projetos de lei de proteção à criança e adolescente. É dele o PL que determina classificação etária em conteúdo direcionado para crianças na internet; também o que determina campanhas educativas contra pedofilia exibidas em salas de cinema e voos nacionais. Fábio também apresentou projeto para combater o bullying nas escolas e para criar a semana olímpica na rede pública de ensino em todo país, incentivando o esporte no reforço social da educação.[16]

É dele também a lei que amplia a proteção da Lei Maria da Penha para Mulheres vítimas de violência, inclusive com prioridades em programas de governo como o Minha Casa Minha Vida.[17]

Presidiu a Frente Parlamentar Mista de Combate ao Crack, com integrantes da Câmara e do Senado Federal.[18]

No dia 3 de outubro de 2010, foi reeleito o quarto mais votado do estado com 156.688 votos.[19] Campanha que supostamente foi alavancada com recursos da Odebrecht Ambiental via caixa 2 segundo inquérito autorizado pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal.[20]

Em 2011, saiu do PMN e passou a integrar a bancada do Partido Social Democrático (PSD), partido fundado por Gilberto Kassab.[21] Em 2013, foi eleito segundo vice-presidente da Câmara dos Deputados, cargo do PSD, o qual disputou com o deputado Júlio César em plenário e venceu a disputa. Passou a integrar a prestigiada mesa diretora da casa. O cargo tem 2 anos de mandato, terminando em 4 de fevereiro de 2015. Nesse período, Fábio Faria chegou a ocupar a presidência da Câmara por 13 dias.[22]

Em 2014, disputou a reeleição para deputado federal pelo PSD, tendo sido eleito com 166.427 votos, terceiro mais votado do Rio Grande do Norte.[23]

É o autor da lei 13.111 de 2015, que obriga concessionárias a informarem ao comprador a situação de regularidade dos carros e motos novos e usados, informando eventuais multas, impostos e taxas a pagar, etc.[24]

No final do ano e início de 2017, diante da crise penitenciária nacional (que também eclodiu no Rio Grande do Norte), o deputado reforçou parte da atenção de seu mandato para a área da segurança, destinando emendas parlamentares para a equipar a polícia e a segurança pública em geral, e sugerindo projetos de lei como a obrigação da instalação de bloqueadores de sinal de celular nas penitenciárias do país.[25]

Fábio Faria também integrou a Comissão Especial da PEC 304/2017, conhecida como a PEC da Vaquejada, e foi um dos parlamentares nordestinos a defender a tradição votando em primeiro e segundo turnos, pela aprovação do projeto.[26] A casa aprovou o texto por 373 votos a 50.[27]

Entre 2016 e 2019, atuou, ainda, como titular da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara.[28]

E no seu terceiro mandato como deputado federal, conseguiu em 2018 garantir mais de R$ 80 milhões de reais junto ao Governo do presidente Michel Temer para ajudar a segurança pública do seu Estado, o Rio Grande do Norte.[carece de fontes?] Convênio assinado em dezembro daquele ano e recurso liberado em 2019, já durante o Governo de Jair Bolsonaro.

Foi reeleito para seu quarto mandato como deputado federal no dia 07 de outubro de 2018, com 70.350 votos, representando 4.37% dos votos válidos, desta vez sendo o oitavo mais votado do Rio Grande do Norte.[29][30]

Exerceu o cargo de terceiro-secretário da mesa diretora da Câmara dos Deputados. Licenciou-se para assumir como ministro das Comunicações, fazendo que a então vereadora Carla Dickson assuma como sua suplente.[31]

Ministro das Comunicações

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Em 10 de junho de 2020, o presidente Jair Bolsonaro anunciou, por meio de redes sociais, a recriação do Ministério das Comunicações e nomeou Fábio Faria como titular da nova pasta.[32][33] A cerimônia de posse ocorreu em 17 de junho de 2020.[34]

Exerceu o cargo de ministro até 21 de dezembro de 2022, quando foi exonerado.[3]

Controvérsias

Em 2009, durante o Escândalo das passagens aéreas, Faria devolveu 21 mil reais para a Câmara dos Deputados por ter utilizado da cota parlamentar de passagens aéreas a que tinha direito para presentear sua então namorada Adriane Galisteu, a mãe desta Emma Galisteu, além dos artistas Kayky Brito, Sthefany Brito, Samara Felippo, Marcelo Serrado, Marcelo Novaes, Maiz Oliveira (sobrinha de Luma de Oliveira), o cantor Fábio Mondego, o estilista Yan Acioli, a joalheira Roseli Duque e o assessor de imprensa de Galisteu Nelson Sacho entre 2007 e 2008.[35] Outros artistas como Priscila Fantin (ex-namorada de Faria), Preta Gil, Déborah Secco e Fábio Assunção chegaram a ter bilhetes emitidos, porém foram cancelados antes de serem usados. Até a revelação do escândalo, as pessoas "beneficiadas" com as passagens desconheciam que seus custos eram pagos pela Câmara dos Deputados.[36]

Nomeação como Ministro das Comunicações

Em 16 de junho de 2020, um dia antes da posse de Fábio Faria como Ministro das Comunicações, o PSOL levou uma representação à Comissão de Ética Pública da Presidência da República contra a nomeação devido às ligações de Fábio Faria com diversas empresas do setor, incluindo uma rádio no Rio Grande do Norte e empresas do grupo SBT.[37]

Histórico Eleitoral

AnoEleiçãoPartidoCandidato aVotos%ResultadoRef
2006Estadual do Rio Grande do NortePMNDeputado Federal195.14812,02%Eleito[38]
2010Estadual do Rio Grande do NortePMNDeputado Federal156.6889,48%Eleito[39]
2014Estadual do Rio Grande do NortePSDDeputado Federal166.42710,53%Eleito[40]
2018Estadual do Rio Grande do NortePSDDeputado Federal70.3504,37%Eleito[41]

Notas

Referências

Ligações externas

Precedido por
André Figueiredo
Ministro das Comunicações
2020–2022
Sucedido por
Juscelino Filho