MDMA

droga moderna sintetizada
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 Nota: "Ecstasy" redireciona para este artigo. Para o mini-álbum de My Bloody Valentine, veja Ecstasy (álbum). Para o álbum de Madonna, veja MDNA.
Nome IUPAC (sistemática)
(RS)-1-(benzo[d][1,3]dioxol-5-yl)-N-methylpropan-2-amine
Identificadores
CAS42542-10-9
66142-89-0-- 69610-10-2-- 81262-70-6--
ATC?
PubChem1615
Informação química
Fórmula molecularC11H15NO2 
Massa molar193,25 g/mol
SMILESCC(NC)CC1=CC=C(OCO2)C2=C1
Farmacocinética
Biodisponibilidade?
MetabolismoHepático, CYP extensively involved
Meia-vidaA meia-vida da MDMA depende da dose, aumentando em doses maiores, mas com cerca de 6–10 horas em doses de 40–125 mg
ExcreçãoRenal
Considerações terapêuticas
AdministraçãoOral
DL50?

A 3,4-metilenodioximetanfetamina (MDMA;[1] DCI: midomafetamina),[2] conhecida pelo termo impreciso ecstasy[nota 1], é uma substância psicotrópica usada frequentemente como droga recreativa. Os efeitos recreativos desejados mais comuns são aumento da empatia, estado de euforia e sensação de prazer.[4][5][6][7] Quando ingerida por via oral, os efeitos têm início após 30 a 45 minutos e duram entre 3 e 6 horas.[8][9] À data de 2017, a MDMA não possuía qualquer aplicação em medicina,[10] embora esteja atualmente sendo investigada como auxiliar no tratamento do transtorno de estresse pós-traumático.[11][12]

Os efeitos adversos mais comuns do consumo de MDMA são dependência, problemas de memória, paranoia, insónias, bruxismo, visão turva, sudação excessiva e ritmo cardíaco acelerado.[7] O consumo pode também causar depressão e fadiga.[7] Os casos de morte por consumo devem-se ao aumento da temperatura corporal e desidratação.[7] A MDMA possui efeito estimulante e alucinogénico, aumentando a libertação e diminuindo a recaptação dos neurotransmissores serotonina, dopamina e noradrenalina em determinadas partes do cérebro.[13][14] Ao aumento inicial de neurotransmissores segue-se uma diminuição a curto prazo.[7][9]

A MDMA foi sintetizada pela primeira vez em 1912.[7] Na década de 1970 começou a ser usada para potenciar os efeitos da psicoterapia e na década de 1980 veio-se a tornar popular como droga recreativa em espaços de diversão noturna.[7][9][15] A MDMA é frequentemente associada a raves e música de dança eletrónica.[16] Os comprimidos de MDMA, conhecidos como ecstasy, geralmente são vendidos adulterados com agentes de corte, como efedrina, anfetamina e metanfetamina.[7] Em 2014, 9 a 29 milhões de pessoas entre os 15 e os 64 anos de idade consumiram ecstasy (0,2 a 0,6% da população mundial).[17] A percentagem de consumidores de MDMA é semelhante à dos consumidores de cocaína, anfetaminas e opioides, mas menor do que a dos consumidores de cannabis.[17][7]

A MDMA é ilegal na maior parte dos países.[7][18] Em alguns casos podem ser feitas exceções para investigação médica.[9] Está atualmente a ser investigada a possibilidade da MDMA em baixas doses poder ajudar no tratamento de stresse pós-traumático grave e resistente ao tratamento convencional.[19][12] Em novembro de 2016 foram aprovados ensaios clínicos de fase III.[20][21][22]

História

O registro da patente da MDMA foi pedido em 24 de Dezembro de 1912 pela empresa farmacêutica Merck, após ter sido sintetizada para a empresa, pelo químico alemão Anton Köllisch em Darmstadt nesse mesmo ano.[23][24] A patente foi aceita em 1914, e quando Anton Köllisch morreu em 1916, ele ainda não sabia do impacto que a MDMA teria.

Efeitos

Dependendo da quantidade ingerida, a MDMA demora 30 minutos para os efeitos se tornarem perceptíveis.[1] A duração do efeito é de cerca de 4 a 8 horas, quando ingerido oralmente.

Após o uso, efeitos colaterais frequentes são insônia (devido ao estado de agitação), comichão, reações musculares como espasmos involuntários, espasmos do maxilar, dor de cabeça, visão turva, movimentos descontrolados de vários membros, principalmente nos braços e pernas, quando ingerido em doses grandes.

Durante o período de ação da MDMA podem surgir circunstâncias perigosas: náuseas, desidratação, hipertermia, hiponatrémia, hipertensão. Esses sintomas são frequentemente ignorados pelo consumidor devido ao estado de despreocupação e bem-estar provocados pela droga, o que pode ocasionar exaustão, convulsões e mesmo a morte. Assim, tornou-se frequente ver os consumidores em todos os tipos de festas e comemorações dotados de garrafas de água ou outros líquidos, bem como de pirulitos a fim de controlar o bruxismo. Quando ingerido com bebidas alcoólicas, pode ocasionar um choque cardiorrespiratório, levando ao óbito.

Em termos de efeitos secundários, alguns indivíduos registram períodos depressivos; outros, podem detectar a ocorrência de erupções cutâneas (espinhas) no rosto, nos dias subsequentes ao uso. Imediatamente à sensação dos efeitos primários, prevalece também a falta de apetite, o que deve ser ativamente combatido para repor a energia gasta durante o uso.

Notas

Referências

Ligações externas